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26 abril 2021

Os festejos populares brasileiros

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sequência didática

Os festejos populares brasileiros

Nesta sequência, serão abordadas manifestações artísticas e culturais brasileiras, com destaque para as festas populares. Os alunos investigarão as principais características dos festejos presentes em diversas regiões do país. Como atividade final, propomos a criação de um festejo na escola.

A BNCC na sala de aula

Objetos de conhecimento

Dança

Processos de criação

Competências específicas

1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.

3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira –, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em Arte.

4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.

8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.

9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.

Habilidades

Dança

(EF69AR12) Investigar e experimentar procedimentos de improvisação e criação do movimento como fonte para a construção de vocabulários e repertórios próprios.

(EF69AR13) Investigar brincadeiras, jogos, danças coletivas e outras práticas de dança de diferentes matrizes estéticas e culturais como referência para a criação e a composição de danças autorais, individualmente e em grupo.

(EF69AR14) Analisar e experimentar diferentes elementos (figurino, iluminação, cenário, trilha sonora etc.) e espaços (convencionais e não convencionais) para composição cênica e apresentação coreográfica.

Objetivos de aprendizagem

Investigar diferentes manifestações artísticas e culturais brasileiras, com destaque para os festejos populares.

Experimentar danças típicas do Brasil, explorando os elementos da linguagem da dança.

Pesquisar e conhecer as músicas comumente associadas às manifestações investigadas.

Valorizar os costumes e as tradições de diferentes povos.

Compreender a si e ao outro como identidades diferentes, de forma a exercitar o respeito à diferença em uma sociedade plural.

Conteúdos

Festas populares brasileiras

Danças e ritmos brasileiros

Experimentação em dança

Movimento e gestualidade

Materiais e recursos

Aparelho para reproduzir vídeos.

Imagens e trechos de vídeos de festejos populares brasileiros.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 4 aulas.

Aula 1

As festas populares no Brasil são muito variadas e de origens diversas. Os festejos podem ter origens religiosas e folclóricas, ter influências católicas ou de religiões africanas, ser fruto da mestiçagem marcante do país, bem como trazer em uma só festa elementos indígenas, africanos e europeus. Quem participa das festas pode ser chamado de brincante. Por aqui, todos podem participar e brincar!

Também conhecidos como folguedos, as festas populares brasileiras são comemoradas de norte a sul do país, em diferentes períodos do ano e variadas tradições.

O principal objetivo desta aula é conhecer e valorizar alguns dos costumes e das tradições de diferentes povos. Formar uma roda com os alunos sentados e iniciar a atividade com uma conversa a respeito das diferentes manifestações artísticas e culturais brasileiras, com destaque para as festas populares. É importante levantar os conhecimentos prévios dos alunos a respeito das festas populares brasileiras.

Tais perguntas mediadoras podem auxiliá-lo nessa tarefa:

Você conhece ou já participou de alguma festa popular?

Onde e quando acontecem essas festas?

Quem pode participar?

O que as pessoas fazem nesses festejos?

Como as pessoas se vestem?

Que danças e músicas fazem parte dessas festas?

Muitos festejos fazem parte de tradições religiosas. Você conhece ou já participou de algum festejo desse tipo?

É interessante proporcionar para a turma momentos de fruição e análise com trechos de vídeos e/ou imagens de diferentes festejos populares brasileiros. Por exemplo, congada, marujada, festas de boi, cavalhadas, maracatu, reisado, festas juninas, entre outros.

Assistir com os alunos a documentários, entrevistas e vídeos sobre essa temática. Sugerimos a série Danças brasileiras, com direção de Antônio Nóbrega e Rosane Almeida. A série é composta de 11 episódios, com cerca de 25 minutos cada, e trata de festas folclóricas de todo o Brasil.

Durante a exibição de vídeos, despertar a atenção dos alunos para a análise e a percepção de elementos que compõem as festas folclóricas, como vestimenta, acessórios, música, dança, folclore, comidas típicas, artesanato e instrumentos musicais. Chamar a atenção da turma também para os espaços convencionais e não convencionais que fazem parte da composição cênica e da apresentação coreográfica durante os festejos: Em que locais acontecem essas festas?Todos podem participar?Se sim, durante as festas, quais as regras para a boa convivência nesses espaços?.

Outro aspecto interessante a ser estudado é a relação entre esses festejos e a linguagem teatral. Por exemplo: Qual a história desses personagens retratados em festas, como o bumba meu boi?E as cavalhadas? O que dizem os gestos, a dança e os movimentos de cada personagem?. Uma atividade interessante é investigar com a turma se todos os folguedos buscam retratar uma história, bem como suas diferentes interpretações e manifestações. As impressões e as reflexões dos alunos durante a aula podem ser registradas no Diário de Arte. A seguir, sugestões de perguntas:

1. Em sua região, acontece alguma festa popular que faz parte de alguma tradição? Se sim, o que mais chama a sua atenção?

Resposta pessoal.

2. Você acha importante preservar manifestações artísticas e culturais como as festas populares? Por quê?

Resposta pessoal. Espera-se que o aluno reconheça os festejos populares como herança do povo brasileiro a ser preservada, valorizada e difundida.

Aula 2

Ao longo do tempo, características marcantes dessas festas, como a dança, a música e a maneira de se vestir e brincar, são transmitidas de geração a geração e podem sofrer algumas modificações.

Propor um diálogo com a turma a partir da seguinte questão: Será que a maneira de dançar, tocar e cantar nos folguedos tem sido a mesma ao longo dos anos?. Tal questão possibilita discutir o conceito de tradição.

Depois dessa conversa, organizar os alunos em pequenos grupos e solicitar que escolham, dos vídeos a que assistiram, o festejo que mais lhes chamou a atenção e realizem pesquisas com a intenção de registrar movimentos e fazer o levantamento de gestos e passos mais decorrentes nas danças do festejo escolhido. Se necessário, exibir novamente os vídeos.

O principal objetivo desta aula é que a turma selecione e reconheça, por meio de observação e análise, os principais gestos e movimentos dos brincantes em cada dança e ritmo musical. É possível também realizar com os alunos a pesquisa de passos tradicionais. Ao final da aula, os registros podem ser compartilhados, e podem-se também experimentar e criar novos passos. As questões a seguir podem ser de grande ajuda nesta última etapa da aula:

Diante da dança e do ritmo pesquisado, qual o gesto, o movimento ou o passo de que você mais gostou?

Será que é possível dançar o mesmo ritmo de outra maneira? Como?

Pedir aos alunos que, para a próxima aula, desenhem esses novos movimentos e experimentem-nos com o corpo. Orientar que tragam os desenhos na próxima aula.

Aula 3

Nesta aula, os alunos explorarão, na prática, a criação de movimentos dançados a partir das pesquisas realizadas. Propor experimentos em dança inspirados nos movimentos e nos gestos registrados. Para desenvolver essa proposta, podem-se explorar, por exemplo, os fatores de movimento espaço, tempo, peso e fluência. Os alunos podem:

analisar e experimentar movimentos diretos ou indiretos em diferentes ritmos brasileiros;

perceber e transformar a variação do tempo da dança, que pode alternar entre súbito/sustentado, acelerado/desacelerado, rápido/lento;

notar a força empregada no movimento dos dançarinos e identificar se tal movimento é leve, pesado, suave ou firme e experimentar as nuanças;

experimentar fluências diferentes do movimento, alternando entre movimentos livres e movimentos mais contidos;

notar o uso do espaço em danças solos ou em grupo e recriar essas danças à sua maneira.

Sugerimos também escutar e explorar com a turma diferentes características da música (ritmo, melodia, instrumentos utilizados, formas de interpretação, entre outras). Se houver tempo disponível, a turma pode construir, com sucata, instrumentos típicos dessas danças e repetir os movimentos utilizando-os.

Ao final, é interessante estabelecer uma relação dos movimentos vivenciados em sala com os observados nos vídeos.

Aula 4

Considerando as investigações e as vivências da aula anterior, a proposta desta aula é a criação de um festejo na escola. Organizados em grupos, os alunos pensarão na criação e na produção de uma história, com personagens, figurino, cenário, música e trilha sonora.

Para estimular os alunos, questionar:

Há algo em nossa região que serviria para a inspiração e a criação dessas festas?

Quem seria o personagem principal?

Que músicas e danças vamos usar em nossa criação?

Dentro da proposta, é possível promover o encontro da escola com a comunidade local, estabelecer diálogo com disciplinas como História e Geografia, bem como destacar a identidade cultural brasileira e a valorização e preservação da memória de cada povo.

A proposta pode ficar mais interessante se os alunos selecionarem músicas para a trilha sonora que fará parte da festa e, a partir das vivências anteriores em dança, criarem as danças e as sequências de movimentos.

Para trabalhar dúvidas

No decorrer das experiências e das propostas sugeridas, espera-se que os alunos aprendam a compreender a si e o outro como identidades diferentes, de forma a exercitar o respeito à diferença em uma sociedade plural.

Durante a prática, se notar alguma manifestação de preconceito em relação à deficiência física, sugerimos refletir com os alunos acerca da presença de diferentes corpos na dança e na sociedade. Para complementar tal reflexão, apresentar para a turma o trabalho de grupos de dança formados por pessoas com deficiência, como o Grupo X de Improvisação em Dança, o grupo Roda Viva Cia. de Dança e o grupo Candoco.

Ampliação

Os alunos podem pesquisar artistas que retrataram os festejos populares em suas produções artísticas e, com seu auxílio, realizar leituras de imagem, estabelecendo relações com a contemporaneidade. A pesquisa pode ser feita em uma biblioteca ou na internet, bem como em visitas a museus de sua região.


Fonte: PNLD

A diversidade cultural brasileira na dança

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Sequência didática

A diversidade cultural brasileira na dança

Nesta sequência, serão abordadas a diversidade étnica e cultural do Brasil e suas relações com a dança e os ritmos brasileiros. Ao final, será proposta a produção de um painel coletivo a respeito da temática e das experimentações em dança.

A BNCC na sala de aula

Objetos de conhecimento

Dança

Contextos e práticas

Elementos da linguagem

Artes Integradas

Matrizes estéticas e culturais

Patrimônio cultural

Competências específicas

1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.

9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.

Habilidades

Dança

(EF69AR09) Pesquisar e analisar diferentes formas de expressão, representação e encenação da dança, reconhecendo e apreciando composições de dança de artistas e grupos brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas.

(EF69AR10) Explorar elementos constitutivos do movimento cotidiano e do movimento dançado, abordando, criticamente, o desenvolvimento das formas da dança em sua história tradicional e contemporânea.

Artes Integradas

(EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.).

(EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.

Objetivos de aprendizagem

Abordar o processo de colonização e formação do povo brasileiro, bem como suas manifestações artísticas, em especial a dança.

Conhecer e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial de diversas culturas, reconhecendo as matrizes indígenas, africanas e europeias e suas contribuições na formação do povo brasileiro.

Investigar a origem e as características de danças sincréticas presentes no Brasil.

Pesquisar alguns dos principais ritmos musicais utilizados nas danças mais conhecidas de diversas regiões do Brasil (maracatu, ciranda, catira, frevo, jongo, fandango, entre outros).

Conteúdos

Diversidade étnica e cultural brasileira

Danças e ritmos brasileiros

Patrimônio cultural

Percepção rítmica e fatores dos movimentos


Materiais e recursos

Materiais para produção de cartazes: folhas de cartolina, papéis variados e coloridos, lápis de cor, canetas hidrográficas, giz de cera, tinta guache, pincéis, tesoura, cola branca, cola colorida, entre outros.

Aparelho reprodutor de vídeo ou computador.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 4 aulas.

Aula 1

Iniciar a aula fazendo as seguintes perguntas aos alunos:

Quais são os diferentes povos que contribuíram para a formação étnica e cultural do nosso país?

Quais as principais semelhanças e diferenças entre a cultura desses povos?

Você sabe qual é a sua ascendência?

O Brasil é um país conhecido mundialmente pela pluralidade cultural, e isso se reflete nos corpos, nos gestos e nas danças. Diferentes povos, desde a época da colonização brasileira, trouxeram e trazem contribuições para a formação de danças, ritmos e sons marcados pelo sincretismo cultural.

Esta aula convida professores e alunos a refletir acerca da diversidade cultural brasileira.

Organizar a turma em pequenos grupos e, a partir de uma breve pesquisa e posterior fruição de produções artísticas que retratam a história da colonização e da formação do país, assim como as grandes ondas de imigração no final do século XIX e no início do século XX, propor a investigação e a compreensão da contribuição dos povos indígenas, africanos e europeus na formação do povo brasileiro.

Fazer com a turma uma curadoria com produções de arte de diferentes linguagens artísticas sobre a temática, a fim de realizar momentos de fruição e análise. Podem-se apresentar aos alunos, por exemplo, na pintura, obras de artistas como Jean-Baptista Debret (1768-1848), Nicolas Antoine Taunay (1755-1830), Lasar Segall (1891-1957), Tarsila do Amaral (18861973), entre outros.

Questionar os alunos sobre as cores, as formas e os elementos das obras, bem como sobre qual eles acham que foi a motivação de cada artista para executar a obra visualizada. Os registros e as impressões dessa aula podem ser feitos no Diário de Arte.

Aula 2

Retomar a organização em pequenos grupos feita na aula anterior. Após a pesquisa e a compreensão a respeito da formação étnico-cultural brasileira, propõe-se o estudo das manifestações culturais do país, com ênfase nas danças e nos ritmos brasileiros.

Propor que a turma explore as cinco regiões do Brasil apontando diferentes danças e ritmos de cada uma: a origem e a história de cada dança e ritmo, a vestimenta e os acessórios usados pelos dançarinos, entre outras curiosidades. Pode-se usar como exemplo o frevo, que é um ritmo musical e uma dança praticada principalmente no carnaval de Recife, em Pernambuco. Pode-se dizer que sua origem tem raízes nas culturas africana e europeia. Esse ritmo é marcado pela forte influência da capoeira e da mistura de gêneros musicais, como a marcha, o maxixe, a música clássica, o tango brasileiro e a polca. Em 2012, o frevo entrou para a Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco. O ritmo ligeiro do frevo enfatiza os movimentos das pernas e do abdome do dançarino. O uso de sombrinhas coloridas é uma característica marcante da dança, além de auxiliar no equilíbrio do dançarino. Exemplos de outras danças e outros ritmos brasileiros que podem ser investigados:

Maracatu;

Ciranda;

Catira;

Jongo;

Fandango;

Samba;

Coco;

Xote;

Maculelê;

Carimbó.

Para facilitar o entendimento do aluno sobre o assunto e a avaliação do professor, as pesquisas podem ser organizadas da seguinte maneira e contemplar os seguintes tópicos:

Região do Brasil (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul);

Dança e ritmo musical;

Origem;

Vestimenta e acessórios usados;

Principais movimentos/gestos/passos.

Durante a aula, acompanhar o percurso de aprendizagem da turma e detectar se há modificações que se fazem necessárias para o desenvolvimento do trabalho.

Para finalizar a aula e também como um processo de avaliação, verificar os seguintes pontos em anotações, falas, reflexões e pesquisas da turma.

Exploraram ritmos e danças de diferentes regiões brasileiras? Espera-se que os alunos tenham investigado as manifestações artísticas e culturais de diferentes regiões do Brasil e, se possível, tenham estabelecido comparações entre elas.

Reconheceram as danças como manifestações sincréticas? Espera-se que os alunos tenham criado um diálogo entre o sincretismo cultural presente nas danças e nos ritmos com a formação histórico-cultural do país. Nesse ponto, é interessante também uma reflexão a respeito das imigrações atuais.

Ao conhecer sobre a pluralidade cultural e étnica do país, refletiram ou questionaram como cada cultura imprime em nós um modo de agir e de se movimentar? Espera-se que os alunos tenham reconhecido que sim.

Aulas 3 e 4

Na primeira destas aulas, sugerimos a produção de cartazes que formarão um grande painel, mostrando danças e ritmos brasileiros. Planejar com os alunos o tempo e o material necessários para a produção dos cartazes.

Conferir, em parceria com a turma, as informações coletadas na aula anterior e, posteriormente, direcionar os alunos para a produção de cartazes.

O painel poderá conter as informações sobre o tema pesquisado, com imagens que destaquem os movimentos/gestos e os passos presentes na dança. Os alunos podem compor as informações por meio do uso de fotografias, ilustrações, recortes, colagens, desenhos, pinturas e pequenos textos.

É importante que as informações sejam objetivas e de fácil visualização, bem como que as imagens contenham legendas e referências.

Após a finalização dos cartazes, definir com a turma um local adequado e o modo de fixação dos cartazes para a criação do grande painel. Para este dia, propor que cada grupo apresente, com o seu cartaz, uma trilha sonora com as músicas correspondentes às danças e aos ritmos representados. Os alunos podem preparar uma playlist de músicas que pode ser compartilhada no site ou no blog da escola, com as fotografias dos trabalhos.

Ao som das músicas pesquisadas e também de vídeos de apresentações de dança e ritmos brasileiros, propor experimentações corporais e rítmicas. Orientar os alunos a sentir a pulsação de diferentes ritmos e danças, e, juntos, brincar com a diversidade presente nas danças brasileiras. Sugerir que, antes de mexer o corpo por inteiro, tentem perceber o ritmo da música apenas com uma parte dele, como o balançar dos dedos ou da cabeça.

Ao som de um samba, por exemplo, como nosso corpo reage? É possível acompanhar o ritmo dessa música apenas com o bater dos pés? Como ficaria acompanhar esse ritmo com o corpo todo? Ao ouvir outro ritmo musical, a sensação é a mesma? E os movimentos do corpo?

Como os corpos dos dançarinos exploram o espaço em danças como o jongo? E no frevo? Como você exploraria o espaço ao dançar um desses ritmos?

Durante a prática, podem-se apresentar danças típicas de outros países e estabelecer comparações com as danças brasileiras. Como sugestão, é interessante explorar os seguintes fatores de movimento tempo, espaço, peso e fluência.

A dança brasileira se parece com danças de outros países? Há movimentos semelhantes? Qual a intensidade dos movimentos? Quais partes do corpo e espaço predominam nessas danças? Essas danças têm a mesma velocidade?

Para trabalhar dúvidas

Na aula 1, seria interessante abordar com os alunos o conceito de patrimônio cultural, que caracteriza bens de natureza material e imaterial. Organizar uma roda de conversa com o intuito de despertá-los para a conscientização e a reflexão sobre o patrimônio cultural artístico e cultural do país.

site do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) traz informações sobre o assunto e pode contribuir no trabalho de pesquisa, seja com sugestões de caminhos, seja com conteúdo. (Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/>. Acesso em: 9 out. 2018.)

Ampliação

As danças e os ritmos brasileiros envolvem muita brincadeira, mas também coreografias e passos complexos que exigem bastante treino, e é possível experimentar com a turma alguns passos tradicionais das danças brasileiras. Sugerimos a realização de pesquisas e reflexões durante a prática a respeito das possibilidades das danças tradicionais em uma abordagem contemporânea. Para auxiliar na reflexão, assistir com a turma a trechos de espetáculos de dança, por exemplo, Delírios, um espetáculo solo em que vários ritmos musicais são apresentados. (Direção: Ana Catarina Vieira. Produção e interpretação: Ângelo Madureira. Brasil, 2015. 47min43s.)


Fonte: PNLD

Arte e identidade cultural

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Sequência didática

Arte e identidade cultural

Nesta sequência, serão abordados o sincretismo e as matrizes étnico-culturais, por meio da produção de um Livro de Artista ou livro-objeto que sintetize o sincretismo étnico-cultural brasileiro e a identidade cultural dos alunos.

A BNCC na sala de aula

Objetos de conhecimento

Artes Visuais

Contextos e práticas

Elementos da linguagem

Materialidades

Processos de criação

Competências específicas

3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira –, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em Arte.

8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.

Habilidades

Artes Visuais

(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.

(EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etc.), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etc.), cenográficas, coreográficas, musicais etc.

(EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas.

(EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.).

(EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.

(EF69AR07) Dialogar com princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de criação nas suas produções visuais.

Objetivos de aprendizagem

Compreender características da sociedade brasileira com relação ao sincretismo.

Discutir como se dá a construção das relações étnico-culturais no Brasil.

Fruir e analisar manifestações artísticas e culturais da matriz africana.

Identificar e relacionar as matrizes étnicas e culturais brasileiras ao processo de miscigenação.

Reconhecer, valorizar e refletir sobre o sincretismo e as diversas matrizes étnico-culturais do Brasil.

Reconhecer, valorizar e retratar a identidade étnico-cultural por meio de experimentações artísticas.

Conteúdos

Sincretismo étnico-cultural

Matrizes étnico-culturais

Livro de artista (livro-objeto)

Identidade cultural


Materiais e recursos



Projetor de imagem e aparelho de som.

Revistas e jornais velhos.

Tesoura, cola, linha grossa (do tipo para bordar) e agulha.

Lápis, canetas e tintas como aquarela, guache e acrílica.

Objetos descartados ou miudezas sem uso e objetos orgânicos (folhas, sementes etc.).

Livro ou caderno cru.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 5 aulas.

Aula 1

Para dar início à aula, convidar os alunos para um momento de fruição e discussão. Para isso, é interessante organizá-los em semicírculo e iniciar o diálogo com as seguintes questões:

Vocês já ouviram falar sobre matriz étnico-cultural e sincretismo? O que acham que isso significa?

Será que no Brasil só há uma cultura?

Você conhece alguma pessoa de outro país? Se sim, quem? Fale-nos um pouco sobre essa pessoa.

É possível que os alunos desconheçam os conceitos de matriz estética e sincretismo por meio dessas denominações; porém, é bem provável que conheçam seu significado. Por isso é importante permitir que compartilhem suas respostas, apontando direções que os faça refletir e se aproximar do significado desses conceitos. Por exemplo, ao discutir a segunda pergunta, surgirão direcionamentos que os levarão a relacionar a cultura aos termos da primeira pergunta.

Para que os alunos reflitam mais a respeito dessas questões, é interessante apresentar a eles obras que abordem temas como o sincretismo e as matrizes étnico-culturais brasileiras, com destaque para as africanas. Para enriquecer a nutrição estética, o repertório do aluno e o diálogo, é válido utilizar, durante a mediação, obras de diversos artistas e períodos, bem como trechos de produções cinematográficas ou audiovisuais. Recomendamos a abordagem de obras como as dos artistas brasileiros Flávio Cerqueira, Ayrton Heráclito e Rosana Paulino.

Ao longo da mediação, pode-se dialogar a respeito do contexto em que a obra foi criada, estabelecendo relações ou distinções com o contexto do artista e o dos alunos. Esse momento é ideal para que se propicie uma mediação em que os alunos reflitam, argumentem e analisem as questões envolvidas nas obras, pois eles são também protagonistas no processo de ensino-aprendizagem. As questões a seguir podem impulsionar o diálogo:

Quais sensações essas obras transmitem para vocês?

Será que existem elementos em nosso cotidiano presentes nas obras? Vocês conseguem indicar algum?

Vocês se identificam com alguma das obras?

Ao analisar essas obras, elas nos dizem algo a respeito da cultura brasileira?

Não é necessário apresentar todas as obras para, em seguida, fazer as perguntas, uma vez que o diálogo pode suscitar outras questões. Fica a seu critério organizar como as obras serão abordadas, porém é importante considerar que a mediação seja dinâmica. Além disso, o foco é que o aluno reflita acerca da matriz africana como integrante dos processos sociais, culturais, econômicos, políticos e artísticos, percebendo, refletindo e valorizando sua importância. Podem-se abordar, também, por meio da leitura das produções artísticas, a ideologia da democracia racial e o ideal de branqueamento.

Propor aos alunos que pesquisem costumes ou manifestações artísticas resultantes do sincretismo étnico-cultural presente em seu bairro ou sua cidade. A pesquisa pode ser realizada na sala de informática; o ideal, porém, é que os alunos pesquisem em seu bairro, observando as manifestações culturais para, aí sim, pesquisar suas possíveis origens em livros, na internet etc. As pesquisas podem ser registradas em ilustrações, fotografias e textos, que serão utilizados na aula seguinte.

Aula 2

Para iniciar a aula, organizar os alunos em círculo, para que possam compartilhar os resultados da pesquisa sugerida na aula anterior. Nesse momento, é interessante posicionar algumas mesas no centro da roda de alunos com as imagens pesquisadas, de modo que todos possam observá-las. Pode-se também possibilitar que cada aluno comente brevemente sobre sua pesquisa e a de seus colegas.

Muitas semelhanças e distinções podem surgir e é interessante que os alunos notem isso ao longo da discussão. Eles podem analisar como tradições e costumes cotidianos o que é resultante da mescla entre culturas. Um ótimo exemplo são as comidas e as danças, cujas origens passam despercebidas no dia a dia.

É importante que os alunos reflitam criticamente sobre a supervalorização da cultura herdada das matrizes europeias, notando, em suas pesquisas, como os traços da matriz africana ainda são desvalorizados por muitos.

Trazer para o diálogo outros elementos culturais originários da matriz africana ou que são frutos do sincretismo étnico-cultural, como músicas, ritmos, danças, vestimenta, entre outros.

Pedir que os alunos anotem e respondam às seguintes perguntas no caderno (ou no Diário de Arte) como forma de registrar o que foi discutido ao longo das aulas.

Além das perguntas, os alunos podem fazer anotações ou desenhos das ideias que acharem mais interessantes. Estipular um tempo para que eles respondam às questões e depois organizar uma roda de conversa, para que todos possam compartilhar suas respostas. É sempre importante dedicar um tempo para a troca de ideias.

1. Quais matrizes étnicas e culturais você acha que constituem o Brasil?

Resposta pessoal. Como a questão foi discutida no decorrer das aulas com destaque para a matriz africana, espera-se que os alunos considerem ao menos a matriz africana. Considerar também como parte da resposta a matriz indígena.

2. Quais costumes brasileiros podem ser fruto do sincretismo cultural brasileiro?

Resposta pessoal. Com base na pesquisa e na discussão, os alunos poderão identificar muitos costumes ou manifestações resultantes do sincretismo. Por exemplo, o hábito de tomar mais de um banho por dia (costume indígena).

Após o diálogo, propor aos alunos que façam uma colagem de imagens que retratem costumes ou manifestações brasileiras possivelmente resultantes do sincretismo étnico-cultural. Para isso, eles podem utilizar suas pesquisas e recortes de revistas ou jornais. Essa proposta pode ser realizada coletivamente, e a turma pode identificar manifestações sincréticas, analisando-as em conjunto. Por exemplo, se os alunos elegerem uma dança, podem anotar ao lado as possíveis matrizes dessa dança; além disso, o mural de colagem servirá como um incentivo à pesquisa, já que poderão conferir se seus palpites coincidem com os de outros grupos.

Por fim, os alunos farão uma nova pesquisa extraclasse, dessa vez para investigar as matrizes étnico-culturais de sua família e/ou seus antepassados. Essa investigação propõe a valorização e a compreensão da própria identidade étnica, cultural e histórica. O registro da pesquisa pode ser realizado a partir de fotografias ou cópias delas, desenhos, gravações audiovisuais, pinturas, recortes e textos, que serão utilizados posteriormente.

Aula 3

Iniciar uma conversa com os alunos, realizando um breve diagnóstico do que recordam acerca das discussões anteriores. Em seguida, propor que se organizem em grupos para que possam compartilhar o que descobriram em suas pesquisas.

Cada aluno poderá comentar sobre as matrizes étnico-culturais percebidas em sua família e/ou seus antepassados e quais costumes ou manifestações podem ter resultado do sincretismo cultural. Nesse momento, é interessante chamar a atenção dos alunos para que observem como os costumes de diversas etnias podem se repetir em diferentes famílias por gerações e, ao mesmo tempo, como as famílias ou os antepassados possuem sua singularidade.

Com base nas pesquisas e nos registros feitos pelos alunos, propor a criação coletiva de um Livro de Artista, em que possam explorar diversas linguagens e materialidades por meio de desenho, pintura, fotografia, colagem etc. A ideia é que os alunos sintetizem no Livro de Artista a pluralidade étnico-cultural brasileira, buscando valorizar suas identidades. Para a elaboração do livro, realizar uma medição com exemplos de livros de artista ou livros-objeto. Trabalhos de artistas como Genevieve Seille, Barton Lidice Beněs e Artur Barrio podem nortear a mediação.

Pedir que os alunos coletem, e tragam para a próxima aula, materiais diversos, como recortes de jornais e revistas, fotografias ou cópias delas, objetos descartados ou miudezas sem uso e, se desejarem, material orgânico como folhas e sementes caídas. A base para a feitura do livro pode ser um caderno ou livro cru, mas é possível utilizar papéis diversos para formar um livro (nesse caso, será preciso auxiliar os alunos na colagem ou na costura das páginas). Ainda com a formação em grupos, reservar o fim desta aula para que os alunos comecem a trocar ideias e a se organizar.

Aula 4

Para dar início à aula, pedir que os alunos voltem à formação em grupo da aula anterior. Em seguida, retomar com a turma a proposta sugerida anteriormente sobre a elaboração de um Livro de Artista.

Antes de iniciar a execução do trabalho, certificar-se de que os grupos dispõem de materiais básicos como canetas, lápis, cola, tesoura e tinta, além daqueles solicitados na aula anterior. Os grupos podem criar um esboço das ideias, se preferirem.

É importante orientar os grupos quando surgirem dúvidas e acompanhar o andamento da prática. Além disso, pode-se realizar um breve diálogo explicando o foco da proposta, que é a pluralidade e o sincretismo étnico-cultural brasileiro, de modo que o livro contenha traços de todos os integrantes do grupo. Uma possibilidade é que cada aluno realize um esboço de suas ideias, e, em seguida, o grupo pode discutir a melhor maneira de conectar ou integrar as ideias. O ideal é que não se prendam somente a uma técnica, mas que busquem explorar diversas linguagens, como o desenho, a pintura, a colagem, entre outras. Para a realização da proposta, talvez seja necessário usar uma parte da próxima aula.

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Sussi Hj/Shutterstock.com

Livro colorido feito à mão utilizando papéis variados.

Aula 5

Nesta aula, serão realizadas a exposição, a fruição e a análise dos Livros de Artista entre a turma. Os alunos podem dialogar e refletir a respeito de seus processos criativos, expondo suas observações acerca do trabalho executado.

É interessante organizar a sala e expor os livros para que todos possam observá-los e analisá-los coletivamente. O diálogo a respeito do processo criativo é essencial para que os alunos reflitam sobre a importância das pesquisas e dos registros realizados ao longo das aulas, e sobre como a abordagem dos temas sincretismo e matrizes étnico-culturais fomentou a expressão de pensamentos, ideias e sentimentos por meio da criação artística e da experimentação.

Os alunos podem comentar sobre os livros, destacando os pontos que lhes chamarem mais a atenção, quais técnicas e elementos observam e que sensações os livros transmitem. Após compartilharem suas impressões iniciais, os grupos podem discorrer brevemente sobre seu processo de criação. Dessa forma, a turma poderá perceber diferentes visões e a singularidade de cada grupo ao retratar a pluralidade e o sincretismo étnico-cultural.

Por fim, pode-se propor à turma a realização de uma exposição dos livros. Se os alunos concordarem, combinar com a direção da escola um local da escola onde possa ocorrer a exposição. É importante escolher adequadamente o local e o suporte onde serão expostos os livros.

Para trabalhar dúvidas

Ao longo da fruição e do diálogo, é possível que alguns alunos tenham dúvidas em relação aos termos sincretismo e matriz étnico-cultural. A realização de um diagnóstico durante as aulas é essencial para que se possa perceber quando o aluno não compreendeu algum tópico. Neste caso, é aconselhável realizar pausas no diálogo para esclarecer dúvidas que possam surgir.

No momento da construção do Livro de Artista, é aconselhável esclarecer aos alunos que a proposta não se trata apenas de uma colagem em livro, pois há infinitas possibilidades de experimentações. É interessante que os livros-objeto de artistas apresentados sejam de tipos variados. Dessa forma, é possível ampliar o olhar da turma para a experimentação, a criatividade e a curiosidade no momento da prática.

Ampliação

Se possível, organizar uma visita a exposições e museus de sua cidade que retratem a cultura afro-brasileira e o sincretismo étnico-cultural no Brasil.

No país existem muitos acervos de obras de arte que retratam as matrizes brasileiras. O Museu Afro Brasil, em São Paulo, possui um acervo com mais de 6 mil obras que abrangem os temas religião, trabalho, escravidão, arte, entre outros, voltados às culturas africana e afro-brasileira. O museu conta também com um acervo digital que disponibiliza mais de 5 mil obras. É possível navegar pelo acervo digital do Museu Afro Brasil por meio do link <http://www.museuafrobrasil.org.br/acervo-digital> (acesso em: 9 out. 2018).

Outra fonte de pesquisa sobre diversidade étnico-cultural é o Museu da Pessoa, em cujo site é possível encontrar histórias de pessoas de todas as origens. É possível também contar a própria história e montar a própria coleção de imagens. O endereço do site é <http://www.museudapessoa.net/pt/o-museu-da-pessoa> (acesso em: 9 out. 2018).


Fonte: PNLD