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26 abril 2021

A arte no cotidiano

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Sequência didática

A arte no cotidiano

Nesta sequência, será abordada a arte no cotidiano; visando proporcionar a reflexão sobre a importância do contato com a arte em espaços públicos.

A BNCC na sala de aula

Objetos de conhecimento

Artes Visuais

Contextos e práticas

Artes Integradas

Processos de criação

Matrizes estéticas e culturais

Arte e tecnologia

Competências específicas

2. Compreender as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas condições particulares de produção, na prática de cada linguagem e nas suas articulações.

6. Estabelecer relações entre arte, mídia, mercado e consumo, compreendendo, de forma crítica e problematizadora, modos de produção e de circulação da arte na sociedade.

8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.

Habilidades

Artes Visuais

(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.

Artes Integradas

(EF69AR32) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.

(EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.).

(EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.

Objetivos de aprendizagem

Compreender a importância da obra de arte no cotidiano.

Estimular a percepção dos alunos.

Aprofundar o conhecimento na arte do azulejo trazida ao Brasil pelos portugueses, de forma a promover o entendimento de diferentes culturas e produções artísticas através desse objeto.

Conteúdos

Arte e acesso público

Acesso a diferentes culturas e produções artísticas

Materiais e recursos

Papéis diversos, imagens diversas, retalhos de tecido, entre outros materiais para colagem

Pedaços de papel com reprodução de frases, poemas e trechos musicais.

Cola, tesoura, caneta, barbante e materiais diversos para recorte e colagem.

Projetor de imagens ou computador.

Equipamento para registro fotográfico (aparelho celular ou máquina fotográfica).

Diário de Arte.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 4 aulas.

Aula 1

Iniciar a aula apresentando as características culturais da arte do Brasil colonial, direcionando e destacando como exemplo os azulejos. Mostrar aos alunos os diversos padrões de azulejos, como os comuns (que qualquer aluno pode ter em sua casa), os azulejos históricos trazidos pelos portugueses ao Brasil, os azulejos da arquitetura islâmica; e o azulejo na arte contemporânea.

Pode-se também citar brevemente artistas que utilizaram o azulejo em suas produções artísticas. Por exemplo, Alfredo Volpi (1896-1988), Burle Marx (1909-1994), Djanira da Motta e Silva (1914-1979) e Candido Portinari (1903-1962).

Apresentar o artista Athos Bulcão (1918-2008) e suas obras como destaque dessa atividade, priorizando obras que estão inseridas no cotidiano do aluno e interferem na arquitetura urbana. (Disponível em: <http://fundathos.org.br/>. Acesso em: 5 out. 2018.)

Athos Bulcão atuou em diversos segmentos artísticos, destacando-se pelo uso dos azulejos e por suas obras inseridas em espaços públicos. Entre as características predominantes nas obras de Athos Bulcão, encontramos sua integração na arquitetura e na paisagem urbana, os desenhos geométricos e as linhas, o uso das cores puras e a rotação nas peças proporcionando outras possibilidades de organização e composição.

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Nessa Gnatoush/Shutterstock.com

Azulejos decorados com motivos diversos.

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RedKoala/Shutterstock.com

Azulejos decorados com motivos geométricos.

Para a interação dos alunos com o tema proposto, podem-se fazer as seguintes questões para a turma:

Na sua opinião, qual a função dos azulejos na arquitetura convencional (em casas, hospitais, restaurantes etc.)?

Na sua casa ou na escola há azulejos nas paredes? Eles têm imagens reproduzidas? Como são essas imagens? Essas imagens permitem uma rotação e reconstrução do mesmo modo que os azulejos das obras de Athos Bulcão?

Em quais tipos de arquitetura, podemos encontrar azulejos?

Na sua opinião, qual a importância da arte inserida em espaços de acesso público?

O azulejo sempre é utilizado como decoração? Quais suas funções?

Aula 2

Abrir espaço para que os alunos apreciem e conversem sobre produções artísticas que se integram aos conceitos trabalhados em aula. Este momento também é fundamental para proporcionar estados de estesia e reflexão. Sugere-se o momento de nutrição estética a partir do trabalho do artista Athos Bulcão. Dialogar com os alunos sobre a importância da arte no cotidiano e da arte inserida na arquitetura urbana pode ser um excelente modo para introduzir o assunto. É importante estimular os alunos a relatarem as principais arquiteturas públicas que estão presentes em seu trajeto de casa até a escola e identificar a arte que encontram nesse mesmo trajeto.

Pedir que os alunos tragam para a aula seguinte o registro fotográfico de uma das obras arquitetônicas presentes no espaço público no trajeto de casa até a escola.

Aula 3

Iniciar a aula sugerindo que os alunos apresentem aos colegas as imagens registradas, justificando o motivo da escolha e o que na opinião deles poderia ser modificado. Aqui é possível aproveitar a oportunidade e conversar com os alunos sobre patrimônio público e privado e a conservação de prédios na cidade em que vivem.

As imagens de arquitetura escolhidas serão a base para a realização de intervenções artísticas. Para realizar intervenções com pintura, colagem ou projeção de imagens (com material multimídia), será necessário orientar os alunos sobre as autorizações necessárias para esse tipo de trabalho artístico.

Os alunos também podem criar um dossiê (com desenhos e texto escrito) sugerindo ao poder público a conservação de patrimônios materiais locais.

Outra sugestão é a de criar imagens, a partir das fotografias produzidas pelos alunos, fazendo intervenções com desenhos, colagens, pinturas ou frases (poemas, trechos de músicas ou escrita livre).

Aula 4

Será fundamental fazer registros fotográficos e dos relatos dos alunos para inserir no Diário de Arte. Esses registros poderão auxiliar na realização do projeto, avaliação e possível replanejamento. Ao final do projeto, propor uma exposição a partir do material coletado durante o processo e os produtos finais. Esse mesmo material pode ser fotografado e exposto em uma página da internet desenvolvida pelos alunos com o auxílio do professor.

Pode-se também fotografar o projeto e criar um arquivo digital que facilite a visualização das imagens  comparando as arquiteturas originais e as imagens das intervenções artísticas desenvolvidas pelos alunos.

O material fotográfico das intervenções em linguagens artísticas (desenho, pintura, colagem e outras possibilidades) pode ser exposto na escola ou em um site ou blog para mostrar o desenvolvimento e o resultado do projeto.

Para trabalhar dúvidas

Há várias intervenções urbanas realizadas por todo o mundo que podem servir de exemplo e inspiração aos alunos, desde grandes intervenções em espaços públicos até intervenções em escolas. Muitas delas podem ser visualizadas na internet.

Ampliação

É possível utilizar o Diário de Arte e/ou portfólio, incluindo o registro da atividade, para, como ampliação desta sequência didática, fazer comparações com as produções do início do ano: O que mudou na produção? O que ainda é preciso mudar?

A análise desses e outros instrumentos possibilita ao próprio aluno valorizar seu processo criativo e de aprendizagem.


Fonte: PNLD

Mitos da Criação: a identidade brasileira e o imaginário popular

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Sequência didática

Nesta sequência, a partir dos mitos e das lendas do imaginário popular brasileiro, serão abordadas improvisações sonoras explorando materiais não convencionais.

A BNCC na sala de aula

Objetos de conhecimento

Artes Visuais

Contextos e práticas

Música

Contextos e práticas

Materialidades

Processos de criação

Competências específicas

5. Mobilizar recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e criação artística.

9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.

Habilidades

Artes Visuais

(EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etc.), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etc.), cenográficas, coreográficas, musicais etc.

Música

(EF69AR16) Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e funções da música em seus contextos de produção e circulação, relacionando as práticas musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

(EF69AR21) Explorar e analisar fontes e materiais sonoros em práticas de composição/criação, execução e apreciação musical, reconhecendo timbres e características de instrumentos musicais diversos.

(EF69AR23) Explorar e criar improvisações, composições, arranjos, jingles, trilhas sonoras, entre outros, utilizando vozes, sons corporais e/ou instrumentos acústicos ou eletrônicos, convencionais ou não convencionais, expressando ideias musicais de maneira individual, coletiva e colaborativa.

Objetivos de aprendizagem

Explorar a ludicidade e a percepção sonora.

Conhecer mitos e lendas que compõem o imaginário popular brasileiro – inseridos nos contextos: social, cultural e histórico.

Conhecer e valorizar o patrimônio nacional.

Identificar improvisações sonoras e instrumentos não convencionais.

Conteúdos

Improvisação sonora.

Patrimônio Nacional: mitos e lendas.

Ludicidade e percepção sonora.


Diário de Arte.

Materiais e recursos

Mapa do Brasil.

Gravador e/ou celular com recurso de gravação.

Recurso digital para a apresentação de cantigas e/ou sonoridades regionais.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 4 aulas.

Aula 1

Iniciar a aula fazendo um levantamento prévio sobre o conhecimento dos alunos referente a mitos, lendas e seres imaginários da cultura popular brasileira.

Em seguida, apresentar as características que determinam e diferenciam os mitos e as lendas brasileiras.

Os mitos e as lendas são transmitidos pela oralidade. Deste modo, com o passar do tempo podem receber diferentes características e significados perante as variações regionais e as alterações frequentes na oralidade. Os primeiros mitos e lendas do Brasil, possuem origens dos povos que contribuíram para a formação cultural de nosso país: indígenas, europeus e africanos. O imaginário é um dos principais temas da manifestação artística popular, refletindo as crenças, os pensamentos, as memórias e a essência do povo brasileiro. O contato com os mitos e as lendas nos estimulam a conhecer e compreender uma parte significativa da nossa cultural.

Mitos: são narrativas atribuídas à oralidade que buscam contar a origem das coisas. Os mitos apresentam elementos divinos e personagens sobrenaturais associados à cultura e à história, de acordo com a simbologia de cada região do país.

Lendas: são narrativas atribuídas à oralidade, mas diferenciam-se dos mitos por não ter a função de explicar a origem das coisas. As lendas buscam explicar acontecimentos da vida cotidiana, misturando a realidade ao imaginário.

Alguns exemplos de mitos e lendas que podem ser apresentados aos alunos.

COMO NASCEU A PRIMEIRA MANDIOCA

Lenda indígena

Era uma vez uma índia chamada Atiolô. Quando o chão começou a ficar coberto de frutinhas de murici, ela se casou com Zatiamarê.

As frutinhas desapareceram, as águas do rio subiram apodrecendo o chão. Depois, o sol queimou a terra, um ventinho molhado começou a chegar do alto da serra.

Quando os muricis começaram outra vez a cair, numa chuvinha amarela, Atiolô começou a rir sozinha. Estava esperando uma menininha.

Zatiamarê, porém, vivia resmungando:

 Quero um menino. Para crescer feito o pai. Flechar capivara feito o pai. Pintar o rosto assim de urucum feito o pai.

O que nasceu mesmo foi uma menina. Zatiamarê ficou tão aborrecido que nem lhe deu um nome. E ficou muitas luas sem olhar a sua cara. A mãe, por sua própria conta, começou a chamar a menininha de Mani.

O único presente que Zatiamarê deu a Mani foi um teiú de rabo amarelo. Mas não conversava com ela. Se Mani perguntava alguma coisa, ele respondia com um assobio.

 Por que você não fala com sua filha?  Perguntava Atiolô, muito triste.

 Porque essa filha eu não pedi  respondia ele.  Pra mim é como se fosse de vento.

Até que Atiolô ficou esperando criança de novo.

 Se dessa vez não for um homem, feito o pai  jurava Zatiamarê , vou botar em cima de uma árvore. E nem por assobio vou falar com ela.

Foi, porém, um menininho que chegou: Tarumã.

Com ele, o pai conversava, carregava nas costas pra atravessar o rio, empoleirava no joelho pra contar história.

Mani pediu à mãe que a enterrasse viva. Assim, o pai ficaria mais feliz. E talvez ela servisse para alguma coisa.

Atiolô chorou muitos dias com o desejo da filha. Mas, tanto Mani, pediu que ela fez.

Fez um buraco no alto do morro e enterrou Mani.

 Se eu precisar de alguma coisa  explicou ela , você saberá.

Atiolô voltou para casa. De noite, sonhou que a filha sentia muito calor. De manhãzinha foi até lá e a desenterrou.

 Onde você quer ficar enterrada?  perguntou.

 Onde tiver mais água  pediu Mani.  Me leva pra beira do rio. Se eu não estiver satisfeita, você saberá.

Na primeira noite, Atiolô não sonhou nadinha. Achou que a filha estava alegrinha no novo lugar. De tardinha, porém, quando tomava banho no rio, não é que recebeu um recado? Boiando na água, era a voz de Mani:

 Me tira da beira do rio. O frio não me deixa dormir.

Atiolô obedeceu. Levou a filha pra bem longe, na mata.

 Quando você pensar em mim  disse a menina  e não se lembrar mais do meu rosto, está na hora de me visitar. Aí, você vem.

Passou muito tempo. Bastante que bastante. Um dia, Atiolô sentiu saudade da filha, mas cadê que lembrou da cara que ela tinha?! Foi na mata.

Em vez de Mani, encontrou uma planta muito alta e muito verde.

 Uma planta tão comprida não pode ser a minha filha!  resmungou.

Na mesma hora a planta se dividiu. Uma parte foi ficando rasteirinha, rasteirinha e virou raiz. Sua mãe achou que podia levar aquela raiz pra casa.

Era a mandioca.

ABREU, Ana Rosa et. al. Alfabetização  Contos tradicionais, fábulas, lendas e mitos. Livro do aluno. v. 2. Brasília: MEC/Fundescola/SEF, 2000. p. 117-118. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001614.pdf >. Acesso em: 4 out. 2018.

COMO A NOITE APARECEU

Lenda Tupi

No princípio não havia noite  dia somente havia em todo tempo. A noite estava adormecida no fundo das águas. Não havia animais; todas as coisas falavam.

A filha da Cobra Grande  contam  casara-se com um moço.

Esse moço tinha três fâmulos fiéis. Um dia, ele chamou os três fâmulos e disse-lhes:

 Ide passear, porque minha mulher não quer dormir comigo.

Os fâmulos foram-se, e então ele chamou sua mulher para dormir com ele. A filha da Cobra Grande respondeu-lhe

 Ainda não é noite.

O moço disse-lhe:

 Não há noite, somente há dia.

A moça falou:

 Meu pai tem noite. Se queres dormir comigo, manda buscá-la lá, pelo grande rio.

O moço chamou os três fâmulos; a moça mandou-os à casa de seu pai, para trazerem um caroço de tucumã.

Os fâmulos foram, chegaram à casa da Cobra Grande, esta lhes entregou um caroço de tucumã muito bem fechado e disse-lhes:

 Aqui está; levai-o. Eia! Não o abrais, senão todas as coisas se perderão.

Os fâmulos foram-se, e estavam ouvindo barulho dentro do coco de tucumã, assim: tem, tem, tem... xi... Era o barulho dos grilos e dos sapinhos que cantam de noite.

Quando já estavam longe, um dos fâmulos disse a seus companheiros:

 Vamos ver que barulho será este?

O piloto disse:

 Não, do contrário nos perderemos. Vamos embora, eia, remai!

Eles foram e continuaram a ouvir aquele barulho dentro do coco de tucumã, e não sabiam que barulho era.

Quando já estavam muito longe, ajuntaram-se no meio da canoa, acenderam fogo, derreteram o breu que fechava o coco e abriram-no. De repente, tudo escureceu.

O piloto então disse:

 Nós estamos perdidos; e a moça, em sua casa, já sabe que abrimos o coco de tucumã!

Eles seguiram viagem.

A moça, em sua casa, disse então a seu marido:

 Eles soltaram a noite; vamos esperar a manhã.

Então, todas as coisas que estavam espalhadas pelo bosque se transformaram em animais e pássaros.

As coisas que estavam espalhadas pelo rio se transformaram em patos e em peixes. Do paneiro gerou-se a onça; o pescador e sua canoa se transformaram em pato; de sua cabeça nasceram a cabeça e o bico do pato; da canoa, o corpo do pato; dos remos, as pernas do pato.

A filha da Cobra Grande, quando viu a estrela-d'alva, disse a seu marido:

 A madrugada vem rompendo. Vou dividir o dia da noite.

Então, ela enrolou um fio e disse-lhe:

 Tu serás cujubim.

Assim ela fez o cujubim; pintou a cabeça do cujubim de branco, com tabatinga; pintou-lhe as pernas de vermelho com urucum e, então disse-lhe:

 Cântaras para todo sempre, quando a manhã vier raiando.

Ela enrolou o fio, sacudiu cinza em riba dele, e disse:

 Tu serás inhambu, para cantar nos diversos tempos da noite e de madrugada.

De então pra cá todos os pássaros cantaram em seus tempos, e de madrugada para alegrar o princípio do dia.

Quando os três fâmulos chegaram, o moço disse-lhes:

 Não fostes fiéis  abristes o caroço de tucumã, soltastes a noite e todas as coisas se perderam, e vós também, que vos metamorfoseastes em macacos, andareis para todo sempre pelos galhos dos paus.

(A boca preta e à risca amarela que eles têm no braço, dizem que são ainda o sinal do breu que fechava o caroço de tucumã e que escorreu sobre eles quando o derreteram.)

(General Couto de Magalhães, O selvagem)

ABREU, Ana Rosa et. al. Alfabetização  Contos tradicionais, fábulas, lendas e mitos. Livro do aluno. v. 2. Brasília: MEC/Fundescola/SEF, 2000. p. 120-122. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001614.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018.

HISTÓRIA DO CÉU

Lenda indígena

Já existia o céu. Mas ainda estava se formando. O céu ainda estava se criando. Era baixo de um lado. Não era como hoje. Era igual a uma onda, levantando só de um lado.

O povo antigo não queria o céu. E foram tentar derrubar com o machado.

Eles batiam, abriam um buraco no céu, mas ele fechava. Imediatamente.

Eles batiam de novo, abriam um buraco e o buraco se fechava. Foram batendo, batendo com o machado e os buracos fechando...

Iam se revezando. Cada um batia um pouco com o machado.

Iam cortando, e o céu se fechando...

Então desistiram de derrubar:

 Vamos deixar! Não estamos conseguindo cortar o céu! Foi assim. Assim que o povo antigo tentou derrubar o céu.

Assim que se criou o céu.

(Mito e histórias do povo Xavante)

ABREU, Ana Rosa et al. Alfabetização  Contos tradicionais, fábulas, lendas e mitos. Livro do aluno. v. 2. Brasília: MEC/Fundescola/SEF, 2000. p. 122. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001614.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018.

Orientar e solicitar que os alunos pesquisem mitos e lendas diferentes dos apresentados e tragam suas pesquisas anotadas na próxima aula.

Aula 2

Iniciar a aula dialogando com os alunos sobre os mitos e as lendas pesquisadas. Em seguida, apresentar cantigas regionais e/ou sonoridades típicas das regiões brasileiras que colaborem com o desenvolvimento da percepção sonora. É possível utilizar como recurso um mapa do Brasil, colaborando, assim, com a visualização da disposição de mitos, lendas, cantigas e sonoridades por regiões.

Algumas perguntas podem ser feitas para estimular a percepção e a participação dos alunos. Por exemplo:

Quais fontes sonoras você identificou até chegar à escola?

Como é o som dos passos em diferentes solos? O som dos passos na floresta é igual ao som dos passos na praia?

Na sua opinião, qual a importância das trilhas e dos efeitos sonoros em filmes, novelas e peças de teatro?

Expor e estimular questionamentos sobre: improvisação, efeitos sonoros, trilha sonora e a utilização de materiais não convencionais na construção sonora.

As trilhas e os efeitos sonoros podem influenciar nossas emoções e modificar a forma como percebemos um lugar, a cena de um filme ou uma novela. Podemos citar as radionovelas como exemplo da importância dos efeitos sonoros. As radionovelas foram populares durante décadas. Eram histórias narradas por atores, e, de acordo com o objetivo de cada cena, incluíam-se diversos sons e ruídos que contribuíam para que o ouvinte se envolvesse na trama. Na atualidade, a trilha sonora é um dos elementos mais importantes de um filme.

Selecionar, com a colaboração dos alunos, um mito ou uma lenda adequados à idade da turma, para ser utilizado na atividade da aula seguinte.

Aula 3

Iniciar a aula organizando os alunos em grupos. Para o desenvolvimento da atividade, selecionar um aluno (ou mais, se achar adequado) para ser o narrador. Cada grupo poderá se responsabilizar por efeitos sonoros diferentes que serão trabalhados durante a leitura do texto. Entregar aos grupos uma cópia do mito ou da lenda selecionado na aula anterior.

Durante a organização da atividade, procurar orientar os alunos quanto às dúvidas que possam surgir. A partir do mito ou da lenda selecionado, os alunos deverão criar improvisações com materiais não convencionais, sons corporais e vozes para desenvolver efeitos sonoros e/ou trilha sonora adequados ao tema e ao objetivo da proposta. Utilizar gravador ou aparelho celular para registrar a atividade.

Aula 4

Promover a exibição para toda a classe das leituras feitas na aula anterior. Aproveitar para discutir sobre os pontos positivos e aqueles que precisam ser melhorados em um próximo trabalho de encenação. Deixar que cada aluno expresse o que sentiu durante a leitura e qual o papel, para ele, que os efeitos sonoros tiveram durante a narração do mito ou da lenda.

Para trabalhar dúvidas

Para reforçar a importância dos efeitos sonoros, exibir aos alunos trechos de radionovelas e/ou desenhos animados da década de 1970 e pedir à turma que imagine como eram produzidos esses efeitos antes do advento do computador.

Ampliação

Verificar se os alunos entenderam a diferença entre mito e lenda e sugerir que criem efeitos sonoros para um fato do cotidiano. Para isso, os alunos podem se reunir em grupos, escolher um fato e criar os efeitos, enquanto o narrador conta o que aconteceu.


Fonte: PNLD