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13 maio 2021

Reforma Protestante e Contrarreforma

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Sequência didática

Reforma Protestante e Contrarreforma

Nesta sequência, os alunos estudarão a Reforma Protestante e a Contrarreforma. Irão conhecer as críticas feitas à Igreja Católica no início do período moderno; as igrejas protestantes que surgiram nesse contexto e suas características, e as ações empreendidas pelos católicos para deter o avanço das religiões protestantes. Além disso, os alunos identificarão o perfil religioso da população brasileira e discutirão sobre a importância da tolerância religiosa.

A BNCC na sala de aula

Objeto de conhecimento

Reformas religiosas: a cristandade fragmentada.

Competências específicas

1. Compreender acontecimentos históricos, relações de poder e processos e mecanismos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais ao longo do tempo e em diferentes espaços para analisar, posicionar-se e intervir no mundo contemporâneo.

3. Elaborar questionamentos, hipóteses, argumentos e proposições em relação a documentos, interpretações e contextos históricos específicos, recorrendo a diferentes linguagens e mídias, exercitando a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos, a cooperação e o respeito.

Habilidade

(EF07HI05) Identificar e relacionar as vinculações entre as reformas religiosas e os processos culturais e sociais do período moderno na Europa e América.

Objetivos de aprendizagem

Compreender o que motivou a Reforma Protestante, conhecer as religiões protestantes que surgiram no período moderno e suas principais características.

Conhecer as principais ações da Igreja Católica para combater a disseminação das religiões protestantes.

Conhecer o perfil religioso do Brasil atual e sua relação com as transformações que ocorreram no período moderno.

Promover o debate acerca da importância da tolerância religiosa nos dias atuais.

Conteúdos

Reforma Protestante.

Religiões protestantes do período moderno: Luteranismo, Calvinismo e Anglicanismo.

Contrarreforma.

Perfil religioso do Brasil atual.

Importância da tolerância religiosa.

Materiais e recursos

Trecho do livro 95 teses, de Martinho Lutero.

Trecho do livro A Inquisição, de Anita Novinsky.

Projetor.

Cartolina para a confecção de cartazes.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 5 aulas.

Aula 1

Para esta aula, reservar antecipadamente a sala de informática da escola. Iniciar conversando com os alunos sobre religião. Estimular a discussão com perguntas, como: "Você segue alguma religião?", "Qual é a religião de seus pais ou responsáveis?", "E a dos seus familiares e amigos?". Registrar na lousa as religiões dos alunos e, ao final, verificar o perfil religioso da turma. Nesse momento, cuidar para que não ocorram falas que possam denotar preconceito religioso. Explicar aos alunos que, segundo o artigo 18 da Declaração dos Direitos Humanos, "toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião", por isso, é importante o respeito a todas as formas de religiosidade e crença.

Solicitar aos alunos que reflitam e escrevam individualmente em seus cadernos o porquê de seguirem ou não alguma religião ou de acreditarem em algo ou não. Reservar cerca de 5 minutos para a realização dessa tarefa. Em seguida, pedir que compartilhem suas reflexões e que contem um pouco sobre a sua religião e também sobre sua experiência religiosa: em que acreditam e como são as práticas e os rituais.

Procurar, com esta atividade, explorar aquilo que há em comum e o que há de diferente entre as religiões citadas pelos alunos. Essa discussão pode contribuir para que os alunos: conheçam outras crenças e religiões e abandonem preconceitos; percebam que cada pessoa tem as suas razões particulares para seguir determinada religião ou ter determinadas crenças; entendam que cada indivíduo tem a sua própria experiência com a religião e a fé; reflitam sobre o papel da religião e da fé na vida das pessoas; e, desse modo, aprendam a respeitar a escolha religiosa de cada um, promovendo a tolerância religiosa.

Após a conversa, solicitar aos alunos que se organizem em grupos e pesquisem informações e dados estatísticos a respeito das crenças religiosas do brasileiro. Como sugestão, eles poderão acessar os dados do último censo, realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Disponível em: <https://censo2010.ibge.gov.br/apps/atlas/pdf/Pag_203_Religi%C3%A3o_Evang_miss%C3%A3o_Evang_pentecostal_Evang_nao%20determinada_Diversidade%20cultural.pdf>. Acesso em: 23 out. 2018.

Outras fontes confiáveis podem ser consultadas, como:

Portal do Governo Federal. Diversidade religiosa é marca da população brasileira. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/noticias/cidadania-e-inclusao/2018/01/diversidade-religiosa-e-marca-da-populacao-brasileira>. Acesso em: 23 out. 2018.

Revista Franco-Brasileira de Geografia. Religiões no Brasil em 2010. Disponível em: <https://journals.openedition.org/confins/7785?lang=pt>. Acesso em: 23 out. 2018.

Após a pesquisa, os grupos deverão responder às seguintes perguntas.

1. Qual é a religião da maioria dos brasileiros?

2. Qual é a porcentagem de pessoas que seguem as religiões evangélicas no Brasil?

3. Que outras religiões existem no Brasil?

4. Compare o perfil religioso do brasileiro com o da sua turma e aponte as semelhanças e diferenças.

5. Em sua opinião, os brasileiros são obrigados a seguir alguma religião ou podem escolher livremente a sua religião ou crença?

6. Em sua opinião, há alguma religião melhor que outra? Justifique sua resposta.

Espera-se que nas atividades 5 e 6 os alunos percebam que, no Brasil, vivemos em uma democracia religiosa. Cada pessoa tem liberdade para escolher a sua religião, a sua crença ou mesmo optar por ser ateu ou não seguir religião nenhuma. É importante que eles compreendam que cada religião tem a sua história, suas características próprias e atende aos anseios de seus seguidores. Após a conclusão da atividade, promover uma conversa para que os alunos compartilhem os resultados.

Em seguida, explicar que, diferentemente do que ocorre hoje em dia, no período medieval e no início da Idade Moderna, na Europa ocidental, não havia tolerância religiosa. Predominava a religião católica, instituição que alcançou muito poder ao longo da Idade Média. Se achar pertinente, retomar com os alunos as principais características da sociedade feudal.

Comentar, em seguida, que a prevalência da religião católica no Brasil tem relação com as transformações que ocorreram no período moderno. A expansão marítima e a colonização do Brasil pelos portugueses trouxeram ao país a religião católica.

Aula 2

Para iniciar a aula, solicitar aos alunos que retomem os dados sobre o perfil religioso do brasileiro, vistos na aula anterior. Usar essas informações para discutir a Reforma Protestante. Fazer perguntas como: "Quais as religiões predominantes no Brasil?", "Alguém conhece alguma religião evangélica?", "Qual?", "Alguém conhece a origem das religiões protestantes?".

Aproveitar as respostas dadas pelos alunos para explicar que, no início do período moderno, a Igreja Católica passou a ser criticada, resultando em um movimento que foi chamado de Reforma. Um dos principais críticos à instituição foi o monge Martinho Lutero, que em 1517 escreveu 95 teses para criticar algumas práticas adotada pela Igreja Católica, como denúncias de corrupção, abusos morais e poder político concentrado na figura do papa.

Em seguida, distribuir o texto abaixo e solicitar aos alunos que leiam as teses escritas por Lutero para responder às perguntas.

95 teses de Martinho Lutero

21. Erram, portanto, os pregadores de indulgências que afirmam que a pessoa é absolvida de toda pena e salva pelas indulgências do papa.

[…]

27. Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu].

28. Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, podem aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.

[…]

33. Deve-se ter muita cautela com aqueles que dizem serem as indulgências do papa aquela inestimável dádiva de Deus através da qual a pessoa é reconciliada com Deus.

[…]

36. Qualquer cristão verdadeiramente arrependido tem direito à remissão pela de pena e culpa, mesmo sem carta de indulgência.

[…]

52. Vã é a confiança na salvação por meio de cartas de indulgências, mesmo que o comissário ou até mesmo o próprio papa desse sua alma como garantia pelas mesmas.

[…]

76. Afirmamos, pelo contrário, que as indulgências papais não podem anular sequer o menor dos pecados veniais no que se refere à sua culpa. […]

LUTERO, Martinho. 95 teses de Lutero. Disponível em: <http://www.luteranos.com.br/lutero/95_teses.html>. Acesso em: 18 out. 2018.

1. Quem Martinho Lutero está criticando?

Lutero está criticando o papa, os pregadores de indulgências e a Igreja Católica em geral.

2. Qual crítica Lutero faz à Igreja Católica nas teses acima?

Lutero critica a venda de indulgências.

3. O que são as indulgências?

O perdão dos pecados.

4. Segundo Lutero, como os fiéis são perdoados por seus pecados?

De acordo com Lutero, a carta de indulgência não é necessária, os fiéis se redimem de seus pecados por meio do arrependimento verdadeiro.

5. De acordo com seus conhecimentos, que outras críticas foram feitas à Igreja Católica pelos protestantes?

Os protestantes criticaram também a venda de relíquias sagradas, o excessivo poder político concentrado nas mãos do papa, a opulência do clero e a venda de cargos eclesiásticos.

Realizar a correção dos exercícios oralmente para que os alunos possam esclarecer possíveis dúvidas sobre o que motivou a Reforma Protestante. Comentar que, em um primeiro momento, o intuito foi reformar a estrutura da Igreja Católica. Martinho Lutero buscou promover a reforma da Igreja por meio de suas teses, entretanto, sua ação resultou em sua excomunhão e, posteriormente, impulsionou a fundação das religiões protestantes.

Explicar as principais características das religiões protestantes (Luteranismo, Calvinismo e Anglicanismo) que surgiram nesse período. Não se esquecer de ressaltar que as Igrejas que hoje chamamos de evangélicas têm origem nas igrejas protestantes que surgiram no início do período moderno. É importante explorar não somente as características das distintas religiões protestantes, como também esclarecer o que as diferencia da Igreja Católica.

Aula 3

Nesta aula, informar aos alunos que será abordado o tema Contrarreforma. Retomar com os alunos quais foram as principais ações tomadas pela Igreja Católica para deter o avanço das religiões protestantes. Citar, por exemplo, as reformas das antigas ordens religiosas e a criação de novas congregações, como a Companhia de Jesus. Outra medida tomada pela Igreja diz respeito aos tribunais da Inquisição. Criados no início do século XII, esses tribunais, ao longo do tempo, reduziram suas atividades, mas, diante do avanço das religiões protestantes, foram reativados. Entre suas funções estavam a proibição de certos livros e a perseguição aos que não professavam a fé católica.

Em seguida, distribuir e ler com os alunos o excerto abaixo, retirado do livro A Inquisição, escrito pela historiadora Anita Novinsky.

Procedimentos do Tribunal da Inquisição:

Os crimes julgados pelo Tribunal eram de duas naturezas: contra a fé, como judaísmo, protestantismo, luteranismo […]; e contra a moral e os costumes [...], com toda sua série de modalidades, e que se misturavam com o campo religioso.

Os crimes contra a fé eram considerados mais graves do que os crimes contra os costumes e a moral, e suas penas eram muito mais severas. Os réus acusados de crimes contra a fé tinham quase sempre seus bens confiscados, enquanto os infratores dos costumes recebiam sentenças leves e raramente pena de morte.

[…] A base sob a qual se apoiava a Inquisição moderna era a denúncia. Aceitavam-se denúncias de qualquer categoria de pessoas e mesmo cartas anônimas. O crédito das testemunhas dependia exclusivamente do arbítrio dos inquisidores. 'Ouvi dizer' e 'suposições' também eram considerados provas.

[…]

Todo réu, para salvar-se, tinha de confessar-se culpado, e acusar as pessoas de sua intimidade: pais, irmãos, parentes, amigos. Se não denunciasse a família era considerado diminuto, isto é, estava escondendo culpados […].

A tortura era aplicada sempre que se suspeitava de uma confissão incompleta ou quando a confissão era incongruente […].

A pena de morte pela fogueira recebiam os réus que recusavam confessar-se culpados. […] E também os 'relapsos', que, já tendo sido condenados, tornavam a pecar. […] Se no último momento, antes de se

aplicar a pena de morte, o réu se dizia arrependido, e pedia para morrer na lei de Cristo, era primeiramente estrangulado e depois atirado na fogueira. […].

Os inquisidores não aplicavam a pena capital com muita frequência, pois era mais conveniente ter os hereges presos, ou perambulando pelas ruas da cidade, ou confinados nas aldeias, para servirem de testemunho da grande e pia obra que realizava a Inquisição.

NOVINSKY, Anita. A Inquisição. São Paulo: Brasiliense, 1985. p. 56-64.

Esclarecer as possíveis dúvidas que possam surgir durante a leitura. Em seguida, pedir aos alunos que se sentem em duplas e façam a análise do documento, respondendo às perguntas.

1. Quem era julgado pelos tribunais da Inquisição?

Eram julgados pelos tribunais da Inquisição as pessoas que cometiam crimes contra a fé católica e contra a moral e os bons costumes.

2. Como os inquisidores identificavam os hereges que seriam julgados pelos tribunais da Inquisição?

Por meio de denúncias.

3. Como os réus conseguiam a absolvição?

Somente se salvavam os réus que se confessavam culpados.

4. Quais eram as penas dadas pelos tribunais da Inquisição para as pessoas condenadas por cometerem heresias?

As pessoas podiam ser queimadas vivas na fogueira, estranguladas, presas, obrigadas a ficar confinadas em aldeias, ter seus bens confiscados, além de outras penas mais leves.

5. Explique o que foi o Tribunal do Santo Ofício.

Resposta sugerida: Também conhecido como Inquisição, o Tribunal do Santo Ofício foi reativado durante a Contrarreforma para perseguir e julgar os hereges ou suspeitos de heresia, isto é, pessoas que seguiam doutrinas contrárias ou diferentes dos ensinamentos da Igreja Católica.

6. Em sua opinião, havia tolerância religiosa nesse momento? Justifique.

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos consigam perceber que não havia tolerância religiosa nesse momento, pois aqueles que não seguiam a doutrina católica eram perseguidos, julgados e condenados pelos tribunais da Inquisição.

Usar o final da aula para fazer a correção coletiva, procurando averiguar se os alunos foram capazes de analisar o documento histórico e extrair informações para compreender como se deu a atuação da Inquisição no período moderno.

Aula 4

Iniciar a aula retomando com os alunos o que foi a Reforma Protestante e a Contrarreforma. Fazer perguntas como: "Vocês se lembram do que foi a Reforma Protestante?", "O que motivou a Reforma?", "Quais as principais críticas feitas à Igreja Católica?", "Quais religiões protestantes surgiram nesse período?", "Quais as principais diferenças entre a Igreja Católica e as religiões protestantes?", "Quais as principais iniciativas da Igreja Católica para deter a difusão das religiões protestantes?".

Propor como atividade final desta sequência didática a realização de seminários sobre temas relacionados à Reforma Protestante e à Contrarreforma. A ideia é que a turma possa aprofundar seus conhecimentos sobre o conteúdo trabalhado. Solicitar aos alunos que se organizem em grupos e escolham o tema do seminário. Caso seja necessário, sugerir alguns assuntos para ajudá-los na escolha. A lista abaixo apresenta algumas opções.

A Reforma Protestante e o surgimento da imprensa.

O Calvinismo e o capitalismo.

A fundação da Companhia de Jesus.

A criação do Índice dos Livros Proibidos, o Index.

A Inquisição e a caça às bruxas.

A Inquisição no Brasil.

Os jesuítas no Brasil.

É necessário orientar os alunos na execução da atividade. Explicar que eles devem realizar uma pesquisa sobre a temática selecionada e reunir material sobre o assunto, incluindo textos, imagens, mapas etc. É importante ajudá-los a encontrar material e indicar páginas da internet, livros e revistas de história que contenham informações confiáveis.

Orientar os alunos a ler o que encontraram, selecionar aquilo que é mais importante e que deve compor o conteúdo a ser apresentado. Sugerir que redijam um texto com aquilo que irão falar no seminário ou mesmo façam um roteiro de fala. Os alunos poderão usar, na apresentação, a própria lousa, o aparelho de projetor ou confeccionar cartazes. Os seminários devem durar, no máximo, 10 minutos cada um.

Aula 5

Nesta aula, os grupos devem apresentar os seminários para os demais alunos da classe. Procurar corrigir, ao final de cada apresentação, possíveis equívocos nos conteúdos, destacar o que há de mais importante em cada assunto ou mesmo acrescentar informações relevantes sobre os temas.

Para trabalhar dúvidas

Como estratégia para sanar dúvidas, reler os documentos históricos individualmente com os alunos que tiverem dificuldades para fazer as análises e extrair as informações pedidas nas perguntas. Caso palavras desconhecidas dificultem a compreensão do conteúdo, orientar os alunos a consultar um dicionário e escrever seu significado logo abaixo da palavra que não sabem, pois isso torna a leitura fluida e facilita a compreensão do texto.

Avaliação

É necessário avaliar todas as atividades realizadas pelos alunos ao longo das aulas: a participação de cada um nas discussões, a análise dos documentos históricos, o conteúdo e a apresentação do seminário.

Os alunos devem participar ativamente das discussões, respondendo aos questionamentos propostos, solucionando dúvidas ou mesmo prestando atenção à dinâmica. Procurar estimular os alunos menos participativos concedendo a palavra a eles.

Por meio da análise de parte das 95 teses de Martinho Lutero, os alunos devem conseguir extrair do documento as informações necessárias para responder às perguntas. Com a atividade, eles devem compreender quais as principais críticas feitas pelo monge à Igreja Católica e como sua ação impulsionou a Reforma Protestante na Idade Moderna.

No que diz respeito à avaliação da atividade baseada no excerto do livro de Anita Novinsky, A Inquisição, os alunos também devem conseguir encontrar as informações pedidas nas perguntas no conteúdo do texto. Esta atividade deve permitir aos alunos compreender como funcionava o Tribunal do Santo Ofício na Idade Moderna  quem foi perseguido, por quais motivos, como os tribunais funcionavam, como eram dadas as penas etc.  e entender a ação desta instituição como uma das iniciativas da Igreja Católica para conter o avanço das religiões protestantes.

Por fim, avaliar os seminários. Verificar se o conteúdo apresentado é coerente com o tema escolhido e se as informações estão corretas e completas. Avaliar também se os materiais de apoio utilizados na apresentação contribuíram na transmissão do conteúdo ou eram meramente ilustrativos. É importante também observar se os alunos conseguiram fazer a apresentação no tempo estipulado e se foram didáticos e claros na forma de transmitir o conteúdo. Como sugestão, há abaixo uma ficha avaliativa.

Acompanhando as atividades

Nome do(a) aluno(a): _____________________________________________________ Turma: _________

1. Realiza a pesquisa de dados sobre as religiões do Brasil de forma:

( ) insatisfatória.

( ) parcialmente satisfatória.

( ) satisfatória.

( ) totalmente satisfatória.

2. Participa da leitura de trechos selecionados da obra de Martinho Lutero e compreende o que isso significa de forma:

( ) insatisfatória.

( ) parcialmente satisfatória.

( ) satisfatória.

( ) totalmente satisfatória.

3. Realiza a leitura do trecho do texto Procedimentos do Tribunal da Inquisição e o compreende de forma:

( ) insatisfatória.

( ) parcialmente satisfatória.

( ) satisfatória.

( ) totalmente satisfatória.

4. Coopera na pesquisa e na realização do seminário de forma:

( ) insatisfatória.

( ) parcialmente satisfatória.

( ) satisfatória.

( ) totalmente satisfatória.



Igreja Católica

Igreja Protestante

A salvação

A salvação se dá pela fé e pelas boas ações (prática da caridade).

A salvação se dá pela fé.

As fontes da fé

A Bíblia e a tradição da Igreja Católica.

A Bíblia.

Bíblia

Em latim. Os representantes da Igreja faziam a interpretação da Bíblia para os fiéis.

Tradução da Bíblia para que os próprios fiéis pudessem fazer a interpretação.

O papado

O sumo pontífice é o sucessor do apóstolo Pedro e, portanto, chefe da Igreja Católica, nomeado por Deus.

Não existe a figura do papa nas igrejas protestantes, pois essa ideia não está presente na Bíblia.

Os sacramentos

Existem sete sacramentos: batismo, crisma, eucaristia, matrimônio, penitência, ordem e extrema-unção.

Existem dois sacramentos: batismo e eucaristia.

O culto

Missa falada em latim.

Missa simplificada. Substituição do latim por língua falada na região.

Para finalizar, sistematizar com os alunos o que foi discutido no decorrer das aulas. Solicitar que completem a tabela abaixo com as características das religiões católica e protestante na Idade Moderna.

Formação e consolidação das monarquias nacionais

???

Sequência didática

Formação e consolidação das monarquias nacionais

Nesta sequência, serão abordadas a consolidação do poder dos soberanos europeus e a formação das monarquias nacionais na Europa. Ao final, os alunos produzirão um vídeo sobre o assunto estudado.

A BNCC na sala de aula

Objetos de conhecimento

A formação e o funcionamento das monarquias europeias: a lógica da centralização política e os conflitos na Europa.

Competências específicas

1. Compreender acontecimentos históricos, relações de poder e processos e mecanismos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais ao longo do tempo e em diferentes espaços para analisar, posicionar-se e intervir no mundo contemporâneo.

7. Produzir, avaliar e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de modo crítico, ético e responsável, compreendendo seus significados para os diferentes grupos ou estratos sociais.

Habilidade

(EF07HI07) Descrever os processos de formação e consolidação das monarquias e suas principais características com vistas à compreensão das razões da centralização política.

Objetivos de aprendizagem

Compreender e descrever como se deu a formação e a consolidação das monarquias nacionais.

Compreender a importância das alianças entre rei e burguesia e entre rei e Igreja Católica para a formação e a consolidação das monarquias nacionais.

Conteúdos

Formação e consolidação das monarquias nacionais.

Aliança entre burguesia e reis.

Aliança entre Igreja Católica e reis.

Organização política do Brasil atual.

Materiais e recursos

Trecho do livro História da riqueza do homem, de Leo Huberman.

Trecho do livro A Idade Média, volume 3, da Coleção História Geral das Civilizações, de Édouard Perroy.

Aparelho de celular para gravar vídeo.

Projetor.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 4 aulas.

Aula 1

Para iniciar a aula, promover uma discussão sobre a organização política do Brasil atual. A ideia, com esta atividade, é fazer os alunos partirem de sua própria realidade para compreenderem que existem diferentes formas de organização política, em diferentes regiões do mundo e também nos diferentes momentos históricos.

Estimular a participação dos alunos com perguntas, como: "De que modo está organizado o sistema político brasileiro hoje em dia?", "Quem governa o país?", "E os estados?", "E as cidades?", "O presidente governa o país sozinho?", "Quais as principais funções dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário?", "O sistema de governo brasileiro sempre foi o mesmo?".

Aproveitar a atividade de sensibilização para explicar que o Brasil é uma República Federativa e o que isso significa, a função de cada poder e a importância da existência de três poderes para garantir uma sociedade mais democrática. Explicar que, ao longo do tempo, houve outras estruturas de organização política no Brasil, as quais serão estudadas posteriormente.

Ao longo da discussão, fazer em conjunto com a turma, na lousa, um esquema explicativo da estrutura do sistema político brasileiro. A seguir, modelo de esquema que poderá ser utilizado na realização desta atividade.

???

Em seguida, questionar os alunos se conhecem outro tipo de organização política. Estimulá-los a relembrar os tipos de organizações políticas já estudados, por exemplo, as formas de governo do mundo antigo. Instigar a turma a citar sistemas políticos diferentes do nosso. Possivelmente, os alunos não se lembrarão de outros exemplos. Citar o exemplo dos Emirados Árabes, que é governado por um emir (príncipe), que detém poder absoluto.

Retomar com turma a organização social e política do período feudal. Estimular os alunos com perguntas, como: "O que vocês se lembram do feudalismo?", "Como se organizava a sociedade feudal", "Quem governava na sociedade feudal?", "O poder estava centralizado nas mãos dos reis?", "Como funcionava a relação de suserania e vassalagem?", "Qual era a base econômica da sociedade feudal?", "Qual o papel da Igreja Católica na sociedade feudal?", "Quem habitava as cidades na baixa Idade Média?", "Que tipo de atividade econômica essas pessoas desenvolviam?". Registrar na lousa as principais características da organização social e política da sociedade feudal apontadas pelos alunos.

Após retomar algumas características do período medieval, explicar que, com o fim do feudalismo, em um processo lento, a Europa adquiriu uma nova organização social e política: as monarquias nacionais, centralizadas em torno de reis.

Ao final desta aula, os alunos devem compreender que, entre o final da Idade Média e o início da Idade Moderna, houve um processo histórico que permitiu a mudança na forma de organização social e política do continente europeu.

Aula 2

Iniciar a aula retomando com os alunos o que foi o renascimento comercial e urbano. É importante lembrá-los que as principais atividades desenvolvidas nas cidades eram o artesanato e o comércio e que os grupos sociais que viviam nesses espaços urbanos eram os trabalhadores das oficinas artesanais e os comerciantes. As pessoas que habitavam os burgos eram chamadas de burgueses, grupo que, ao longo do tempo, ampliou o seu poder de influência.

Em seguida, explicar o contexto em que se deu a aliança entre burguesia e reis a favor da centralização do poder e que resultou na formação das monarquias nacionais. Explicitar quais eram as reivindicações dos burgueses:

centralização do poder;

unificação de moedas (pesos e medidas);

proteção e segurança.

Para que as reivindicações da burguesia se consolidassem, os reis precisavam do investimento (dinheiro) burguês para a formação de exércitos fortes. Esclarecer que essa associação trazia vantagens para esses dois grupos sociais.

Para que os alunos possam compreender esse conteúdo com base em suas próprias observações e conclusões, distribuir os textos a seguir.

Documento 1:

A burguesia constituía outra força com a qual deviam contar os detentores do poder, pois seu papel não cessava de aumentar […]. Apenas ela possuía dinheiro em abundância, este dinheiro líquido que circulava insuficientemente e de que os governos, sempre às voltas com encargos consideravelmente acrescidos, sentiam uma tão angustiosa necessidade. […] Os recursos de que dispunham pessoalmente os burgueses, sua importância material coletiva, sua experiência inclinava, há muito, os príncipes a procurar a garantia de seu concurso […]. Os soberanos não mais se contentavam em pedir empréstimos aos burgueses; confiavam-lhes os serviços da Moeda, a gestão de suas finanças, os encargos de judicatura […].

PERROY, Édouard. A Idade Média. Rio de Janeiro/São Paulo: Difel, 1977. p. 57-58. (História geral das Civilizações, v. III).

Glossário

Dinheiro líquido: quantidade de dinheiro que teve descontados os impostos.

Encargos de judicatura: atribuições relacionadas à função de juiz.

Documento 2:

O rei fora um aliado das cidades na luta contra os senhores. Tudo o que reduzisse a força dos barões fortalecia o poder real. Em recompensa pela sua ajuda, os cidadãos estavam prontos a auxiliá-lo com empréstimos em dinheiro. Isso era importante, porque com o dinheiro o rei podia dispensar a ajuda militar de seus vassalos (os nobres). Podia contratar e pagar um exército pronto, sempre a seu serviço. Sem depender da lealdade de um senhor […].

[…]

Não se pense nem por um minuto que os donos do dinheiro o viam apartar-se com satisfação. Nada disso. Fizeram esse empréstimo […] ao rei porque dele recebiam em compensação vantagens bem definidas.

Assim, por exemplo, era realmente uma vantagem para o comércio ter

leis, como a seguinte, aprovadas por uma autoridade central (1389): "Determinamos que uma medida e um peso sejam aceitos em todo o

Reino da Inglaterra e todo aquele que usar qualquer outro peso e medida será aprisionado por metade de um ano".

Além disso, o simples fato de se verem livres dos soldados assaltantes do pequeno barão feudal valia o dinheiro que davam. Estavam dispostos a pagar seu apoio a uma autoridade que os libertasse das exigências irritantes e da tirania dos numerosos superiores feudais. No final das contas, era econômico ligar-se a um chefe forte […].

HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1969. p. 80-82.

Solicitar à turma que leia individualmente os documentos históricos. Na sequência, promover a leitura coletiva, tirar as dúvidas que possam surgir, sobretudo no que diz respeito a algumas expressões e palavras usadas nos textos. Perguntar à turma se há alguma dúvida e, em caso afirmativo, esclarecer antes de continuar com a proposta da aula. Em seguida, explorar o conteúdo do texto com base nas seguintes perguntas: "Quem eram os burgueses?", "Que atividade econômica desenvolveram?", "Por que a burguesia possuía dinheiro em abundância?", "Como os burgueses ajudaram os reis?", "Como os reis ajudaram os burgueses?", "O que queriam os reis?", "O que queriam os burgueses?", "Como a aliança entre reis e burguesia contribuiu para a centralização do poder e a formação das monarquias nacionais?".

Depois de realizada a discussão sobre os documentos históricos, pedir aos alunos para realizarem a atividade a seguir.

1. A respeito do documento 1, responda às perguntas abaixo.

a) O que a burguesia tinha em abundância que interessava aos reis?

A burguesia dispunha de recursos materiais (dinheiro) que podiam financiar os gastos dos reis.

b) Como os burgueses colaboraram com os reis?

Por meio de empréstimos e também na administração do reino, como em transações monetárias, na gestão das finanças e em questões jurídicas.

2. A respeito do documento 2, responda às perguntas a seguir.

a) Como os burgueses colaboraram com os reis?

Os burgueses, por meio de empréstimos, financiaram os exércitos dos reis.

b) Quais as vantagens concedidas aos burgueses em troca da ajuda que deram aos reis?

Os reis centralizaram o poder, que não estava mais fragmentado entre tantos senhores feudais; fizeram leis que valiam para todo o território; padronizaram pesos e medidas; e protegeram os comerciantes de assaltantes.

3. Qual era o interesse dos reis nesse momento?

Os reis tinham o interesse de centralizar o poder em suas mãos, antes fragmentado entre diversos senhores feudais.

4. Qual era o interesse dos burgueses nesse momento?

Os burgueses queriam desenvolver e expandir o comércio, para tanto, necessitavam unificar as diversas leis e taxas nos diferentes feudos pelos quais passavam; de segurança na circulação das mercadorias; da padronização de pesos e medidas e da unificação da moeda, por isso, estavam interessados na centralização do poder nas mãos do rei.

Reservar os últimos minutos da aula para corrigir oralmente os exercícios, a fim de os alunos compartilharem suas respostas com os colegas. Para contribuir na compreensão do conteúdo, fazer na lousa um esquema para ilustrar como se deu a aliança entre os reis e a burguesia. Abaixo modelo que poderá ser utilizado na aula.

Rei

Burguesia

Interesse

Centralização do poder

Desenvolvimento do comércio e expansão de uma economia baseada na circulação de dinheiro.

Ações

Garantia da ordem interna.

Unificação de leis.

Unificação de impostos.

Unificação de moedas.

Padronização de pesos e medidas.

Criação de um exército nacional.

Apoio econômico à monarquia.

Financiamento do exército nacional.

Organização burocrática do estado.

Aula 3

Usar o início da aula para explicar como a aliança estabelecida entre os reis e a Igreja Católica também contribuiu para a formação e a consolidação das monarquias nacionais em algumas regiões da Europa. Esclarecer que a religiosidade era um elemento de grande importância para esses povos, aspecto sob o qual era fundamental o apoio da Igreja, pois ela corroborava na figura do rei a aura divina de sua missão em relação ao reino.

Em um segundo momento, solicitar aos alunos que se reúnam em duplas. Cada uma delas deverá fazer um vídeo com uma descrição do processo de formação e consolidação das monarquias nacionais na Europa com base no que aprenderam.

Explicar aos alunos que eles podem fazer apenas um vídeo com uma explicação oral do conteúdo, mas também podem lançar mão de outros recursos didáticos, como lousa, mapas e imagens, por exemplo. O vídeo deve ser feito com um celular e ter entre 2 e 3 minutos.

Para a realização do vídeo, os alunos devem elaborar um roteiro do que irão apresentar. A seguir, modelo de roteiro para a produção do vídeo.

Título do vídeo (incluir o nome do vídeo)

Imagens

Textos

Decidir se entrarão imagens e quais delas comporão a abertura do vídeo.

Apresentação: escrever uma introdução sobre o que será discutido no vídeo.

Decidir se entrarão imagens e quais delas comporão a explicação.

Argumentação: escrever sobre o processo de formação e consolidação das monarquias nacionais na Europa

Decidir se entrarão imagens e quais delas comporão a finalização do vídeo.

Finalização: apresentar as conclusões.

No processo de construção do roteiro, circular entre os grupos e orientá-los quanto à organização do conteúdo aprendido na forma de roteiro.

Verificar se todos os roteiros apresentam os conteúdos básicos necessários para a descrição do processo de formação e consolidação das monarquias nacionais, como:

renascimento comercial e urbano;

surgimento e fortalecimento da burguesia;

interesses dos reis e da burguesia;

alianças entre reis e burguesia;

alianças entre reis e Igreja Católica.

Aula 4

Nesta aula os alunos devem apresentar seus vídeos para os demais colegas da classe. Ao final das exibições, fazer um breve resumo do conteúdo trabalhado na sequência didática e solucionar as dúvidas que ainda persistirem. Se considerar oportuno, criar um blog da turma para disponibilizar os trabalhos dos alunos.

Para trabalhar dúvidas

Caso algum aluno apresente dificuldade na compreensão dos documentos históricos, reler os textos com ele e estimulá-lo com perguntas que podem ajudá-lo a entender o conteúdo abordado.

Para a realização do vídeo, os alunos devem ser capazes de descrever o processo que culminou na formação das monarquias nacionais. Caso eles não consigam fazer a descrição de todo o processo desde a ascensão da burguesia até a consolidação das monarquias nacionais, orientá-los a fazer a descrição por etapas:

o renascimento comercial e urbano e o surgimento da burguesia;

interesses dos burgueses e dos reis;

como se deu a aliança entre os dois grupos;

como se deu a aliança entre os reis e a Igreja Católica;

centralização do poder nas mãos dos reis.

Avaliação

As atividades desenvolvidas ao longo desta sequência didática devem ser avaliadas: a participação dos alunos nas discussões, a análise dos documentos históricos e a produção do roteiro e do vídeo com a descrição do processo de formação e consolidação das monarquias nacionais. Observar se os alunos fizeram intervenções ou mesmo se estavam atentos às discussões.

No que diz respeito à avaliação da atividade na qual os alunos leram e analisaram os dois documentos históricos, sugerimos o quadro abaixo.

Nome do(a) aluno(a): ________________________________________________________________________ Turma: _______

1. Compreende o tema abordado em cada texto?

( ) Sim.

( ) Não.

2. Consegue extrair as informações necessárias para responder às perguntas?

( ) Sim.

( ) Não.

3. Articula as informações retiradas do documento com o conteúdo ensinado?

( ) Sim.

( ) Não.

Por fim, ao avaliar os vídeos, verificar se os alunos conseguiram descrever, de forma didática, correta e respeitando a sequência dos acontecimentos históricos, o processo de formação das monarquias nacionais. Analisar também se foram capazes de compreender o papel exercido pelos grupos sociais na transformação social e política pela qual passou a Europa na transição do período feudal para o moderno.

Ampliação

Sugerir aos alunos que pesquisem e apresentem seminários sobre a formação de cada uma das monarquias nacionais europeias: Espanha, Portugal, França e Inglaterra. Desse modo, poderão conhecer as especificidades do surgimento de cada um desses Estados. Os alunos podem fazer pesquisas na biblioteca da escola e também em sites da internet para a realização da atividade.

Fonte: PNLD

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