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16 fevereiro 2022

Interpretação de texto Mais um animal

Gato preto
Texto: Mais um animal
    Chico chegou da rua com um gatinho muito preto e muito magro debaixo do braço.
        – Vai me dizer que já arrumou mais dor de cabeça pra mim – disse-lhe a mãe.
       – Olha pra ele, mãe, tão bonitinho, tão magrinho. Ocê não tem dó dele?
        – Dó eu tenho, mas não quero saber de mais bicho em casa. O quintal já tá parecendo zoológico.
        – A senhora mesmo vive rezando pra São Francisco, o santo que acolhia os bichos…
        – Não é por ser devota de São Francisco que vou transformar minha casa em zoológico. Pode dar fim neste gato, não quero mais saber. Chegam muito os três que vivem embaraçando nas pernas da gente.
        – Olha pra ele, mãe. Só ele, tenha piedade do coitado. Não deve ter dono, nem pai, nem mãe, nem irmãozinho.
        – Não quero nem olhar.
        – Já sei por que não quer: para não pegar amor por ele. Alisa só o pelinho dele, vê como o coitado tá maltratado. Se fosse um angorá, aposto que você ia querer.
        – Se fosse um angorá, o dono não deixaria solto na rua.
        Chico saiu alisando o pelo do gatinho, triste por ter que se livrar dele. Sentou no alpendre e conversou com o gatinho:
        – Você tem que compreender que a casa não é minha, se fosse…No fundo, ela tem razão. Tenho três cachorros, três gatos, um papagaio, meia dúzia de galinhas, uma já ninhada de cinco pintinhos; um casal de patos, um porquinho da Índia, um coelhinho orelhudo … Sem contar, lá no sítio, o bezerro, o potrinho e a promessa que meu pai fez de me comprar cabritos, bodes e cabras. Já vi que ocê não compreende, que quer mesmo ficar.
        Vamos lá dentro tentar de novo? Vamos?
        – Mãe, você…
        – Outra vez com esse gato?
        – Eu só queria um pedaço de pão molhado no leite para dar pra ele. Depois de matar a fome, ele vai embora. Vou jogar o gatinho bem longe daqui de casa.
        A mãe deu um pedaço de pão e um pires com leite. Chico começou a matar a fome do novo amigo.
        Pão comido, leite lambido, a mãe falou:
        – Agora que ele comeu, pode dar o fora. E trate de levar esse gato pra bem longe.
        (...)
        -- Mãe, já arrumei um nome pra ele. Quer saber qual é?
        -- Não quero saber nada, quero que suma com ele.
        -- Pus o nome nele de Faquir. Coitado, tão magro, faminto, sem família, infeliz. Mãe? Ocê ouviu o nome dele?
        -- Ouvi. Tá bem escolhido, mas pode levar o seu Faquir daqui logo, logo.
        -- Mãe, vamos fazer um negócio?
        -- Que negócio?
        -- Meu aniversário está perto. Ocê lembra o que foi que pedi de aniversário?
        -- Pediu pro seu pai comprar um cavalo. E daí?
        -- Eu troco o cavalo pelo Faquir. Ocê topa? Ele é tão infeliz, tão magrinho, sem ninguém por ele. O cavalo fica pro ano que vem. Feito, hem, mãe?
        A mãe não aguentou, olhou com muito amor para o menino, passou a mão nos cabelos dele e disse-lhe:
        -- Pode, Chico. Mas que seja o último bicho que você traz pra casa. Tá certo assim?
        Tá, tá certo, mãe. Ocê é joia mesmo!
        E bem baixinho no ouvido de Faquir, disse-lhe:
        -- Eu não falei que ela acabava cedendo? Ela é joia!
                                                    José Elias. Com asas na cabeça.
                                                             São Paulo: Nacional, 1985.
Vocabulário:
Acolhia: abrigava.
Embaraçando: estorvando.
Piedade: dó, pena.
Alpendre: varanda.
Potrinho: filhote de cavalo.
Negócio: trato.
Entendendo o texto:


01 – Substitua as palavras destacadas por sinônimos:
a)   Cedeu à vontade do filho e o deixou ficar com o gato.
Concordou com o filho e o deixou ficar com o gato.
b)   Chico arrumou uma boa desculpa para convencer sua mãe.
Chico arranjou uma boa desculpa para convencer sua mãe.
c)   São Francisco acolhia todos os animais com muito amor.
São Francisco recebia todos os animais com muito amor.
d)   Coitado! Não tem ninguém que o abrigue.
Pobrezinho! Não tem ninguém que o acolha.
e)   O potrinho será meu próximo presente de aniversário.
O cavalinho será meu próximo presente de aniversário.
f)    Você não tem piedade dos bichos?
Você não tem dó dos bichos?
g)   Dê o fora, e não me embarace!
Suma e não me atrapalhe!
02 – Explique o sentido em que as expressões assinaladas foram usadas no texto.
a)   Já arrumou mais dor de cabeça para mim?
Dor de cabeça: problemas, trabalho.
b)   Pode dar fim neste gato, não quero mais saber.
Dar fim: sumir, fazer desaparecer.
03 – Construa uma frase empregando a expressão: mais um animal.
      Resposta pessoal do aluno.
04 – Qual é o título do texto?
      O título do texto é “Mais um animal”
05 – Quem é o autor?
      O autor é José Elias.
06 – Quantos parágrafos há no texto?
      O texto tem 33 parágrafos.
07 – Quais são os personagens da história?
      Os personagens da história são Chico, o Gato e a mãe do Chico.
08 – Como era o gatinho que Chico levou para casa?
      O gato era preto e muito magro.
09 – Por que o menino levou o gatinho para casa?
      Chico levou o gato para casa pois ele ficou com pena do gato porque estava muito magro e sozinho.
10 – Por que o gato não podia ficar na casa do Chico?
      Ele não podia ficar porque na casa já tinham muitos bichos.
11 – O que o gatinho ganhou antes de ir embora?
      Ele ganhou um pedaço de pão e leite, para matar a fome.
12 - Em sua opinião qual é a condição financeira de Chico? Justifique sua resposta.
      Resposta pessoal do aluno.
#gatopreto, #intepretaçãodetexto,#atividade#, maisumanimal#eliasjosé

17 junho 2021

O hip-hop e a discriminação racial

Componente curricular: Educação Física       Ano:          Bimestre:

Sequência didática 2

Unidade temática

Danças

Objeto de conhecimento

Danças urbanas


O hip-hop e a discriminação racial

Apresentação

Nesta sequência didática tratamos do break, expressão artística da dança que é um dos pilares do hip-hop, e uma questão implícita em sua abordagem: o racismo. Retomamos que o hip-hop é um movimento cultural maior, que abrange diferentes vertentes: além da dança, também a música (representada pelo DJ – Disc Jockey e pelo MC – Mestre de Cerimônia) e a arte visual (representada pelo grafite). Entendemos que as danças urbanas buscam uma mensagem de respeito ao jovem negro da periferia, também produtor de cultura e arte. Diante disso, o freestyle é o estilo que oferece maior liberdade ao dançarino ao criar suas composições.

Objetivos de aprendizagem

Objetivos gerais

·     Vivenciar a dança e refletir sobre o preconceito e o racismo por meio de experiências estéticas significativas.

Objeto de conhecimento/Habilidades

Danças urbanas

·     (EF67EF11) Experimentar, fruir e recriar danças urbanas, identificando seus elementos constitutivos (ritmo, espaço, gestos).

·     (EF67EF12) Planejar e utilizar estratégias para aprender elementos constitutivos das danças urbanas.

Tempo previsto: 3 aulas

Aula 1

Gestão dos alunos: os alunos trabalharão coletivamente, com a mediação do professor.

Objetivos específicos de aprendizagem

·     Favorecer o desenvolvimento de habilidades para as danças urbanas e mais especificamente o estilo de dança freestyle.

·     Estimular uma reflexão crítica que potencialize o respeito pela diversidade cultural, de gênero, de raça, de potencialidades e de escolhas.

Recursos didáticos

Espaço físico: sala de aula

Materiais: lousa, caneta/giz para lousa, caderno, caneta, equipamento para projeção de imagens e vídeos (projetor digital, computador ou aparelho de DVD), aparelho de som e mídias de música (celular, pen drive ou CD)

Desenvolvimento da aula

Momento 1 – Converse com os alunos sobre a manifestação hip-hop, retomando seus pilares: o DJ – Disc Jockey, que mixa as músicas; o MC – Mestre de Cerimônia, responsável pela parte do canto; o break, que se refere à dança; e o grafite – desenhos e pinturas. De forma mais específica, trate da fundamentação do
hip-hop, baseada na luta contra o preconceito racial, a miséria e a exclusão.

Momento 2 – Converse com os alunos realizando uma avaliação diagnóstica sobre as seguintes questões:

a) O que é preconceito? b) O que é racismo? c) O que é exclusão? d) Há práticas racistas na escola/na sua cidade/no seu bairro? Como elas se manifestam?

Momento 3 – Comente com os alunos que há leis que inviabilizam e intimidam práticas racistas, em favor da boa convivência na diversidade. Uma sugestão de leitura prévia a fim de preparar a conversa com eles é a Lei federal nº 10.639/2003.

Momento 4 – Assista com os alunos ao curta-metragem Vista a minha pele, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=LWBodKwuHCM>. Acesso em: 31 jun. 2018. Trata-se de uma paródia da realidade brasileira, que discute racismo e preconceito. Nessa história, os negros são a classe dominante e os brancos foram escravizados. Maria é uma menina branca, pobre, que estuda em um colégio particular graças a uma bolsa de estudos. A maioria de seus colegas a hostiliza, com exceção de sua amiga, filha de diplomata, que morou em países pobres e tem outra visão da sociedade. Maria quer ser “Miss Festa Junina” da escola, mas não é fácil alcançar seus objetivos por conta do preconceito e do racismo da sociedade.

Durante a exibição do filme, realize as intervenções que achar necessárias ou anote questões para comentar e discutir com os alunos após a exibição.

Momento 5 – Solicite aos alunos que façam um fichamento ou resumo do curta-metragem como tarefa, apontando as passagens em que eles perceberam relações de racismo e preconceito.

Aula 2

Gestão dos alunos: os alunos trabalharão coletivamente, com a mediação do professor.

Objetivos específicos de aprendizagem

·     Estimular uma reflexão crítica que potencialize o respeito pela diversidade cultural, de gênero, de raça, de potencialidades e de escolhas.

·     Encorajar a tolerância ao próximo de modo a primar pela boa convivência no mesmo espaço/tempo e a enriquecer o aprendizado na diversidade cultural.

Recursos didáticos

Espaço físico: sala de aula ou sala de multimídia

Materiais: lousa, caneta/giz para lousa, caderno e caneta

Desenvolvimento da aula

Momento 1 – Solicite aos alunos a tarefa que eles tinham para realizar. Na lousa, elabore um quadro-
-síntese do curta-metragem assistido na aula anterior. Para preenchê-lo, dê voz aos alunos.

Enredo do vídeo

Síntese

Trechos de preconceito e racismo

Situação inicial: apresentação do cenário e das personagens; ordem social existente.

Resumir em tópicos.

Apontamento de situações.

Frases dos alunos que identifiquem o preconceito e o racismo.

Conflito: desequilíbrio ou ordem perturbada.

Resumir em tópicos.

Apontamentos de situações.

Frases dos alunos que identifiquem o preconceito e o racismo.

Desfecho: desenlace ou ordem restabelecida, ou fim da história.

Resumir em tópicos.

Apontamentos de situações.

Frases dos alunos que identifiquem o preconceito e o racismo.

 

Momento 2 – Discuta e analise o quadro-síntese com os alunos, solicitando que eles estabeleçam relações de preconceito e racismo em seus espaços e tempos cotidianos, por exemplo, na aula de Educação Física. Saliente que, ainda hoje, a escola valoriza apenas a cultura do colonizador – eurocêntrica, masculina, branca, heterossexual e cristã. Estimule-os a refletir sobre as demais culturas e os conhecimentos que as crianças e os jovens trazem em sua bagagem. Questione: “Estaria havendo uma desvalorização ou uma desconsideração do que o Brasil possui por excelência – a diversidade ou pluralidade cultural?”; “E quanto aos afrodescendentes, eles têm vez e voz na sociedade?”. Auxilie-os, levando-os a perceber as relações de poder, exclusão e submissão do negro no Brasil desde o processo colonizador ocorrido no início da história do país. Conduza-os a estabelecer metas de convívio social guiadas pelo respeito às diferenças, de modo a repudiar a discriminação e o preconceito étnico aqui ressaltado. Finalize esse momento estabelecendo e mediando uma reflexão sobre esta frase do antropólogo e sociólogo francês Marcel Mauss: “O que nos faz iguais é nossa capacidade de nos diferenciarmos uns dos outros”. Comente que somos todos diferentes e que não é a cor da pele que nos fará melhores ou piores; somos apenas diferentes. E que bom podermos também nos manifestar de formas diferentes

Momento 3 – Solicite aos alunos que, inspirados no curta-metragem e com base em suas próprias experiências e vivências, pesquisem músicas para a próxima aula. Sugestão: "Racismo é burrice", música de Gabriel, o Pensador. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=MDaB8muAANc>.

Acesso em: 31 jul. 2018. Solicite ainda que tragam suas pesquisas musicais para a próxima aula e que exercitem a composição de um rap, ou seja, que escrevam a letra de um rap inspirados na discussão e na reflexão sobre o preconceito e o racismo.

Aula 3

Gestão dos alunos: 

alunos organizados em quartetos.

Objetivos específicos de aprendizagem

·     Favorecer o desenvolvimento de habilidades para as danças urbanas e mais especificamente do estilo de dança freestyle.

·     Estimular uma reflexão crítica que potencialize o respeito pela diversidade cultural, de gênero, de raça, de potencialidades e de escolhas.

·     Estimular a aceitação de ideias criativas para a elaboração de produções artístico-culturais na prática corporal dança, no estilo freestyle.

·     Encorajar a tolerância ao próximo de modo a primar pela boa convivência no mesmo espaço/tempo e a enriquecer o aprendizado na diversidade cultural.

Recursos didáticos

Espaço físico: sala ampla sem móveis

Materiais: caderno, caneta, aparelho de som, mídias para músicas e câmeras gravadoras (celular)

Desenvolvimento da aula

Momento 1 – Organize os alunos em quartetos. Nos grupos, cada aluno deverá expor aos companheiros sua composição rítmica/rap, isto é, o texto ou a letra da música que ele compôs.

Momento 2 – Solicite que cada quarteto realize a edição das composições apresentadas, formando apenas uma música a partir das quatro letras e dos ritmos apresentados. Oriente-os a incluir um refrão repetitivo na música final.

Momento 3 – Peça aos alunos que gravem suas músicas. O registro é importante para não esquecerem o ritmo e a letra. Estabeleça um período de 20 minutos para essa atividade.

Momento 4 – Agora os alunos deverão sugerir um passo-base (ou seja, um movimento de dança característico do freestyle, já vivenciado em aulas anteriores ou inspirado no filme assistido) para acompanhar o refrão da música. Estipule 10 minutos para essa tarefa.

Momento 5 – Solicite que componham gestos significativos para acompanhar outros momentos do musical performático. Mais 10 minutos para essa atividade.

Momento 6 – Agora os alunos deverão gravar sua performance. Estipule mais 10 minutos para a atividade.

Momento 7 – Todos os quartetos deverão partilhar suas composições coreográficas e musicais, apresentando-se para os colegas. Grave a performance de todos.

Momento 8 – Promova um fechamento reflexivo, conversando com os alunos sobre o poder da arte e, em especial, sobre como é possível manifestar-se por meio do hip-hop. Ressalte o multiculturalismo que muitas vezes está oculto na escola. Comente que todos são iguais no que diz respeito ao direito de ser e estar na sociedade e que essa metodologia de estudo e aprendizagem é um exercício que pode ser diário, exercitando-se a tolerância, a aceitação do outro, a partilha. Lembre aos alunos que se faz necessário ouvir e que expor ideias e posicionamentos e formar novos conceitos é sinal de abertura e de bom convívio. É o exercício da cidadania que a escola tanto privilegia em sua fundamentação.

Acompanhamento da aprendizagem

Em cada aula, é importante estar atento ao processo de ensino e aprendizagem. Quando necessário, ajuste diferentes maneiras de abordar o mesmo assunto. A ação didática e pedagógica permite flexibilidade, de modo que possamos nos expressar e propor metodologias de ensino e aprendizagem a fim de atingir todos os alunos. Para tanto, propomos as seguintes ações:

·     Observe os alunos constantemente durante cada atividade proposta.

·     Registre, em cada aula, os procedimentos dos alunos, como se manifestaram, se foram participativos de modo geral e particular, se houve comportamentos de apatia ou empatia em relação ao tema e à atividade propostos.

·     Observe e verifique quem estabelece manifestação oral dos conteúdos na dimensão conceitual e quem se manifesta mais participativo na dimensão procedimental do conteúdo, mediante as vivências propostas.

·     Observe as facilidades e dificuldades dos alunos na exposição de ideias e conceitos que já trazem na bagagem, na tolerância e na aceitação das manifestações orais e procedimentais/práticas ou expressivas dos colegas de turma e na exploração das tecnologias como ferramentas de aprendizado.

·     Observe e verifique se os objetivos da sequência didática foram atingidos ou se há necessidade de aumentar o número de aulas para explorar o tema.

Para verificar o processo de ensino e aprendizagem, é válido e importante que o próprio aluno faça suas considerações e se autoavalie. Após o trabalho com a sequência didática, apresente aos alunos a autoavaliação a seguir. Se preferir, reproduza as questões na lousa e peça que as copiem e respondam.

 

AUTOAVALIAÇÃO

SIM

MAIS OU MENOS

NÃO

Participei com atenção das atividades propostas?

 

 

 

Expressei verbalmente e respeitei a opinião e as formas de expressão rítmica dos meus colegas?

 

 

 

Realizei com dedicação as tarefas propostas?

 

 

 

Contribuí para a composição e a edição do rap e da coreografia?

 

 

 

Se julgar oportuno, com os alunos em roda, proponha estas reflexões:

·     Do que você mais gostou nessas três aulas? E do que menos gostou?

·     O que achou do filme? Aprendeu novos conceitos com ele? Ele contribuiu para uma reflexão sobre a liberdade de expressão, o preconceito e o racismo?

·     Qual foi sua maior dificuldade durante essas aulas? E a maior facilidade?

·     De um a dez, como você julga sua participação, seu envolvimento e seu aprendizado nessas aulas?


Fonte: PNLD Moderna

 

Danças urbanas

Componente curricular: Educação Física         Ano:       Bimestre:


Sequência didática 1

Unidade temática

Danças

Objeto de conhecimento

Danças urbanas


Danças urbanas

Apresentação

Esta sequência didática tem como objetivo que os alunos participem e vivenciem ações pedagógicas relacionadas às danças urbanas, mais especificamente ao freestyle, presente na cultura hip-hop. Espera-se que, após diversas experiências, os alunos analisem criticamente e valorizem as danças urbanas como uma manifestação da cultura contemporânea.

 

Objetivos de aprendizagem

Objetivos gerais

·     Conhecer e valorizar as danças urbanas como uma manifestação cultural relevante.

·     Experimentar e fruir as danças urbanas.

·     Experimentar gestos, espaços e ritmos das danças urbanas.

·     Diferenciar as danças urbanas de outras práticas.

Objeto de conhecimento/Habilidades

Danças urbanas

·     (EF67EF11) Experimentar, fruir e recriar danças urbanas, identificando seus elementos constitutivos (ritmo, espaço, gestos).

·     (EF67EF12) Planejar e utilizar estratégias para aprender elementos constitutivos das danças urbanas.

·     (EF67EF13) Diferenciar as danças urbanas das demais manifestações da dança, valorizando e respeitando os sentidos e significados atribuídos a eles por diferentes grupos sociais.

Tempo previsto: 3 aulas

Aula 1

Gestão dos alunos: os alunos serão organizados num único grupo, bem como dispostos em grupos, de acordo com as atividades propostas. O professor será mediador nas discussões, bem como agente mobilizador na construção dos conhecimentos dos alunos.

Objetivos específicos de aprendizagem

·     Reconhecer o freestyle como um dos estilos de dança do hip-hop, diferenciando-o das demais manifestações de dança urbana.

·     Experimentar e recriar elementos constitutivos das danças urbanas (ritmos, espaço, gestos), por meio de vivências de percussão corporal.

 

Recursos didáticos

Espaço físico: quadra, pátio e/ou sala com recurso audiovisual e espaço adequado para a vivência dos alunos

Materiais: equipamento para projeção de imagens e vídeos (projetor digital, computador) e/ou impressão de imagens coloridas a fim de facilitar a visualização dos alunos e caixas de som

 

Desenvolvimento da aula

Momento 1 – Realize uma roda de conversa com os alunos, a fim de levantar os conhecimentos prévios que eles têm referentes às danças urbanas. Procure mobilizá-los com alguns questionamentos para discussão: “Vocês já ouviram falar de dança urbana?”; “Alguém conhece um estilo de dança urbana?”. Procure ouvir as falas dos alunos e, se possível, registre as respostas com o intuito de retomarem alguma ideia ao longo das aulas.

Momento 2 – A fim de tornar a discussão mais interessante, tente projetar algumas imagens ou, mesmo, apresentar imagens impressas de diversos estilos de dança. Pergunte aos alunos se eles conseguem identificar as diferentes vertentes.

Momento 3 – Durante a análise das imagens, faça uma mediação buscando validar e/ou corrigir as falas relacionadas ao material apresentado. Aponte que a proposta das aulas será centrada no freestyle, um dos estilos da street dance, que faz parte do movimento hip-hop. Você pode, também, contextualizar brevemente alguns conhecimentos referentes a essa manifestação da cultura, por exemplo a nomenclatura dada aos dançarinos: B. Boy ou B. Girl.

Momento 4 – Após todo esse estudo inicial, encaminhe os alunos para a seguinte questão: “Existe alguma coisa que todas as danças têm em comum?”, ou mesmo: “O que há de comum em todas as danças apresentadas?”. Explique que o ritmo, principalmente nas coreografias em grupo, é um elemento essencial e que, convencionalmente, faz-se uma contagem de 1 a 8 para marcar o tempo. Se possível, coloque uma música utilizada no freestyle (escolhida por você ou pelos próprios alunos) e solicite que eles identifiquem e realizem tal marcação de tempo rítmico.

Momento 5 – Em seguida, você pode propor que os alunos produzam sons a partir de diferentes partes do corpo. Primeiro, deixe-os explorar as diversas possibilidades e, caso necessite, sugira alguns movimentos, tais como bater palmas, bater a mão no peito, bater as mãos no quadríceps, bater os pés no chão, estalar os dedos etc. Vale ressaltar que essa atividade é importante para auxiliá-los na marcação rítmica.

Momento 6 – Após essa exploração de sons, disponha os alunos em grupos e solicite que eles próprios criem uma sequência rítmica. A fim de direcionar melhor a atividade, estipule um tempo mínimo de produção, como 2 ou 3 × 8 tempos. Depois, eles poderão apresentar aos demais colegas a sequência elaborada. Procure ressaltar que, para terem maior facilidade na realização dos movimentos do freestyle em sequência, eles precisarão, minimamente, ter uma noção de marcação de tempo rítmico e que nas próximas aulas vão vivenciar múltiplas possibilidades de gestos relacionados a essa prática corporal.

 

Aula 2

Gestão dos alunos: os alunos serão organizados num único grupo, bem como dispostos em grupos, de acordo com as atividades propostas. O professor será o mediador nas discussões, bem como agente mobilizador na construção dos conhecimentos dos alunos.

 

Objetivos específicos de aprendizagem

·     Conhecer e valorizar as danças urbanas como uma manifestação cultural relevante, analisando os estereótipos atribuídos aos praticantes.

·     Experimentar gestos, espaços e ritmos das danças urbanas, em diferentes planos (baixo, médio e alto).

 

Recursos didáticos

Espaço físico: quadra, pátio e/ou sala com recurso audiovisual e espaço adequado para a vivência dos alunos

Materiais: equipamento para projeção de imagens e vídeos (projetor digital, computador) e/ou impressão de imagens coloridas a fim de facilitar a visualização dos alunos e caixas de som

 

Desenvolvimento da aula

Momento 1 – Proponha a visualização de uma ou mais coreografias de freestyle. Algumas boas opções são: Grupo Jabbawockeez, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Cj3AV92fJ90>; Brasil versus Japão no Campeonato Mundial de street dance, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=4iYkTHE5qwo>, e Batalha de B. Girls, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=52BtvpXzX1I>. Acessos em: 30 jun. 2018.

Verifique se os alunos conhecem ou se familiarizam com essa prática. Visando aprofundar os conhecimentos, você pode direcionar a discussão por meio de questões como: “Quem são os praticantes?”; “Como eles estão vestidos?”; “Existe algum padrão de movimento?”; “O que mais lhe chama a atenção ao ver essa dança?”.

Momento 2 – Procure atentar às falas dos alunos, registrando as respostas mais relevantes. Você pode contextualizar e discutir alguns estereótipos e preconceitos relacionados aos praticantes dessa manifestação, enfatizando que qualquer pessoa pode praticá-la e que ela precisa ser respeitada, assim como outra prática corporal qualquer. Ao analisar a dança em si, leve os alunos a observar como ela é dinâmica e expressiva e como os B. Boys e/ou as B. Girls ocupam os espaços e realizam vários movimentos no chão, em pé e até saltos e acrobacias.

Momento 3 – Após essa discussão inicial, proponha a experimentação de alguns passos básicos desse estilo de dança, os quais deverão passar pelos diferentes planos (baixo, médio e alto) ao longo das aulas. Com base em vídeos, imagens, em uma representação do professor ou mesmo de um aluno que queira servir de modelo, solicite que realizem o primeiro passo, voltado ao plano médio.

Passo a passo:

Com os alunos em círculo ou de frente para você, solicite que realizem os seguintes movimentos:

·     Em pé, com as pernas unidas, primeiro eles deverão afastar lateralmente a perna direita e, em seguida, levar a perna esquerda junto da outra.

·     Da mesma forma, deverão afastar a perna esquerda e, em seguida, levar a perna direita a se unir à outra.

Proponha, inicialmente, que os alunos realizem os movimentos na contagem realizada por você ou por um aluno, a fim de facilitar a execução do gesto.

Momento 4 – Com os alunos já familiarizados com o passo básico, é possível elaborar variações.

Passo a passo:

·     Em pé, com as pernas unidas, eles deverão afastar a perna direita em diagonal (para a frente ou para trás) e, em seguida, levar a perna direita a se unir com a outra.


 

 

·     Seguindo o passo básico, afastarão a perna esquerda em diagonal (para a frente ou para trás) e, depois, levarão a perna direita a se unir com a outra.

Momento 5 – Com os alunos, elabore uma sequência de movimentos com os passos vistos até aqui. Caso estejam realizando a atividade com certa facilidade, proponha uma palma no momento em que eles unirem as pernas. A fim de tornar a vivência dos passos ainda mais prazerosa, coloque uma música para, assim, desfrutarem dos movimentos numa marcação de tempo.

Momento 6 – Realizadas as diferentes possibilidades do passo básico inicial, convide os alunos a vivenciar movimentos no plano alto, os quais também observarão uma sequência para facilitar a compreensão deles.

Passo a passo:

Com os alunos em círculo ou de frente para você, eles deverão realizar os seguintes movimentos:

·     Em pé, com as pernas unidas, solicite que, primeiro, afastem lateralmente a perna direita. Ao mesmo tempo, eles deverão levantar os braços, estendendo-os acima da cabeça.

·     Em seguida, deverão levar a perna esquerda para trás da perna direita, com um movimento em diagonal da perna esquerda. Solicite que, ao mesmo tempo que realizam esse gesto, abaixem os braços levando as mãos ao lado do corpo.

·     Do mesmo modo, eles deverão fazer o mesmo movimento para o lado esquerdo, logo na sequência, ou seja, devem afastar lateralmente a perna esquerda e levar os braços estendidos acima da cabeça.

·     Depois, solicite que levem a perna direita para trás da perna esquerda, abaixando os braços, com as mãos ao lado do corpo.

Proponha aos alunos que, inicialmente, realizem os movimentos na sua contagem ou na de um aluno, para facilitar a execução dos gestos.

Momento 7 – Assim que os alunos assimilarem o passo, é possível aumentar o grau de dificuldade do movimento.

Passo a passo:

·     Seguindo a base inicial do passo, proponha que, ao afastarem lateralmente a perna direita, realizem um pequeno salto. Lembre-os de que, com os movimentos, deverão estender os braços acima da cabeça.

·     Na sequência, novamente deverão levar a perna esquerda para trás da perna direita, fazendo um movimento em diagonal daquela perna. Diferentemente do passo inicial, os alunos poderão experimentar variações no movimento dos braços e das mãos, podendo, por exemplo, abaixar os braços e estalar os dedos; apontar os dedos para alguma direção; cruzar os braços, entre outras possibilidades.

Momento 8 – Com os alunos, elabore uma sequência de movimentos com os passos vivenciados (planos médio e alto). Lembre-se de que você pode utilizar músicas a fim de tornar a vivência dos passos ainda mais significativa e, assim, permitir que os alunos desfrutem dos movimentos numa marcação de tempo.

Momento 9 – Realizadas as vivências de passos nos planos médio e alto, proponha uma experiência no plano baixo, isto é, com movimentos de chão.

Passo a passo:

Com os alunos em círculo ou de frente para você, eles deverão realizar os seguintes movimentos:

·     Sentados no chão, solicite que apoiem os pés no solo, ficando com os joelhos e o quadril flexionados. Eles deverão colocar, também, as palmas das mãos no chão, ao lado do corpo, de modo que os braços fiquem estendidos.

·     A partir dessa posição inicial, solicite que levantem o quadril e retirem o glúteo do chão, permanecendo com 4 apoios no solo. Em seguida, proponha que estendam uma das pernas, retirando-a do chão, permanecendo, então, em 3 apoios.

·     Desafie-os a se colocar em 2 apoios, na medida do possível, ficando apenas com 1 mão e 1 pé em contato com o chão. De preferência, eles devem ficar com membros alternados no chão, ou seja, mão direita com pé esquerdo, e vice-versa.

 

Momento 10 – Novamente, com os alunos, elabore uma sequência de movimentos com os passos vivenciados até aqui (planos baixo, médio e alto). Vale lembrar que você pode utilizar músicas a fim de tornar a vivência dos passos ainda mais atrativa e, assim, permitir que os alunos desfrutem dos movimentos numa marcação de tempo.

 

Aula 3

Gestão dos alunos: os alunos serão dispostos em grupos, de acordo com as atividades propostas. O professor será o mediador nas discussões, bem como agente mobilizador na construção dos conhecimentos dos alunos.

 

Objetivos específicos de aprendizagem

·     Experimentar e fruir as danças urbanas, por meio da construção coletiva de coreografias.

·     Valorizar as danças urbanas, respeitando o fato de qualquer indivíduo poder dançá-las, independentemente de suas características físicas.

 

Recursos didáticos

Espaço físico: quadra, pátio e/ou sala com recurso audiovisual e espaço adequado para a vivência dos alunos

Materiais: equipamento para projeção de imagens e vídeos (projetor digital, computador) e/ou impressão de imagens coloridas para facilitar a visualização dos alunos e caixas de som

 

Desenvolvimento da aula

Momento 1 – Numa roda de conversa, dialogue com os alunos sobre as impressões que eles tiveram na experimentação dos passos básicos relacionados ao freestyle. Pergunte-lhes, considerando que se trata de um “estilo livre”, se não é possível inserirmos nesse estilo gestos e ações do cotidiano; por exemplo, simular gestos esportivos como pular corda, quicar uma bola, “pedalar” sobre uma bola, bater com um taco de golfe, realizar rolamentos e cambalhotas, saltar um obstáculo, entre outros movimentos.

Momento 2 – Organize os alunos em grupos e sugira que criem uma sequência coreográfica de movimentos. Avise que eles podem retomar os passos e gestos apresentados nas aulas anteriores. Para direcionar melhor a atividade, estipule um tempo mínimo de produção, como 2 ou 3 × 8 tempos. Em seguida, eles poderão apresentar aos demais colegas a sequência elaborada. Lembre-se de que o recurso da música é uma estratégia interessante para tornar a vivência mais instigante para os alunos.

Momento 3 – Concluídas as apresentações dos grupos, como proposta de atividade final você pode sugerir a produção de um videoclipe, filmado e editado pelos próprios alunos. Tente retomar algumas questões abordadas com eles, a fim de auxiliá-los no conteúdo da produção, como os principais passos, a ocupação dos espaços, as características dos movimentos etc.


 

 

Acompanhamento da aprendizagem

Ao longo das aulas, é importante que você esteja atento para notar determinados aspectos que podem levar a aprendizagens dos alunos:

·     Observe os alunos em cada uma das atividades propostas.

·     Faça um registro sobre cada aluno e, a cada encontro, anote seu desenvolvimento no decorrer da atividade.

·     Durante os momentos de conversa, observe os processos de cada um, verificando se houve apropriação da linguagem oral para a realização de comentários sobre as vivências propostas.

·     Observe as questões conceituais, notando se houve aprendizagem garantida dos alunos.

·     Verifique se os objetivos de cada aula foram atingidos no tempo proposto por você.

 

Após o trabalho com a sequência didática, apresente aos alunos a autoavaliação a seguir. Se preferir, reproduza as questões na lousa e peça que as copiem e respondam.

 

AUTOAVALIAÇÃO

SIM

MAIS OU MENOS

NÃO

Participei com empenho das atividades propostas?

 

 

 

Respeitei a opinião e as formas de expressão dos meus colegas?

 

 

 

Compreendi que o freestyle é diferente de outras danças urbanas?

 

 

 

Colaborei para a construção e a organização das coreografias?

 

 

 

 

Se considerar oportuno, proponha as seguintes reflexões com os alunos em roda:

·     O que você considera ter aprendido nessas aulas?

·     Quais eram suas expectativas em relação às danças urbanas na escola?

·     Mencione uma ou mais atividades de que você mais gostou. Explique.

·     Do que você não gostou nas aulas? Ou o que você proporia de diferente para ser feito durante as aulas?

·     Como você julga sua participação e seu envolvimento nas aulas? E a participação de seus colegas?

 

Fonte: PNLD Moderna