26 abril 2021

Mitos da Criação: a identidade brasileira e o imaginário popular

???

Sequência didática

Nesta sequência, a partir dos mitos e das lendas do imaginário popular brasileiro, serão abordadas improvisações sonoras explorando materiais não convencionais.

A BNCC na sala de aula

Objetos de conhecimento

Artes Visuais

Contextos e práticas

Música

Contextos e práticas

Materialidades

Processos de criação

Competências específicas

5. Mobilizar recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e criação artística.

9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.

Habilidades

Artes Visuais

(EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema, animações, vídeos etc.), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos etc.), cenográficas, coreográficas, musicais etc.

Música

(EF69AR16) Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e funções da música em seus contextos de produção e circulação, relacionando as práticas musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

(EF69AR21) Explorar e analisar fontes e materiais sonoros em práticas de composição/criação, execução e apreciação musical, reconhecendo timbres e características de instrumentos musicais diversos.

(EF69AR23) Explorar e criar improvisações, composições, arranjos, jingles, trilhas sonoras, entre outros, utilizando vozes, sons corporais e/ou instrumentos acústicos ou eletrônicos, convencionais ou não convencionais, expressando ideias musicais de maneira individual, coletiva e colaborativa.

Objetivos de aprendizagem

Explorar a ludicidade e a percepção sonora.

Conhecer mitos e lendas que compõem o imaginário popular brasileiro – inseridos nos contextos: social, cultural e histórico.

Conhecer e valorizar o patrimônio nacional.

Identificar improvisações sonoras e instrumentos não convencionais.

Conteúdos

Improvisação sonora.

Patrimônio Nacional: mitos e lendas.

Ludicidade e percepção sonora.


Diário de Arte.

Materiais e recursos

Mapa do Brasil.

Gravador e/ou celular com recurso de gravação.

Recurso digital para a apresentação de cantigas e/ou sonoridades regionais.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 4 aulas.

Aula 1

Iniciar a aula fazendo um levantamento prévio sobre o conhecimento dos alunos referente a mitos, lendas e seres imaginários da cultura popular brasileira.

Em seguida, apresentar as características que determinam e diferenciam os mitos e as lendas brasileiras.

Os mitos e as lendas são transmitidos pela oralidade. Deste modo, com o passar do tempo podem receber diferentes características e significados perante as variações regionais e as alterações frequentes na oralidade. Os primeiros mitos e lendas do Brasil, possuem origens dos povos que contribuíram para a formação cultural de nosso país: indígenas, europeus e africanos. O imaginário é um dos principais temas da manifestação artística popular, refletindo as crenças, os pensamentos, as memórias e a essência do povo brasileiro. O contato com os mitos e as lendas nos estimulam a conhecer e compreender uma parte significativa da nossa cultural.

Mitos: são narrativas atribuídas à oralidade que buscam contar a origem das coisas. Os mitos apresentam elementos divinos e personagens sobrenaturais associados à cultura e à história, de acordo com a simbologia de cada região do país.

Lendas: são narrativas atribuídas à oralidade, mas diferenciam-se dos mitos por não ter a função de explicar a origem das coisas. As lendas buscam explicar acontecimentos da vida cotidiana, misturando a realidade ao imaginário.

Alguns exemplos de mitos e lendas que podem ser apresentados aos alunos.

COMO NASCEU A PRIMEIRA MANDIOCA

Lenda indígena

Era uma vez uma índia chamada Atiolô. Quando o chão começou a ficar coberto de frutinhas de murici, ela se casou com Zatiamarê.

As frutinhas desapareceram, as águas do rio subiram apodrecendo o chão. Depois, o sol queimou a terra, um ventinho molhado começou a chegar do alto da serra.

Quando os muricis começaram outra vez a cair, numa chuvinha amarela, Atiolô começou a rir sozinha. Estava esperando uma menininha.

Zatiamarê, porém, vivia resmungando:

 Quero um menino. Para crescer feito o pai. Flechar capivara feito o pai. Pintar o rosto assim de urucum feito o pai.

O que nasceu mesmo foi uma menina. Zatiamarê ficou tão aborrecido que nem lhe deu um nome. E ficou muitas luas sem olhar a sua cara. A mãe, por sua própria conta, começou a chamar a menininha de Mani.

O único presente que Zatiamarê deu a Mani foi um teiú de rabo amarelo. Mas não conversava com ela. Se Mani perguntava alguma coisa, ele respondia com um assobio.

 Por que você não fala com sua filha?  Perguntava Atiolô, muito triste.

 Porque essa filha eu não pedi  respondia ele.  Pra mim é como se fosse de vento.

Até que Atiolô ficou esperando criança de novo.

 Se dessa vez não for um homem, feito o pai  jurava Zatiamarê , vou botar em cima de uma árvore. E nem por assobio vou falar com ela.

Foi, porém, um menininho que chegou: Tarumã.

Com ele, o pai conversava, carregava nas costas pra atravessar o rio, empoleirava no joelho pra contar história.

Mani pediu à mãe que a enterrasse viva. Assim, o pai ficaria mais feliz. E talvez ela servisse para alguma coisa.

Atiolô chorou muitos dias com o desejo da filha. Mas, tanto Mani, pediu que ela fez.

Fez um buraco no alto do morro e enterrou Mani.

 Se eu precisar de alguma coisa  explicou ela , você saberá.

Atiolô voltou para casa. De noite, sonhou que a filha sentia muito calor. De manhãzinha foi até lá e a desenterrou.

 Onde você quer ficar enterrada?  perguntou.

 Onde tiver mais água  pediu Mani.  Me leva pra beira do rio. Se eu não estiver satisfeita, você saberá.

Na primeira noite, Atiolô não sonhou nadinha. Achou que a filha estava alegrinha no novo lugar. De tardinha, porém, quando tomava banho no rio, não é que recebeu um recado? Boiando na água, era a voz de Mani:

 Me tira da beira do rio. O frio não me deixa dormir.

Atiolô obedeceu. Levou a filha pra bem longe, na mata.

 Quando você pensar em mim  disse a menina  e não se lembrar mais do meu rosto, está na hora de me visitar. Aí, você vem.

Passou muito tempo. Bastante que bastante. Um dia, Atiolô sentiu saudade da filha, mas cadê que lembrou da cara que ela tinha?! Foi na mata.

Em vez de Mani, encontrou uma planta muito alta e muito verde.

 Uma planta tão comprida não pode ser a minha filha!  resmungou.

Na mesma hora a planta se dividiu. Uma parte foi ficando rasteirinha, rasteirinha e virou raiz. Sua mãe achou que podia levar aquela raiz pra casa.

Era a mandioca.

ABREU, Ana Rosa et. al. Alfabetização  Contos tradicionais, fábulas, lendas e mitos. Livro do aluno. v. 2. Brasília: MEC/Fundescola/SEF, 2000. p. 117-118. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001614.pdf >. Acesso em: 4 out. 2018.

COMO A NOITE APARECEU

Lenda Tupi

No princípio não havia noite  dia somente havia em todo tempo. A noite estava adormecida no fundo das águas. Não havia animais; todas as coisas falavam.

A filha da Cobra Grande  contam  casara-se com um moço.

Esse moço tinha três fâmulos fiéis. Um dia, ele chamou os três fâmulos e disse-lhes:

 Ide passear, porque minha mulher não quer dormir comigo.

Os fâmulos foram-se, e então ele chamou sua mulher para dormir com ele. A filha da Cobra Grande respondeu-lhe

 Ainda não é noite.

O moço disse-lhe:

 Não há noite, somente há dia.

A moça falou:

 Meu pai tem noite. Se queres dormir comigo, manda buscá-la lá, pelo grande rio.

O moço chamou os três fâmulos; a moça mandou-os à casa de seu pai, para trazerem um caroço de tucumã.

Os fâmulos foram, chegaram à casa da Cobra Grande, esta lhes entregou um caroço de tucumã muito bem fechado e disse-lhes:

 Aqui está; levai-o. Eia! Não o abrais, senão todas as coisas se perderão.

Os fâmulos foram-se, e estavam ouvindo barulho dentro do coco de tucumã, assim: tem, tem, tem... xi... Era o barulho dos grilos e dos sapinhos que cantam de noite.

Quando já estavam longe, um dos fâmulos disse a seus companheiros:

 Vamos ver que barulho será este?

O piloto disse:

 Não, do contrário nos perderemos. Vamos embora, eia, remai!

Eles foram e continuaram a ouvir aquele barulho dentro do coco de tucumã, e não sabiam que barulho era.

Quando já estavam muito longe, ajuntaram-se no meio da canoa, acenderam fogo, derreteram o breu que fechava o coco e abriram-no. De repente, tudo escureceu.

O piloto então disse:

 Nós estamos perdidos; e a moça, em sua casa, já sabe que abrimos o coco de tucumã!

Eles seguiram viagem.

A moça, em sua casa, disse então a seu marido:

 Eles soltaram a noite; vamos esperar a manhã.

Então, todas as coisas que estavam espalhadas pelo bosque se transformaram em animais e pássaros.

As coisas que estavam espalhadas pelo rio se transformaram em patos e em peixes. Do paneiro gerou-se a onça; o pescador e sua canoa se transformaram em pato; de sua cabeça nasceram a cabeça e o bico do pato; da canoa, o corpo do pato; dos remos, as pernas do pato.

A filha da Cobra Grande, quando viu a estrela-d'alva, disse a seu marido:

 A madrugada vem rompendo. Vou dividir o dia da noite.

Então, ela enrolou um fio e disse-lhe:

 Tu serás cujubim.

Assim ela fez o cujubim; pintou a cabeça do cujubim de branco, com tabatinga; pintou-lhe as pernas de vermelho com urucum e, então disse-lhe:

 Cântaras para todo sempre, quando a manhã vier raiando.

Ela enrolou o fio, sacudiu cinza em riba dele, e disse:

 Tu serás inhambu, para cantar nos diversos tempos da noite e de madrugada.

De então pra cá todos os pássaros cantaram em seus tempos, e de madrugada para alegrar o princípio do dia.

Quando os três fâmulos chegaram, o moço disse-lhes:

 Não fostes fiéis  abristes o caroço de tucumã, soltastes a noite e todas as coisas se perderam, e vós também, que vos metamorfoseastes em macacos, andareis para todo sempre pelos galhos dos paus.

(A boca preta e à risca amarela que eles têm no braço, dizem que são ainda o sinal do breu que fechava o caroço de tucumã e que escorreu sobre eles quando o derreteram.)

(General Couto de Magalhães, O selvagem)

ABREU, Ana Rosa et. al. Alfabetização  Contos tradicionais, fábulas, lendas e mitos. Livro do aluno. v. 2. Brasília: MEC/Fundescola/SEF, 2000. p. 120-122. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001614.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018.

HISTÓRIA DO CÉU

Lenda indígena

Já existia o céu. Mas ainda estava se formando. O céu ainda estava se criando. Era baixo de um lado. Não era como hoje. Era igual a uma onda, levantando só de um lado.

O povo antigo não queria o céu. E foram tentar derrubar com o machado.

Eles batiam, abriam um buraco no céu, mas ele fechava. Imediatamente.

Eles batiam de novo, abriam um buraco e o buraco se fechava. Foram batendo, batendo com o machado e os buracos fechando...

Iam se revezando. Cada um batia um pouco com o machado.

Iam cortando, e o céu se fechando...

Então desistiram de derrubar:

 Vamos deixar! Não estamos conseguindo cortar o céu! Foi assim. Assim que o povo antigo tentou derrubar o céu.

Assim que se criou o céu.

(Mito e histórias do povo Xavante)

ABREU, Ana Rosa et al. Alfabetização  Contos tradicionais, fábulas, lendas e mitos. Livro do aluno. v. 2. Brasília: MEC/Fundescola/SEF, 2000. p. 122. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001614.pdf>. Acesso em: 4 out. 2018.

Orientar e solicitar que os alunos pesquisem mitos e lendas diferentes dos apresentados e tragam suas pesquisas anotadas na próxima aula.

Aula 2

Iniciar a aula dialogando com os alunos sobre os mitos e as lendas pesquisadas. Em seguida, apresentar cantigas regionais e/ou sonoridades típicas das regiões brasileiras que colaborem com o desenvolvimento da percepção sonora. É possível utilizar como recurso um mapa do Brasil, colaborando, assim, com a visualização da disposição de mitos, lendas, cantigas e sonoridades por regiões.

Algumas perguntas podem ser feitas para estimular a percepção e a participação dos alunos. Por exemplo:

Quais fontes sonoras você identificou até chegar à escola?

Como é o som dos passos em diferentes solos? O som dos passos na floresta é igual ao som dos passos na praia?

Na sua opinião, qual a importância das trilhas e dos efeitos sonoros em filmes, novelas e peças de teatro?

Expor e estimular questionamentos sobre: improvisação, efeitos sonoros, trilha sonora e a utilização de materiais não convencionais na construção sonora.

As trilhas e os efeitos sonoros podem influenciar nossas emoções e modificar a forma como percebemos um lugar, a cena de um filme ou uma novela. Podemos citar as radionovelas como exemplo da importância dos efeitos sonoros. As radionovelas foram populares durante décadas. Eram histórias narradas por atores, e, de acordo com o objetivo de cada cena, incluíam-se diversos sons e ruídos que contribuíam para que o ouvinte se envolvesse na trama. Na atualidade, a trilha sonora é um dos elementos mais importantes de um filme.

Selecionar, com a colaboração dos alunos, um mito ou uma lenda adequados à idade da turma, para ser utilizado na atividade da aula seguinte.

Aula 3

Iniciar a aula organizando os alunos em grupos. Para o desenvolvimento da atividade, selecionar um aluno (ou mais, se achar adequado) para ser o narrador. Cada grupo poderá se responsabilizar por efeitos sonoros diferentes que serão trabalhados durante a leitura do texto. Entregar aos grupos uma cópia do mito ou da lenda selecionado na aula anterior.

Durante a organização da atividade, procurar orientar os alunos quanto às dúvidas que possam surgir. A partir do mito ou da lenda selecionado, os alunos deverão criar improvisações com materiais não convencionais, sons corporais e vozes para desenvolver efeitos sonoros e/ou trilha sonora adequados ao tema e ao objetivo da proposta. Utilizar gravador ou aparelho celular para registrar a atividade.

Aula 4

Promover a exibição para toda a classe das leituras feitas na aula anterior. Aproveitar para discutir sobre os pontos positivos e aqueles que precisam ser melhorados em um próximo trabalho de encenação. Deixar que cada aluno expresse o que sentiu durante a leitura e qual o papel, para ele, que os efeitos sonoros tiveram durante a narração do mito ou da lenda.

Para trabalhar dúvidas

Para reforçar a importância dos efeitos sonoros, exibir aos alunos trechos de radionovelas e/ou desenhos animados da década de 1970 e pedir à turma que imagine como eram produzidos esses efeitos antes do advento do computador.

Ampliação

Verificar se os alunos entenderam a diferença entre mito e lenda e sugerir que criem efeitos sonoros para um fato do cotidiano. Para isso, os alunos podem se reunir em grupos, escolher um fato e criar os efeitos, enquanto o narrador conta o que aconteceu.


Fonte: PNLD

Arte de construir: a arquitetura indígena

???

Sequência didática

Arte de construir: a arquitetura indígena

Nesta sequência, será abordada a arquitetura indígena brasileira, suas características e sua diversidade. Além disso, os alunos vão observar e identificar as diferenças entre as construções arquitetônicas.

A BNCC na sala de aula

Objetos de conhecimento

Artes Visuais

Elementos de linguagem

Materialidades

Processos de criação

Artes Integradas

Patrimônio cultural

Competências específicas

1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.

3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente

aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira –, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em Arte.

Habilidades

Artes Visuais

(EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas

(EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.).

(EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.

Artes Integradas

(EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.

Objetivos de aprendizagem

Conhecer alguns exemplos de construções arquitetônicas indígenas.

Compreender as relações entre a forma e a função na arquitetura indígena

Conteúdos

Gêneros da arquitetura indígena brasileira.

Diferenças entre as construções arquitetônicas.

Diário de Arte

Materiais e recursos

Imagens das diversas construções arquitetônicas indígenas.

Projetor de imagens ou computador.

Canetinhas coloridas ou lápis de cor.

Papel milimetrado.

Materiais recicláveis para a construção da maquete (papelão, tampa de garrafa, jornal, palitos, entre outros).

Suporte para a construção da maquete (pode ser um papelão bem firme, uma placa de isopor, um pedaço de MDF, entre outros).

Cola e tesoura.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 4 aulas.

Aula 1

Para iniciar a aula, conversar com os alunos para explorar os conhecimentos prévios deles sobre as várias construções arquitetônicas indígenas. Por ser uma atividade para sondagem, não há necessidade de cobrar respostas corretas; o mais importante é que os alunos consigam expressar suas ideias; para isso, estimular a participação de todos. Fazer indagações de modo a auxiliá-los na ampliação de seus conhecimentos: Alguém já viu ou já foi a uma aldeia indígena? Na sua opinião, todas as moradias indígenas são iguais?De que materiais você acha que são feitas as moradias indígenas?.

Em seguida, organizar os alunos em grupos e explicar a eles que vão conhecer um pouco mais sobre a arquitetura indígena. Promover a exibição de imagens da diversidade arquitetônica indígena, aproveitando para falar um pouco sobre o povo e a região a que pertence cada tipo de construção. Por exemplo: os Carajá (que ocupavam as margens do rio Araguaia) e construíam suas moradias a partir de arcos paralelos fincados no chão; os Xingu (fixados no Centro-Oeste do Brasil), que construíam moradias mais interessantes, fazendo referência ao corpo de um animal; os Xavante (encontrados na região central do país), com construções com base circular e cumeeira apontada para cima com galhos, troncos, palhas e barro. Alguns documentos que podem ser utilizados nesta etapa da atividade (inclusive como referência e consulta para elaboração de desenhos e maquetes) são:

ARQUITETURA indígena no Brasil. Disponível em: <http://www.caurn.gov.br/?p=10213>. Acesso em: 5 out. 2018.

ALMEIDA F. W.; YAMASHITA, A. C. Arquitetura indígena. Revista de Ciências Exatas e da Terra Unigran, v. 2, n. 2, 2013. Disponível em: <http://www.unigran.br/ciencias_exatas/conteudo/ed3/artigos/02.pdf>. Acesso em: 5 out. 2018.

Depois da visualização das imagens e das questões do debate, pedir aos alunos que, já em grupos, iniciem, em seu Diário de Arte, desenhos livres, com traços simples, representando as moradias indígenas que conheceram. O tempo de 15 minutos é suficiente para a execução dos desenhos. A proposta é que o desenho possa ser representativo da arquitetura indígena, o que não impede que os alunos usem sua criatividade e imaginação. Esses desenhos serão utilizados para a posterior produção de uma maquete.

Aula 2

Para iniciar a aula, organizar novamente os alunos nos mesmos grupos da aula anterior e retomar as características das várias construções arquitetônicas indígenas, relacionando-as com seu povo e região, fazendo indagações e anotando na lousa as respostas obtidas. Apresentar mais imagens de exemplos arquitetônicos indígenas.

???

Giorgio Caracciolo/Shutterstock.com

Imagem de aldeia indígena.

???

waldir bolívar/Shutterstock.com

Oca em reserva indígena.

???

Michel Piccaya/Shutterstock.com

Oca com cobertura de sapé em tribo indígena.

Nesta etapa da aula, pode-se aproveitar para falar sobre o processo de hierarquização social e cultural e indígena, bem como sobre o uso das construções pelos integrantes da aldeia, quantas famílias cada construção abriga, se há alguma divisão entre o espaço ocupado por diferentes famílias, entre outros tópicos. Essa análise deve ser estimulada através das imagens e da formulação de questões que instiguem os alunos a refletirem sobre a sociedade indígena, para a futura construção da maquete. É importante que os alunos compreendam que as construções variam em forma e material de acordo com as necessidades de cada povo e a região em que vivem.

Solicitar aos alunos que tragam para a próxima aula os materiais recicláveis para iniciar a execução de uma maquete de uma construção indígena, além do suporte para a maquete, cola, tesoura, entre outros materiais que julgar necessário.

Aula 3

Pedir que os alunos retomem a organização dos grupos já estipulados para que discutam as ideias de seus projetos de maquete, qual estrutura arquitetônica indígena pretendem representar, que materiais vão utilizar, entre outros pontos. Procure orientá-los em relação às etapas do processo: devem desenhar, pesquisar sobre o povo indígena escolhido e esquematizar a maquete. Tendo essas etapas concluídas, os grupos podem iniciar a construção da maquete (que será concluída na próxima aula).

Aula 4

As maquetes e os desenhos feitos na fase de elaboração do trabalho podem ser expostos não só para a classe, mas também para toda a comunidade escolar. Destacar que para a maquete fazer sentido para quem não estudou sobre as construções indígenas é preciso criar legendas para os elementos que compõem o trabalho. A última fase do trabalho é organizar a exposição, o que deve ser feito coletivamente.

Para trabalhar dúvidas

Para facilitar a construção da maquete, apresentar aos alunos o vídeo Conversa com o pesquisador: José Portocarrero (Arquitetura), da UFMT Ciência, um programa da TV Universidade (TVU).

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=-yy9c3rMkOE&t=486s>. Acesso em: 5 out. 2018.

Ampliação

Em sala de aula, retomar com os alunos o processo vivido e conversar sobre o problema das garantias do direito do território indígena. Propor debates e expressão de opinião. Pode-se também promover a exibição de imagens de fotógrafos que documentam (ou documentaram) a vida indígena, abordando assim o olhar de fora (nós) e o do próprio povo indígena. O site O índio na fotografia brasileira traz rico conteúdo de fotógrafos de épocas diversas. (Disponível em: <http://povosindigenas.com/indice/>. Acesso em: 5 out. 2018.)


Fonte: PNLD