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04 novembro 2021

Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

MEC apresenta versão final da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Veja na íntegra a apresentação do documento.

Base nacional comum curricular


Apresentação

É com alegria que entregamos ao Brasil a versão final homologada da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) com a inclusão da etapa do Ensino Médio, e, assim, atingimos o objetivo de uma Base para toda a Educação Básica brasileira. A aprendizagem de qualidade é uma meta que o País deve perseguir incansavelmente, e a BNCC é uma peça central nessa direção, em especial para o Ensino Médio no qual os índices de aprendizagem, repetência e abandono são bastante preocupantes.

Elaborada por especialistas de todas as áreas do conhecimento, a Base é um documento completo e contemporâneo, que corresponde às demandas do estudante desta época, preparando-o para o futuro. Concluída após amplos debates com a sociedade e os educadores do Brasil, o texto referente ao Ensino Médio possibilitará dar sequência ao trabalho de adequação dos currículos regionais e das propostas pedagógicas das escolas públicas e particulares brasileiras iniciado quando da homologação da etapa até o 9º ano do Ensino Fundamental. Com a Base, vamos garantir o conjunto de aprendizagens essenciais aos estudantes brasileiros, seu desenvolvimento integral por meio das dez competências gerais para a Educação Básica, apoiando as escolhas necessárias para a concretização dos seus projetos de vida e a continuidade dos estudos.

    A BNCC por si só não alterará o quadro de desigualdade ainda presente na Educação Básica do Brasil, mas é essencial para que a mudança tenha início porque, além dos currículos, influenciará a formação inicial e continuada dos educadores, a produção de materiais didáticos, as matrizes de avaliações e os exames nacionais que serão revistos à luz do texto homologado da Base. Temos um documento relevante, pautado em altas expectativas de aprendizagem, que deve ser acompanhado pela sociedade para que, em regime de colaboração, faça o país avançar. Assim como aconteceu na etapa já homologada, a BNCC passa agora às redes de ensino, às escolas e aos educadores. Cabe ao MEC ser um grande parceiro neste processo, de modo que, em regime de colaboração, as mudanças esperadas alcancem cada sala de aula das escolas brasileiras. Somente aí teremos cumprido o compromisso da equidade que a sociedade brasileira espera daqueles que juntos atuam na educação.

Rossieli Soares da Silva


As 10 Competências da BNCC: Preparando Nossos Alunos para o Futuro

Introdução:

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento fundamental para a educação no Brasil. Ela define os conhecimentos e competências que todos os alunos devem desenvolver ao longo de sua trajetória escolar, fornecendo diretrizes importantes para os educadores. Neste artigo, vamos explorar as 10 competências da BNCC e entender como elas estão moldando o futuro da educação no país.

1. Competência Linguística:

A competência linguística envolve o domínio da língua materna e o desenvolvimento da capacidade de se expressar e compreender textos de diferentes naturezas. Ela não se restringe apenas à gramática, mas também abrange a interpretação de textos e a produção de diferentes gêneros textuais.

2. Competência Matemática:

A competência matemática visa a formação de alunos capazes de resolver problemas, realizar cálculos, interpretar gráficos e entender as relações matemáticas em diversos contextos, aplicando esse conhecimento em situações práticas.

3. Competência Científica:

Esta competência está relacionada à compreensão dos princípios científicos, promovendo o pensamento crítico e a capacidade de investigação. Os alunos são estimulados a questionar, observar e explorar o mundo ao seu redor.

4. Competência Crítica e Autônoma:

A BNCC também enfatiza a importância de desenvolver cidadãos críticos e autônomos, capazes de refletir sobre sua própria aprendizagem, tomar decisões informadas e participar ativamente na sociedade.

5. Competência Cultural:

Essa competência valoriza a diversidade cultural e incentiva a compreensão e o respeito pelas diferentes culturas, tradições e valores, promovendo a formação de cidadãos mais tolerantes e conscientes.

6. Competência Socioemocional:

A BNCC reconhece a importância das habilidades socioemocionais, como empatia, autoconhecimento e resiliência, no desenvolvimento integral dos alunos, preparando-os para lidar com desafios da vida pessoal e profissional.

7. Competência Digital:

Em um mundo cada vez mais digital, a competência digital se tornou essencial. Os alunos devem desenvolver habilidades tecnológicas, incluindo a capacidade de usar a tecnologia de forma ética e responsável.

8. Competência Ambiental:

A competência ambiental visa sensibilizar os alunos para a importância da sustentabilidade e do cuidado com o meio ambiente. Eles aprendem a tomar decisões responsáveis em relação ao uso dos recursos naturais.

9. Competência Global:

Nossa sociedade está cada vez mais conectada globalmente. Portanto, a BNCC incentiva a compreensão das questões globais, promovendo a participação ativa em debates e ações em níveis locais e globais.

10. Competência Empreendedora:

Por fim, a competência empreendedora prepara os alunos para o mundo do trabalho, incentivando a criatividade, o pensamento inovador e a capacidade de planejar e realizar projetos.

Conclusão:

As 10 competências da BNCC representam um avanço significativo na educação brasileira, pois promovem uma abordagem mais holística e alinhada com as necessidades do século XXI. Ao desenvolver essas competências, os alunos estão melhor preparados para enfrentar os desafios do futuro, tornando-se cidadãos mais completos e aptos a contribuir positivamente para a sociedade.

A BNCC está moldando o ensino no Brasil, e é essencial que educadores, pais e a sociedade em geral compreendam e apoiem essas diretrizes para garantir um futuro mais promissor para nossos estudantes.



26 abril 2021

ARTE E DIVERSIDADE: A PAZ COMO INSPIRAÇÃO

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Sequência didática

ARTE E DIVERSIDADE: A PAZ COMO INSPIRAÇÃO

Nesta sequência, será abordada a temática da paz. Será proposto aos alunos refletirem sobre a diversidade e a criação artística para o diálogo entre e a partir de culturas, na promoção do respeito e da convivência pacífica. Propõem-se a criação e a investigação artística de símbolos e monumentos.

A BNCC na sala de aula

Objetos de conhecimento

Artes Visuais

Contextos e práticas

Elementos da linguagem

Materialidades

Processos de criação

Sistemas da linguagem

Artes Integradas

Matrizes estéticas e culturais

Competências específicas

7. Problematizar questões políticas, sociais, econômicas, científicas, tecnológicas e culturais, por meio de exercícios, produções, intervenções e apresentações artísticas.

8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.

9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.

Habilidades

Artes Visuais

(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.

(EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etc.), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etc.), cenográficas, coreográficas, musicais etc.

(EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas.

(EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.).

(EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.

(EF69AR07) Dialogar com princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de criação nas suas produções visuais.

(EF69AR08) Diferenciar as categorias de artista, artesão, produtor cultural, curador, designer, entre outras, estabelecendo relações entre os profissionais do sistema das artes visuais.

Artes Integradas

(EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design etc.).

Objetivos de aprendizagem

Refletir sobre os conceitos diversidade, paz e violência, a partir da análise de obras de arte de diferentes contextos.

Desenvolver a percepção e a capacidade de simbolizar por meio da pesquisa e criação de desenho ou pintura, de símbolos que representem a diversidade e a paz.

Promover a reflexão sobre o multiculturalismo e sua relação com eventos conflituosos, incentivando o respeito e a solidariedade.

Experimentar a criação coletiva em artes visuais.

Conteúdos

Escultura e desenho

Diversidade

Monumentos

Símbolos da paz e da diversidade

Projetor de imagem e aparelho de som.Materiais e recursos

Máquina fotográfica ou celular com câmera.

Papel Kraft para forrar o chão e as mesas.

Materiais descartados e recicláveis (por exemplo, garrafa PET, papelão, caixas e latinhas vazias etc.).

Papel sulfite, tesoura, cola, lápis de cor, canetinhas coloridas, tinta guache de várias cores, pincéis, fita adesiva.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 6 aulas.

Aula 1

Para iniciar a aula, organizar os alunos sentados em semicírculo. Em seguida, explicar-lhes um pouco sobre os temas que serão abordados na aula: diversidade, violência e paz.

Realizar um breve diagnóstico a respeito do conhecimento prévio dos alunos sobre os temas, perguntando-lhes como definiriam o que é a paz, a diversidade e a intolerância. Espera-se que eles considerem a diversidade de maneira abrangente, citando a multiplicidade de povos, culturas, religiões etc. Registrar na lousa a definição dos alunos para cada conceito. É interessante perguntar se observam práticas pacíficas ou violentas no país e se acham que a diversidade e o preconceito estão presentes no dia a dia da escola.

Após esse breve diagnóstico, perguntar aos alunos por quais motivos acreditam que a violência e as guerras ocorrem e como a intolerância está ligada a esses conflitos. Estabelecer de 5 a 10 minutos para essa conversa inicial.

Apresentar obras variadas como fotografias, pinturas, músicas ou performances que abordem os temas paz, guerra e diversidade. As telas Operários, de Tarsila do Amaral, e Na ausência de guerra, de Eduardo Junior Weblog, bem como a música Imagine, de John Lennon, são ótimos exemplos de obras para realizar a mediação. Para cada obra ou trecho de música ou vídeo apresentado, questionar se os alunos já tiveram contato com essas obras e se conhecem outras parecidas. Durante a mediação, levantar hipóteses e questões para despertar a curiosidade e estimular a reflexão. É importante estimular a turma a compartilhar impressões individuais, favorecendo assim o diálogo entre os alunos e a construção coletiva do conhecimento. Pode-se perguntar sobre os temas que as obras parecem retratar, que sensações elas causam e quais elementos formais apresentam (como cores, formas, linhas, texturas etc.). Caso as obras tenham informações em outras línguas, traduzir para os alunos, inclusive letras de músicas (antes disso convém deixá-los ouvir a música sem nenhuma interferência para evitar que sejam influenciados).

Entre uma obra e outra, fazer perguntas e observações que incentivem o pensamento crítico e a reflexão dos alunos, mediando a discussão de maneira a relacionar as obras e as temáticas entre si e cuidando para não oferecer respostas prontas. Durante a mediação, sugerir que registrem por meio de desenhos ou anotações, em uma folha ou no caderno, as observações que mais lhe chamaram a atenção durante o diálogo. Proporcionar de 20 a 25 minutos para a discussão.

Após a leitura e o debate, pedir aos alunos que respondam individualmente às perguntas a seguir. É importante dedicar um tempo para a troca de ideias. Procure organizar a conversa para que todos possam compartilhar suas respostas.

1. A intolerância pode gerar violência e guerra? Como?

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que sim, a intolerância pode gerar violência e eventos conflituosos, até mesmo a guerra. Os alunos podem dar exemplos de situações de preconceito e intolerância que presenciaram ou sobre os quais ouviram falar; podem também citar eventos históricos como guerras por motivos religiosos ou étnicos, por exemplo.

2. Como a diversidade, a paz e a violência foram representadas nas obras estudadas?

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos registrem as principais características das obras apontadas durante a discussão, bem como as opiniões pessoais, ou seja, quais elementos das obras eles consideram que representam esses conceitos.

3. Um mesmo tema pode ser retratado de diferentes maneiras e por diversos artistas?

Sim. Cada artista vai retratar um tema de maneira única e pessoal em suas obras. Espera-se que no caso das obras apresentadas os alunos percebam que, apesar de tratarem dos mesmos temas, elas são distintas.

4. Que razões podem levar um artista a retratar uma cena de violência?

Resposta pessoal. O objetivo dessa pergunta é atentar o aluno para as diversas possibilidades da arte, incluindo seu caráter de denúncia e engajamento político.

Por fim, pedir que os alunos se organizem em grupos de até cinco pessoas e pesquisem em revistas, sites, jornais ou outras fontes símbolos que representem, em diferentes culturas, os temas paz e diversidade. Solicitar que tragam a pesquisa para a aula seguinte.

Aula 2

Para iniciar a aula, resgatar a organização dos alunos em grupos, de acordo com a estabelecida na aula passada para a pesquisa. Retomar os temas abordados na aula anterior com os alunos e pedir que relatem oralmente o que lembram da discussão. Para essa etapa do trabalho, estipular 5 minutos.

Em seguida, pedir que cada grupo apresente aos demais os símbolos pesquisados em casa, expondo as informações que encontraram e suas impressões. Sugere-se que, durante as apresentações, os grupos descrevam, mostrem ou desenhem na lousa os símbolos encontrados e citem sua utilização e seu significado em diferentes culturas ou movimentos. Pedir aos alunos que destaquem semelhanças e diferenças entre os resultados das pesquisas (por exemplo, a origem dos símbolos, a época e lugar em que foram elaborados, os elementos visuais e as ideias por trás de cada um).

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horizonphoto/Shutterstock.com

Símbolo da paz desenhado com margaridas em um fundo texturizado.

É possível que em suas pesquisas os alunos tenham encontrado símbolos como os utilizados na Campanha pelo Desarmamento Nuclear (1958) e posteriormente utilizados pelos hippies. É provável também que sejam apresentados símbolos como o pombo branco, a bandeira branca e o gesto com os dedos em forma de v  como símbolo da paz  e o arco-íris, representando a diversidade.

Após cada grupo apresentar o resultado de sua pesquisa, perguntar aos alunos se eles já conheciam esses símbolos e se já os viram em elementos do cotidiano, nas ruas, na TV, em objetos ou roupas, clipes de música, filmes ou meios de circulação midiáticos. Talvez muitos já tenham notado esses símbolos, principalmente os utilizados pelos hippies, em estampas de roupas ou objetos, em grafites pela cidade, em filmes ou desenhos.

Discutir com os alunos brevemente o contexto histórico em que os símbolos em questão foram criados, analisando como sua forma pode estar associada à representação dos conceitos de paz, violência ou diversidade. Se os alunos apresentarem o símbolo da campanha pelo desarmamento nuclear criado pelo artista britânico Gerald Herbert Holtom em 1958, por exemplo, perguntar se acreditam que a escolha dos elementos visuais foi aleatória e o que os traços do desenho representam. (O símbolo foi criado com base no Código Semafórico: uma pessoa usa duas bandeirolas em diferentes posições para formar sinais que representam letras e números. A inspiração de Gerald Holtom foram as representações com as bandeirolas das letras N e D  do inglês Nuclear Disarmament, ou desarmamento nuclear.)

Vale lembrar que alguns símbolos são universais, ou seja, estão presentes em diversas sociedades. Essa constatação pode ser um ponto de partida favorável à reflexão do sentido da arte como agente de união entre culturas. Além disso, pode instigar a percepção dos estudantes em relação às mensagens que as diversas formas de arte são capazes transmitir.

A seguir, duas questões pertinentes ao tema que podem integrar o diálogo sobre a pesquisa realizada pela turma.

1. Ao analisarmos alguns símbolos referentes à paz ou à diversidade, notamos repetições de cores, formas e significados. Por que isso ocorre?

Com essa questão é possível investigar a relação entre sensações, formas e cores. A cor branca é frequentemente associada ao conceito da paz, enquanto a cor preta é associada à negatividade, às trevas. Procure refletir com os alunos sobre esses padrões, questionando se essa relação corresponde à realidade.

2. Uma obra de arte é interpretada da mesma maneira por povos de lugares diferentes do mundo? Justifique sua resposta.

Trabalhar com essa questão o conceito de interpretação, mencionando a pluralidade de leituras de uma obra. Embora uma produção artística esteja vinculada a uma mensagem específica de seu criador, cada pessoa pode desenvolver a própria leitura. Procure realizar experimentos durante momentos de fruição para averiguar a pluralidade de reações da turma perante a mesma obra, de modo que os alunos se sensibilizem em relação à individualidade e aprendam a compartilhar e respeitar opiniões.

Em seguida, a partir do que foi discutido nas aulas, formar novos grupos e propor a criação de um símbolo que retrate os conceitos de diversidade e paz. Orientá-los para que pensem nos elementos constitutivos do símbolo, por exemplo, cor, forma, traços, textura etc., e desenvolvam um estudo com os riscadores e suporte de sua preferência (podem utilizar giz de cera ou pastel, canetas, lápis, tinta, papéis variados). Estipular de 25 a 30 minutos para essa etapa. Para a próxima aula, trazer o registro elaborado. Outra opção é criar o símbolo com tecnologia digital; essa é uma boa oportunidade para utilizar a sala de informática.

Aula 3

Organizar os alunos em círculo, de modo que os integrantes de cada grupo formado na aula anterior fiquem juntos. Em seguida, pedir que os grupos apresentem os símbolos que criaram na última aula. Realizar, entre uma apresentação e outra, uma pausa para refletir com a turma sobre o processo criativo do grupo. Procurar acrescentar no diálogo as influências de simbologias conhecidas e do universo vivencial dos alunos. Investigar com a turma o que levou cada grupo a escolher determinada forma, cor, traço etc. Pedir que os alunos destaquem o que acharam interessante nos símbolos e se os consideram coerentes com os conceitos de paz e diversidade.

Após as apresentações, discutir com os alunos sobre o emprego de determinados símbolos no marketing e na moda. Averiguar a utilização dos símbolos no trabalho de designers, expondo brevemente o trabalho desses profissionais. O símbolo da campanha contra o desarmamento nuclear, de Gerald Herbert, frequentemente é empregado em estampas de roupas, acessórios, cadernos, entre outros objetos. Esse mesmo símbolo remete à cultura dos hippies e também à do movimento rastafári, e, em ambas, representa a paz. Aproveitar a ocasião para conceituar a categoria de design.

Em seguida, explicar aos alunos que a paz e a diversidade (entre outros temas) podem ser simbolizadas também em monumentos. Perguntar se já viram ou conhecem algum monumento no Brasil ou em outro país relacionado à temática. É possível que alguns alunos possam ter visto monumentos famosos em filmes, fotografias ou mesmo pelas ruas da cidade. Explicar que muitos artistas ou organizações criam monumentos, geralmente esculturas, para simbolizar o fim de um conflito ou o ideal de uma nação, por exemplo. Mostrar imagens de monumentos à paz e à diversidade existentes no Brasil e no mundo, como o Monumento à Paz Mundial, em Goiânia (GO), projetado pelo artista brasileiro Siron Franco, o monumento Marco da Paz, no Pátio do Colégio em São Paulo (SP), projetado pelo italiano Gaetano Brancati Luigi, ou a escultura intitulada Não violência, alocada na sede da ONU em Nova York (EUA) e projetada pelo artista sueco Kart Fredrick Reutersward.

A partir das imagens apresentadas, analisar com os alunos os elementos formais dos monumentos. No caso de esculturas, verificar qual a sua dimensão; quanto espaço ela ocupa; de que material é feita; como pode ter sido seu processo de criação, construção e projeção; quais formas, cores e texturas possui; o que poderia ter levado o artista a projetá-la dessa forma; que sensação e qual mensagem transmite. Determinar cerca de 20 minutos para a fruição e a discussão.

Por fim, pedir que os alunos pesquisem em livros, sites, revistas ou jornais outros monumentos que simbolizam a paz e a diversidade. Solicitar que tragam para a próxima aula anotações ou imagens que acharem interessantes. Além disso, pedir que juntem objetos descartados e materiais recicláveis devidamente higienizados, como garrafas PET, papelões, entre outros, para utilizarem na aula seguinte. Não esquecer de solicitar tesoura, cola e fita adesiva para colagem dos objetos.

Aula 4

Para iniciar a aula, organizar os alunos em círculo. Esse primeiro momento da aula será dedicado à exposição das pesquisas sobre monumentos. Pedir que cada um compartilhe brevemente as informações que encontrou. Caso o aluno tenha trazido imagens ou outros registros dos monumentos, solicitar que passe para o colega do lado observar, e assim sucessivamente, de modo que o material circule.

Após terem conhecido uma pluralidade de monumentos por meio do compartilhamento das pesquisas, convidar os alunos a se organizarem novamente em grupos e unirem suas ideias e materiais para a criação coletiva de um monumento que simbolize a paz e a diversidade. A intenção é que ajam de maneira colaborativa e desenvolvam, assim, a capacidade de trabalhar em grupo e de solucionar problemas. Estipular um tempo de 20 a 30 minutos para essa etapa.

Durante o desenvolvimento do projeto, procurar esclarecer possíveis dúvidas e, se preciso, ajudar os grupos na organização do desenvolvimento do trabalho. O recomendável é que iniciem a produção por um esboço, considerando os materiais disponíveis. As questões a seguir podem ser usadas para auxiliar os grupos no rumo a tomar para a construção do monumento:

Sobre os elementos formais: como serão as formas e texturas do monumento e por quê?

Se for colorido, o que as cores vão simbolizar?

Ao observar o esboço, que sensação o monumento deverá transmitir?

Qual será a dimensão do monumento? Onde ele será exposto (local aberto ou fechado)? Quais materiais e técnicas serão utilizados?

Disponibilizar o restante da aula para o início da produção. É importante auxiliar os alunos quanto ao manuseio de instrumentos ou materiais que possam machucá-los, como estilete e cola quente, e ter cuidado com rebarbas de garrafas etc. Lembrar de forrar o local onde será construído o monumento  mesa ou chão, por exemplo  para evitar danos. Se possível, registrar o processo de criação dos grupos por meio de vídeos, fotografias, anotações e desenhos. Os alunos poderão finalizar o monumento coletivo na aula seguinte. Ajude-os a guardar os materiais em um local seguro na escola.

Aula 5

Para começar a aula, organizar novamente a sala de modo a disponibilizar um espaço para que os grupos finalizem a construção do monumento coletivo.

É importante acompanhar a prática coletiva e auxiliar os alunos quando necessário. Determinar cerca de 40 minutos para essa etapa. Ao final da aula, organizar a sala e guardar o monumento para que o apresentem na aula seguinte.

Aula 6

Para iniciar a aula, pedir que os alunos posicionem o monumento coletivo em um local da sala para que todos possam observá-lo.

Fazer uma roda de conversa e comentar a respeito da sensação que o monumento coletivo transmite a cada um, bem como sobre o processo criativo dos alunos e a prática conjunta. Em relação ao processo criativo, relembrar os diálogos durante as aulas, bem como as obras e os temas discutidos. Convidar os alunos a expor suas impressões a respeito do processo de construção do monumento, da discussão coletiva para elaboração do projeto, da escolha de materiais e dos símbolos utilizados e de como estão simbolizados no monumento coletivo. Estimular a turma a comparar o projeto, ou ideia inicial, com a obra finalizada: O que foi idealizado e o que foi realizado? Quais as diferenças? Por que as possíveis mudanças em relação ao projeto inicial aconteceram?

Pedir que façam um registro do monumento pronto a partir de desenhos ou fotografias e que anotem o que consideraram mais interessante durante o processo criativo. A partir dos registros feitos durante o processo de criação e os do monumento final, os alunos podem criar um portfólio coletivo ou individual. O portfólio permite a autoavaliação do aluno e é uma forma de acompanhar seu desenvolvimento criativo.

Por fim, propor a exposição do monumento para toda a escola; a obra pode ficar exposta no pátio ou em um ambiente externo de grande circulação.

Para trabalhar dúvidas

Cada aluno possui um tempo e uma maneira de compreender ou assimilar as discussões e os conteúdos propostos. Por isso, durante as aulas, alguns alunos podem apresentar dificuldade com relação ao reconhecimento de símbolos; as dificuldades surgirão se não ficar claro o que é um símbolo. Nesse caso, sugere-se a retomada da conceituação de símbolo e a seguinte proposta: apresentar aos alunos diferentes ilustrações, entre elas de alguns símbolos; pedir aos alunos que classifiquem cada ilustração, de forma a evidenciar as características de um símbolo (por exemplo: Isto é um símbolo? Se sim, por quê? Se não, por quê? Qualquer coisa pode se tornar um símbolo? O que é necessário para que algo se torne um símbolo?).

Ampliação

Os alunos podem pesquisar se na cidade onde moram há monumentos históricos e/ou esculturas que simbolizem a paz e a diversidade. Em caso afirmativo, verificar a possibilidade de realizar com a turma uma visita técnica. Na ausência de um monumento que simbolize a paz e a diversidade, pesquisar algum outro monumento histórico da cidade. A pesquisa pode ser realizada na biblioteca ou sala de informática da escola (em sites, na página oficial da prefeitura da cidade, em mapas turísticos, entre outros).

Na aula 3, falou-se brevemente a respeito do design, especialmente sobre a criação de estampas a partir de símbolos. Uma maneira de ampliar o tema é propor aos alunos a criação de uma estampa com os símbolos elaborados por eles. Pode-se, por exemplo, utilizar uma peça de roupa ou um objeto de que gostariam de customizar. A técnica utilizada para estampar pode ser o estêncil.


Fonte: PNLD