07 fevereiro 2023

Homônimos e parônimos

Homônimos e parônimos


Homônimos são palavras que apresentam significados diferentes, mas que são pronunciadas da mesma forma, como cem e sem.

Parônimos são também palavras que apresentam significados diferentes, mas que são pronunciadas da forma parecida, como comprimento e cumprimento.

Palavras homônimas

As palavras homônimas subdividem-se em:

  • homônimos perfeitos;
  • homônimos homófonos;
  • homônimos homógrafos. 

Homônimos perfeitos

Grafia (escrita): igual
Fonética (som): igual
Significado: diferente

Exemplos de homônimos perfeitos:

  • caminho (itinerário) e caminho (verbo caminhar);
  • cedo (com antecedência) e cedo (verbo ceder);
  • leve (com pouco peso) e leve (verbo levar);
  • morro (monte) e morro (verbo morrer);
  • rio (curso de água) e rio (verbo rir);
  • são (saudável) e são (verbo ser);
  • verão (estação do ano) e verão (verbo ver);
  • ...

Homônimos homófonos

Grafia (escrita): diferente
Fonética (som): igual
Significado: diferente

Exemplos de homófonos:

  • acento e assento;
  • alto e auto;
  • caçar e cassar;
  • cela e sela;
  • cinto e sinto;
  • cocha e coxa;
  • concerto e conserto;
  • conselho e concelho;
  • houve e ouve;
  • mau e mal;
  • noz e nós;
  • remissão e remição;
  • seção e sessão;
  • senso e censo;
  • trás e traz;
  • voz e vós;
  • ...

Homônimos homógrafos

Grafia (escrita): igual
Fonética (som): diferente
Significado: diferente

Exemplos de homógrafos:

  • acerto (correção) e acerto (verbo acertar);
  • acordo (combinação) e acordo (verbo acordar);
  • apoio (suporte) e apoio (verbo apoiar);
  • choro (pranto) e choro (verbo chorar);
  • colher (talher) e colher (apanhar);
  • começo (princípio) e começo (verbo começar);
  • cor (coloração) e cor (memória);
  • dúvida (incerteza) e duvida (verbo duvidar);
  • gosto (sabor) e gosto (verbo gostar);
  • hábito (costume) e habito (verbo habitar);
  • jogo (entretenimento) e jogo (verbo jogar);
  • molho (caldo) e molho (verbo molhar);
  • sábia (sabedora) e sabia (verbo saber);
  • sede (vontade de beber) e sede (matriz);
  • sobre (acerca de) e sobre (verbo sobrar);
  • ...

Veja também: Exemplos de uso de homônimos.

Palavras parônimas

Grafia (escrita): parecida
Fonética (som): parecida
Significado: diferente

Exemplos de parônimos:

  • absorver e absolver;
  • aferir e auferir;
  • apóstrofe e apóstrofo;
  • cavaleiro e cavalheiro;
  • conjuntura e conjectura;
  • deferir e diferir;
  • descrição e discrição;
  • dirigente e diligente;
  • discriminar e descriminar;
  • dispensa e despensa;
  • emigrante e imigrante;
  • eminente e iminente;
  • estofar e estufar;
  • flagrante e fragrante;
  • fluir e fruir;
  • fluvial e pluvial;
  • imergir e emergir;
  • implícito e explícito;
  • infligir e infringir;
  • influxo e efluxo;
  • mandado e mandato;
  • místico e mítico;
  • preceder e proceder;
  • ratificar e retificar;
  • revezar e revisar;
  • soar e suar;
  • tráfego e tráfico;

Orações subordinadas adverbiais

Orações subordinadas adverbiais



As orações subordinadas adverbiais são aquelas que possuem a função do advérbio, funcionado como adjunto adverbial na frase.

Dependendo da função que exercem, as orações subordinadas adverbiais são classificadas em 9 tipos: causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, temporais, proporcionais.

Vale lembrar que uma oração é subordinada quando estabelece uma função sintática sobre outras, ou seja, depende de outra para que apresente seu sentido completo.

Dependendo da função sintática exercida na frase, as orações subordinadas são classificadas em três tipos: adverbiais, adjetivas e substantivas.

Classificação das orações subordinadas adverbiais

As orações subordinadas adverbiais são iniciadas com uma conjunção subordinativa (ou locução), isto é, aquelas que ligam as frases (principal e a subordinada).

Elas são classificadas em nove tipos, de acordo com a circunstância que exprimem na frase:

1. Oração subordinada adverbial causal

As orações subordinadas adverbiais causais exprimem causa ou o motivo.

As conjunções subordinativas adverbiais utilizadas são: porque, que, como, pois que, porquanto, visto que, uma vez que, já que, etc.

Exemplos:

  • Não fomos à festa, pois estava chovendo muito.
  • Ele não foi à escola hoje, porque estava doente.

2. Oração subordinada adverbial comparativa

As orações subordinadas adverbiais comparativas exprimem comparação.

As conjunções subordinativas adverbiais utilizadas são: como, assim como, tal como, tanto como, tanto quanto, como se, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que (combinado com menos ou mais).

Exemplos:

  • Paula é estudiosa tanto quanto seu irmão (é).
  • Luísa estava nervosa na reunião tal como eu (estava).

3. Oração subordinada adverbial concessiva

As orações subordinadas adverbiais concessivas exprimem quebra de expectativa.

As conjunções subordinativas adverbiais utilizadas são: embora, conquanto, por mais que, posto que, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, em que pese, etc.

Exemplos:

  • Luciana gosta muito de dançar, embora esteja com o pé quebrado.
  • Por mais que Rosana não queira, ela vai à apresentação.

4. Oração subordinada adverbial condicional

As orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem condição.

As conjunções subordinativas adverbiais utilizadas são: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.

Exemplos:

  • Iremos à festa, desde que não chova.
  • Caso José apareça, falaremos sobre a reunião.

5. Oração subordinada adverbial conformativa

As orações subordinadas adverbiais conformativas exprimem conformidade.

As conjunções subordinativas adverbiais utilizadas são: conforme, segundo, como, consoante, de acordo, etc.

Exemplos:

  • Consoante às regras de conduta criadas, Antenor preferiu alertar seus colegas de trabalho.
  • Faremos o bolo conforme as dicas dadas pela Maria Elisa.

6. Oração subordinada adverbial consecutiva

As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem consequência.

As conjunções subordinativas adverbiais utilizadas são: de modo que, de sorte que, sem que, de forma que, de jeito que, etc.

Exemplos:

  • O palestrante falou tão baixo, de forma que não conseguimos ouvir a apresentação.
  • Nunca abandonou seus sonhos, de sorte que acabou concretizando-os.

7. Oração subordinada adverbial final

As orações subordinadas adverbiais finais exprimem finalidade.

As conjunções subordinativas adverbiais utilizadas são: a fim de que, para que, que, porque, etc.

Exemplos:

  • Estamos aqui para trabalhar.
  • Escolhemos fazer o curso para que possamos trabalhar na área desejada.

8. Oração subordinada adverbial temporal

As orações subordinadas adverbiais temporais exprimem circunstância de tempo.

As conjunções subordinativas adverbiais utilizadas são: enquanto, quando, desde que, sempre que, assim que, agora que, antes que, depois que, logo que, etc.

Exemplos:

  • Enquanto eles se divertem, nós trabalhamos.
  • Assim que passar no exame final, irei de férias.

9. Oração subordinada adverbial proporcional

As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem proporção.

As conjunções subordinativas adverbiais utilizadas são: à proporção que, à medida que, ao passo que, tanto mais, tanto menos, quanto mais, quanto menos, etc.

Exemplos:

  • À medida que o tempo passa, estamos mais distantes.
  • Quanto mais estudava para a prova, mais confiante ficava.
Palavras-chave: Orações subordinadas- adverbiais-substantivas-adjetivas-conjunções- sintaxe

05 fevereiro 2023

Classes gramaticais

Classes gramaticais


Análise morfológica

A morfologia é o estudo da estrutura e da formação das palavras. A Análise morfológica analisa a classe gramatical dos elementos que formam um enunciado linguístico individualmente, sem que haja ligação entre eles.

São classes gramaticais:substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.


A análise sintática, por sua vez, analisa a função e a ligação de cada elemento que forma um enunciado linguístico.

Assim, a análise morfossintática analisa os elementos do mesmo enunciado linguístico sintática e morfologicamente.

Substantivo

É a palavra que dá nome aos objetos, aos lugares, às ações, aos seres em geral, entre outros.

O substantivo varia em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo).

Quanto à formação, o substantivo pode ser:

  • Primitivo – é o nome que não deriva de outra palavra da língua portuguesa. Exemplos: casa, pedra e jornal.
  • Derivado – é o nome que deriva de outra palavra da língua portuguesa. Exemplos: casarão, pedreira e jornaleiro (palavras derivadas dos exemplos acima, respetivamente).
  • Simples – é o nome formado por apenas um radical. Radical é o elemento que é a base do significado das palavras. Exemplos: casa, flor e gira, cujos radicais são respetivamente: cas, flor e gir.
  • Composto – é o nome formado por mais do que um radical. Exemplos: couve-flor, girassol e passatempo, cujos radicais são respetivamente: couve flor, gir e sol e passa  e tempo

Quanto ao elemento que nomeia, o substantivo pode ser:

  • Comum – é a palavra que dá nome aos elementos da mesma espécie, de forma genérica. Exemplos: cidade, pessoa e rio.
  • Próprio – é a palavra que dá nome aos elementos de forma específica, por isso, são sempre grafados com letra maiúscula. Exemplos: Bahia, Ana e Tietê.
  • Concreto – é a palavra que dá nome aos elementos concretos, de existência real ou imaginária. Exemplos: casa, fada e pessoa.
  • Coletivo – é a palavra que dá nome ao grupo de elementos da mesma espécie. Exemplos: acervo (conjunto de obras de arte), cardume (conjunto de peixes) e resma (conjunto de papéis).
  • Abstrato – é a palavra que dá nome a ações, estados, qualidades e sentimentos. Exemplos: trabalho, alegria, altura e amor.

Artigo

É a palavra que antecede os substantivos.

O artigo varia em gênero e número, bem como o determina (artigo definido) ou o generaliza (artigo indefinido).

  • São artigos definidos: o, a (no singular) e os, as (no plural)
  • São artigos indefinidos: um, uma (no singular) e uns, umas (no plural)

Adjetivo

É a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos substantivos e varia em gênero, número e grau.

Quanto à formação, o adjetivo pode ser:

  • Primitivo – é o adjetivo que dá origem a outros adjetivos. Exemplos: alegre, bom e fiel.
  • Derivado – é o adjetivo que deriva de substantivos ou verbos. Exemplos: alegria e bondade (palavras derivadas dos exemplos acima, respetivamente) e escritor (palavra derivada do verbo escrever).
  • Simples – é o adjetivo formado por apenas um radical. Exemplos: alta, estudioso e honesto, cujos radicais são respetivamente: alt, estud e honest.
  • Composto – é o adjetivo formado por mais do que um radical. Exemplos: superinteressante, surdo-mudo e verde-claro, cujos radicais são respetivamente: super e interessant, surd e mud e verd e clar.

Há também os Adjetivos Pátrios, que caracterizam os substantivos de acordo com o seu local de origem. Exemplos: brasileiro, carioca e sergipano.

Por sua vez, as Locuções Adjetivas são o conjunto de palavras que tem valor de adjetivo. Exemplos: de anjo (=angelical), de mãe (=maternal) e de face (=facial).

Numeral

É a palavra que indica a posição ou o número de elementos.

Os numerais classificam-se em:

  • Cardinais – é a forma básica dos números, utilizada na sua contagem. Exemplos: um, dois e vinte.
  • Ordinais – é a forma dos números que indica a posição de um elemento numa série. Exemplos: segundo, quarto e trigésimo.
  • Fracionários – é a forma dos números que indica a divisão das proporções. Exemplos: meio, metade e um terço.
  • Multiplicativos – é a forma dos números que indica multiplicação. Exemplos: dobro, duplo e sêxtuplo.

Os numerais coletivos, por sua vez, são substantivos que indicam um conjunto de elementos. Exemplos: uma dúzia (conjunto de doze), semestre (conjunto de seis) e centena (conjunto de cem).

Pronome

É a palavra que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a relação das pessoas do discurso e varia em gênero, número e pessoa.


Os pronomes classificam-se em:

  • Pessoais – Caso reto (quando são o sujeito da oração): eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e Caso oblíquo (quando são complemento da oração): me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, a, lhe, se, si, consigo, nos, conosco, vos, convosco, os, as lhes, se, si, consigo.
  • Possessivos – meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e respetivas flexões.
  • Demonstrativos – este, esse, aquele e respetivas flexões, isto, isso, aquilo.
  • Relativos – o qual, a qual, cujo, cuja, quanto e respetivas flexões, quem, que, onde.
  • Indefinidos – algum, alguma, nenhum, nenhuma, muito, muita, pouco, pouca, todo, toda, outro, outra, certo, certa, vário, vária, tanto, tanta, quanto, quanta, qualquer, qual, um, uma e respetivas flexões e quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.
  • Interrogativos – qual, quais, quanto, quanta, quantas, quem, que.

Nos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tratamento. Exemplos: Você, Senhor e Vossa Excelência.

Verbo

É a palavra que exprime ação, estado, mudança de estado, fenômeno da natureza.

O verbo varia em pessoa (primeira, segunda e terceira), número (singular e plural), tempo (presente, passado e futuro), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo) e voz (ativa, passiva e reflexiva).

Exemplos:

  • O time adversário marcou gol. (ação)
  • Estou tão feliz hoje! (estado)
  • De repente ficou triste (mudança de estado)
  • Trovejava sem parar. (fenômeno da natureza)

Advérbio

É a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, exprimindo circunstâncias de tempo, modo, intensidade, entre outros.

Os advérbios classificam-se em:

  • Modo – Exemplos: assim, devagar e grande parte das palavras terminadas em “-mente”.
  • Intensidade – Exemplos: demais, menos e tão.
  • Lugar – Exemplos: adiante, lá e fora.
  • Tempo – Exemplos: ainda, já e sempre.
  • Negação – Exemplos: não, jamais e tampouco.
  • Afirmação – Exemplos: certamente, certo e sim.
  • Dúvida – acaso, quiçá e talvez.

Preposição

É a palavra que liga dois elementos da oração.

As preposições classificam-se em:

  • Essenciais – têm somente função de preposição. Exemplos: a, desde e para.
  • Acidentais – não têm propriamente a função de preposição, mas podem funcionar como tal. Exemplos: como, durante e exceto.

Há também as Locuções Prepositivas, conjunto de palavras que tem valor de preposição. Exemplos: apesar de, em vez de e junto de.

Conjunção

É a palavra que liga duas orações.

As conjunções classificam-se em:

  • Coordenativas: Aditivas (e, nem), Adversativas (contudo, mas), Alternativas (ou…ou, seja…seja), Conclusivas (logo, portanto) e Explicativas (assim, porquanto).
  • Subordinativas: Integrantes (que, se), Causais (porque, como), Comparativas (que, como), Concessivas (embora, posto que), Condicionais (caso, salvo se), Conformativas (como, segundo), Consecutivas (que, de maneira que), Temporais (antes que, logo que), Finais (a fim de que, para que) e Proporcionais (ao passo que, quanto mais).

Há também as Locuções Conjuntivas, conjunto de palavras que tem valor de conjunção. Exemplos: contanto que, logo que e visto que.

Interjeição

É a palavra que exprime emoções e sentimentos.

As interjeições podem ser classificadas em:

  • Advertência – Calma!, Devagar!, Sentido!
  • Saudação – Alô!, Oi!, Tchau!
  • Ajuda – Ei!, Ô!, Socorro!
  • Afugentamento – Fora!, Sai! Xô!
  • Alegria – Eba!, Uhu! Viva!
  • Tristeza – Oh!, Que pena!, Ui!
  • Medo – Credo!, Cruzes!, Jesus!
  • Alívio – Arre!, Uf!, Ufa!
  • Animação – Coragem!, Força!, Vamos!
  • Aprovação – Bis!, Bravo!, Isso!
  • Desaprovação – Chega!, Francamente! Livra!,
  • Concordância –Certo!, Claro!, Ótimo!
  • Desejo – Oxalá!, Quisera!, Tomara!
  • Desculpa – Desculpa!, Opa!, Perdão!
  • Dúvida – Hã?, Hum?, Ué!
  • Espanto – Caramba!, Oh!, Xi!,
  • Contrariedade – Credo!, Droga!, Porcaria!

Há também as Locuções Interjetivas, conjunto de palavras que tem valor de conjunção. Exemplos: Cai fora!, Muito obrigada!, Volta aqui!

Para saber mais leia também os artigos:

Exercícios de análise morfológica

Vamos pôr em prática o conteúdo estudado acima e analisar morfologicamente os enunciados abaixo:

1) Falam muito mal dela, agora fingem-se seus amigos fiéis.

Falam – 3.ª pessoa do plural do verbo falar, conjugado no presente do indicativo, voz ativa
muito - Advérbio de intensidade
mal - Advérbio de modo
dela – Forma contraída de (preposição) + ela (pronome pessoal do caso reto)
agora – Advérbio de tempo
fingem-se - 3.ª pessoa do plural do verbo fingir, conjugado no presente do indicativo, conjugação pronominal
seus – Pronome possessivo
amigos – substantivo comum
fiéis – Adjetivo

2) Viajamos para o Nordeste nas últimas férias.

Viajamos – 3.ª pessoa do plural do verbo viajar, conjugado no pretérito perfeito do indicativo, voz ativa
para – Preposição essencial
o – Artigo definido
Nordeste – Substantivo próprio
nas – Forma contraída em (preposição) + as (artigo definido)
últimas – Adjetivo
férias – Substantivo abstrato