26 abril 2021

Arte de construir: a arquitetura indígena

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Sequência didática

Arte de construir: a arquitetura indígena

Nesta sequência, será abordada a arquitetura indígena brasileira, suas características e sua diversidade. Além disso, os alunos vão observar e identificar as diferenças entre as construções arquitetônicas.

A BNCC na sala de aula

Objetos de conhecimento

Artes Visuais

Elementos de linguagem

Materialidades

Processos de criação

Artes Integradas

Patrimônio cultural

Competências específicas

1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.

3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente

aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira –, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em Arte.

Habilidades

Artes Visuais

(EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas

(EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance etc.).

(EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.

Artes Integradas

(EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.

Objetivos de aprendizagem

Conhecer alguns exemplos de construções arquitetônicas indígenas.

Compreender as relações entre a forma e a função na arquitetura indígena

Conteúdos

Gêneros da arquitetura indígena brasileira.

Diferenças entre as construções arquitetônicas.

Diário de Arte

Materiais e recursos

Imagens das diversas construções arquitetônicas indígenas.

Projetor de imagens ou computador.

Canetinhas coloridas ou lápis de cor.

Papel milimetrado.

Materiais recicláveis para a construção da maquete (papelão, tampa de garrafa, jornal, palitos, entre outros).

Suporte para a construção da maquete (pode ser um papelão bem firme, uma placa de isopor, um pedaço de MDF, entre outros).

Cola e tesoura.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 4 aulas.

Aula 1

Para iniciar a aula, conversar com os alunos para explorar os conhecimentos prévios deles sobre as várias construções arquitetônicas indígenas. Por ser uma atividade para sondagem, não há necessidade de cobrar respostas corretas; o mais importante é que os alunos consigam expressar suas ideias; para isso, estimular a participação de todos. Fazer indagações de modo a auxiliá-los na ampliação de seus conhecimentos: Alguém já viu ou já foi a uma aldeia indígena? Na sua opinião, todas as moradias indígenas são iguais?De que materiais você acha que são feitas as moradias indígenas?.

Em seguida, organizar os alunos em grupos e explicar a eles que vão conhecer um pouco mais sobre a arquitetura indígena. Promover a exibição de imagens da diversidade arquitetônica indígena, aproveitando para falar um pouco sobre o povo e a região a que pertence cada tipo de construção. Por exemplo: os Carajá (que ocupavam as margens do rio Araguaia) e construíam suas moradias a partir de arcos paralelos fincados no chão; os Xingu (fixados no Centro-Oeste do Brasil), que construíam moradias mais interessantes, fazendo referência ao corpo de um animal; os Xavante (encontrados na região central do país), com construções com base circular e cumeeira apontada para cima com galhos, troncos, palhas e barro. Alguns documentos que podem ser utilizados nesta etapa da atividade (inclusive como referência e consulta para elaboração de desenhos e maquetes) são:

ARQUITETURA indígena no Brasil. Disponível em: <http://www.caurn.gov.br/?p=10213>. Acesso em: 5 out. 2018.

ALMEIDA F. W.; YAMASHITA, A. C. Arquitetura indígena. Revista de Ciências Exatas e da Terra Unigran, v. 2, n. 2, 2013. Disponível em: <http://www.unigran.br/ciencias_exatas/conteudo/ed3/artigos/02.pdf>. Acesso em: 5 out. 2018.

Depois da visualização das imagens e das questões do debate, pedir aos alunos que, já em grupos, iniciem, em seu Diário de Arte, desenhos livres, com traços simples, representando as moradias indígenas que conheceram. O tempo de 15 minutos é suficiente para a execução dos desenhos. A proposta é que o desenho possa ser representativo da arquitetura indígena, o que não impede que os alunos usem sua criatividade e imaginação. Esses desenhos serão utilizados para a posterior produção de uma maquete.

Aula 2

Para iniciar a aula, organizar novamente os alunos nos mesmos grupos da aula anterior e retomar as características das várias construções arquitetônicas indígenas, relacionando-as com seu povo e região, fazendo indagações e anotando na lousa as respostas obtidas. Apresentar mais imagens de exemplos arquitetônicos indígenas.

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Giorgio Caracciolo/Shutterstock.com

Imagem de aldeia indígena.

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waldir bolívar/Shutterstock.com

Oca em reserva indígena.

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Michel Piccaya/Shutterstock.com

Oca com cobertura de sapé em tribo indígena.

Nesta etapa da aula, pode-se aproveitar para falar sobre o processo de hierarquização social e cultural e indígena, bem como sobre o uso das construções pelos integrantes da aldeia, quantas famílias cada construção abriga, se há alguma divisão entre o espaço ocupado por diferentes famílias, entre outros tópicos. Essa análise deve ser estimulada através das imagens e da formulação de questões que instiguem os alunos a refletirem sobre a sociedade indígena, para a futura construção da maquete. É importante que os alunos compreendam que as construções variam em forma e material de acordo com as necessidades de cada povo e a região em que vivem.

Solicitar aos alunos que tragam para a próxima aula os materiais recicláveis para iniciar a execução de uma maquete de uma construção indígena, além do suporte para a maquete, cola, tesoura, entre outros materiais que julgar necessário.

Aula 3

Pedir que os alunos retomem a organização dos grupos já estipulados para que discutam as ideias de seus projetos de maquete, qual estrutura arquitetônica indígena pretendem representar, que materiais vão utilizar, entre outros pontos. Procure orientá-los em relação às etapas do processo: devem desenhar, pesquisar sobre o povo indígena escolhido e esquematizar a maquete. Tendo essas etapas concluídas, os grupos podem iniciar a construção da maquete (que será concluída na próxima aula).

Aula 4

As maquetes e os desenhos feitos na fase de elaboração do trabalho podem ser expostos não só para a classe, mas também para toda a comunidade escolar. Destacar que para a maquete fazer sentido para quem não estudou sobre as construções indígenas é preciso criar legendas para os elementos que compõem o trabalho. A última fase do trabalho é organizar a exposição, o que deve ser feito coletivamente.

Para trabalhar dúvidas

Para facilitar a construção da maquete, apresentar aos alunos o vídeo Conversa com o pesquisador: José Portocarrero (Arquitetura), da UFMT Ciência, um programa da TV Universidade (TVU).

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=-yy9c3rMkOE&t=486s>. Acesso em: 5 out. 2018.

Ampliação

Em sala de aula, retomar com os alunos o processo vivido e conversar sobre o problema das garantias do direito do território indígena. Propor debates e expressão de opinião. Pode-se também promover a exibição de imagens de fotógrafos que documentam (ou documentaram) a vida indígena, abordando assim o olhar de fora (nós) e o do próprio povo indígena. O site O índio na fotografia brasileira traz rico conteúdo de fotógrafos de épocas diversas. (Disponível em: <http://povosindigenas.com/indice/>. Acesso em: 5 out. 2018.)


Fonte: PNLD

O Maracatu de Baque Virado, também conhecido como Maracatu Nação

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Sequência didática

O Maracatu de Baque Virado, também conhecido como Maracatu Nação

Nesta sequência, os alunos terão a oportunidade de conhecer e experimentar alguns dos elementos constitutivos do maracatu de baque virado (também conhecido como maracatu nação), manifestação da dança popular brasileira, buscando identificar algumas de suas características para a criação de uma notação musical não convencional para a obra musical em questão.

A BNCC na sala de aula

Objetos de conhecimento

Música

Contextos e práticas

Elementos da linguagem

Materialidades

Notação e registro musical

Competências específicas

1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.

3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira –, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em Arte.

8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.

9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.

Habilidades

Música

(EF69AR16) Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e funções da música em seus contextos de produção e circulação, relacionando as práticas musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

(EF69AR17) Explorar e analisar, criticamente, diferentes meios e equipamentos culturais de circulação da música e do conhecimento musical.

(EF69AR19) Identificar e analisar diferentes estilos musicais, contextualizando-os no tempo e no espaço, de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética musical.

(EF69AR21) Explorar e analisar fontes e materiais sonoros em práticas de composição/criação, execução e apreciação musical, reconhecendo timbres e características de instrumentos musicais diversos.

(EF69AR22) Explorar e identificar diferentes formas de registro musical (notação musical tradicional, partituras criativas e procedimentos da música contemporânea), bem como procedimentos e técnicas de registro em áudio e audiovisual.

Objetivos de aprendizagem

Conhecer a história do maracatu de baque virado e as suas influências na cultura regional de Pernambuco.

Desenvolver a percepção e a coordenação dos movimentos do próprio corpo em relação ao ritmo da música do maracatu.

Criar maneiras de registrar graficamente as ideias musicais.

Elaborar um registro musical não convencional para o maracatu de baque virado.

Promover uma reflexão sobre as distintas matrizes da cultura brasileira.

Conteúdos

Maracatu de baque virado (ou maracatu nação)

Notação musical não convencional

Patrimônio cultural

Texto informativo sobre o maracatu de baque virado, ou maracatu nação.

Materiais e recursos

Instrumentos musicais e objetos diversos (latas, copos, bolas, pratos, entre outros).

Equipamento para reprodução de imagem e para reprodução de som.

Partitura em branco.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 4 aulas.

Aula 1

Apresentar à turma algumas imagens e alguns vídeos sobre o maracatu de baque virado, ou maracatu nação. Como sugestão, seguem alguns vídeos para consulta:

DANÇAS regionais: maracatu de baque virado: Aline Valentim. (Canal Curta, 5 min 30, 27 out. 2014)

MARACATU nação. Iphan. (Maracatu Nação, 19 min, Iphan/CNFCP, 2014).

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Antônio Cruz/ABr

Encontro Estadual de Maracatus durante carnaval de Recife.

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TOMAS GRAHAM/Shutterstock.com

Um dos instrumentos usados no maracatu: agbê, também conhecido como xequerê.

Promover uma breve discussão sobre o maracatu de baque virado (ou maracatu nação), de modo a realizar alguns questionamentos sobre o tema:

1. Alguém conhece essa dança popular brasileira? Imagina qual a origem dessa manifestação cultural e onde ela ocorre atualmente?

Resposta pessoal.

2. A batida sonora presente na música e que marca os movimentos é forte ou fraca?

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que é uma batida forte.

3. O que os figurinos podem representar nessa manifestação?

Resposta pessoal.

Em seguida, distribuir para os alunos o texto informativo com um breve histórico da dança observada.

Breve História do Maracatu Nação

O Maracatu de Baque Virado ou Maracatu Nação é uma manifestação da cultura popular brasileira, afrodescendente. Surgiu durante o período escravocrata, provavelmente entre os séculos XVII e XVIII, onde hoje é o Estado de Pernambuco, principalmente nas cidades de Recife, Olinda e Igarassu (que, antigamente, abrangia também o que hoje são os municípios de Itapissuma, Abreu e Lima e Itamaracá). Como a maioria das manifestações populares do país, é uma mistura de culturas ameríndias, africanas e europeias.

Apesar de existirem muitas visões, histórias e hipóteses diferentes, a explicação mais difundida entre os estudiosos acerca da origem do Maracatu Nação é a de que ele teria surgido a partir das coroações e autos do Rei do Congo, prática implantada no Brasil supostamente pelos colonizadores portugueses e, por consequência, permitida pelos senhores de escravos.

Os eleitos como Rainhas e Reis do Congo eram lideranças políticas entre os cativos: intermediários entre o poder do Estado Colonial e as mulheres e homens de origem africana. Destas organizações teriam surgido muitas manifestações culturais populares que passaram a realizar encontros e rituais em torno dessas representações sociais originando manifestações populares como Maracatu de Baque Virado [...].

Com a abolição da escravatura no Brasil, no fim do século XVIII, o Maracatu passou gradualmente a ser caracterizado como um fenômeno típico dos carnavais recifenses, como ocorreu com o Frevo e outras práticas populares brasileiras.

Após um intenso processo de decadência dos maracatus de Recife durante quase todo o século XX, ocorreu nos anos 1990 o que podemos chamar de Boom do Maracatu.

[...] o Maracatu de Baque Virado saiu de seu palco principal que é a cidade de Recife e chegou a diversos lugares do país e do mundo. Atualmente existem grupos percussivos que trabalham com elementos da Cultura do Maracatu Nação em quase todos os estados brasileiros e em diversos países como Canadá, Inglaterra, França, Estados Unidos da América, Japão, Escócia, Alemanha, Espanha, entre outros.

BREVE história do maracatu nação. Disponível em: <http://maracatu.org.br/o-maracatu/breve-historia/>. Acesso em: 2 out. 2018.

Destacar a presença do maracatu na cultura pernambucana e, de forma geral, na brasileira, ressaltando suas características, sua história e o fato de ser uma manifestação cultural que difunde a música popular brasileira com toda a sua diversidade e todas as suas variações, presente nas áreas urbanas e rurais, com diferentes denominações e estilos.

Aula 2

Questionar os alunos sobre como é possível registrar o som produzido por determinado objeto; por exemplo, o som de uma cadeira sendo arrastada pelo chão. Explicar que eles devem pensar em como registrar o som, não o objeto. Pedir que criem um desenho ou um código que represente o som da cadeira ao ser arrastada.

Apresentar aos alunos alguns instrumentos ou objetos e solicitar que representem, em uma folha de papel A4, por meio de um desenho ou código, cada um dos sons emitidos pelos instrumentos ou objetos apresentados. Ao final, expor as produções na lousa ou no mural da sala e propor aos alunos uma leitura sonora das imagens.

Aula 3

Comentar com os alunos que, durante esta aula, todos participarão de uma ciranda de maracatu. Se achar necessário, podem-se exibir novamente os vídeos sobre o maracatu de baque virado (ou maracatu nação), orientando os alunos a observarem os movimentos realizados pelos participantes.

Organizar uma roda com a turma e promover a audição de uma música típica do maracatu, que pode ser encontrada no site maracatu.org.br, no acervo sonoro (acesso em 2 out. 2018). Com todos de mãos dadas, ensinar aos alunos alguns passos simples do maracatu. Fazer gestos e movimentos com o corpo acompanhando as batidas dos tambores. Começar a dança com os alunos no lugar e, depois de compreendida a mecânica dos passos, propor o deslocamento, girando a roda e dançando no ritmo da música, pedindo que façam os movimentos aprendidos. Sugerir diferentes formas de deslocamento, como giros, círculos, filas etc., sempre no ritmo da música.

Quando os alunos estiverem mais seguros, pedir que, sem perder o tempo da música e a forma da roda, soltem as mãos. Por fim, orientar os alunos a circularem pelo espaço, realizando os movimentos aprendidos.

Ressaltar que não há movimento certo ou errado; o importante é explorar o que cada um sabe e gosta de fazer com o corpo, e ter prazer em dançar acompanhando a música.

Aula 4

Proporcionar aos alunos um momento de escuta ativa do ritmo do maracatu, para que possam explorar juntos suas características sonoras: presença de sons curtos e de sons longos, bem como de sons graves e de sons agudos, ou de sons que caminham ascendente ou descendentemente, isto é, que vão do grave para o agudo, ou do agudo para o grave, respectivamente.

Pedir aos alunos que se sentem e fechem os olhos. Reproduzir, para a audição dos alunos, um maracatu de baque virado e pedir que marquem o tempo forte da música batendo levemente as mãos nas pernas, sem fazer barulho.

Em seguida, realizar um trabalho de escrita musical: cada aluno registrará, utilizando símbolos criados por ele próprio, os sons que ouviu. Para isso, entregar a cada aluno uma partitura em branco. Após uma primeira escuta ativa do ritmo do maracatu, reproduzir novamente o áudio e solicitar a cada aluno que crie os próprios símbolos sonoros, construindo uma partitura gráfica referente à obra musical em questão. Orientar os alunos a observarem as nuances de sonoridade e a registrarem na pauta como desejarem. Lembrar os alunos sobre o silêncio: Como distinguir o som do silêncio? Como registrar o silêncio?

Ao final, pedir a cada aluno que apresente sua produção e comente como realizou o processo de criação da partitura. Expor as produções no mural da classe.

No decorrer das atividades, verificar alguns pontos importantes do processo de aprendizagem dos alunos:

Os alunos demonstram envolvimento e interesse pelo tema trabalhado? Fazem questionamentos e apontam reflexões sobre o conteúdo?

Realizam os movimentos e acompanham o ritmo do maracatu de baque virado?

Os alunos interagem uns com os outros e auxiliam os colegas que apresentam dificuldades?

Conseguiram compreender que a manifestação do maracatu de baque virado se faz presente enquanto um conteúdo social, histórico e cultural brasileiro?

Organizar um debate com os alunos e discutir as experiências vividas durante as atividades. Perguntar como se deu o aprendizado dos movimentos do maracatu de baque virado e como se desenvolveu o processo de criação da partitura não convencional.

Para trabalhar dúvidas

Se houver alunos com dificuldades em acompanhar os passos da dança ou mesmo com dificuldades para realizar a audição ativa do maracatu, possibilitar a eles que trabalhem em duplas. Além de compreender os movimentos, é importante que eles compreendam a importância dos tempos de pausa no desenvolvimento da dança e da música.

Ampliação

Para uma ampliação da proposta, os alunos poderão pesquisar a influência cultural africana na cultura brasileira, investigando outras manifestações culturais  especialmente na dança e na música , enriquecendo seu repertório sobre a temática, além de respeitar, divulgar e valorizar as contribuições dos povos africanos para a cultura brasileira.


Fonte: PNLD

Retalhos bordados

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Sequência didática

Retalhos bordados

Nesta sequência, os alunos vão bordar retalhos de tecido para a confecção de um painel coletivo. Vão reconhecer as diferenças entre algumas técnicas artesanais, como o bordado e a renda; pesquisar o modo de utilização dessas produções no cotidiano; e conhecer artistas contemporâneos que resgatam esses trabalhos em suas obras.

A BNCC na sala de aula

Objetos de conhecimento

Artes Visuais

Contextos e práticas

Elementos da linguagem

Processos de criação

Sistemas da linguagem

Artes Integradas

Patrimônio cultural

Competências específicas

1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.

3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira –, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em Arte.

4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.

8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.

9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.

Habilidades

Artes Visuais

(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.

(EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas.

(EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.

(EF69AR08) Diferenciar as categorias de artista, artesão, produtor cultural, curador, designer, entre outras, estabelecendo relações entre os profissionais do sistema das artes visuais.

Artes Integradas

(EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.

Objetivos de aprendizagem

Apresentar o papel social e expressivo do bordado na história e cultura brasileira.

Proporcionar a experiência com trabalhos manuais.

Desenvolver habilidades manuais de costura e bordado.

Desconstruir preconceitos de gênero relativos às atividades ligadas à produção de bordado.

Conhecer de que maneira as técnicas artesanais foram reabilitadas por artistas na arte contemporânea.

Conteúdos

Bordado

Arte contemporânea

Técnicas artesanais

Giz de costura (ou giz escolar) ou lápis grafite preto.

Materiais e recursos

Retalhos de tecido (lona, algodão, morim, entre outros) cortados em tamanho previamente determinado.

Linhas de algodão para bordado à mão (várias cores).

Agulhas para bordar à mão (24 mm).

Tesoura.

Projetor e computador.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 4 aulas.

Aula 1

Apresentar para os alunos imagens de trabalhos manuais têxteis de tapeçaria, bordado e renda e pedir que indiquem algumas diferenças e semelhanças visuais entre essas produções. Comentar que cada um desses trabalhos artesanais possui técnicas variadas e, por vezes, complexas de produção.

Questionar se na turma há alguém que produz ou conhece pessoas que realizam trabalhos manuais têxteis. Se tiver disponível, levar para a sala um exemplar físico de cada trabalho, ou solicitar aos alunos que tragam exemplares, caso os tenham em casa. Neste último caso, orientar os alunos no cuidado que devem ter com as peças.

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Helissa Grundemann/Shutterstock.com

Toalhas de renda de bilro em exposição.

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Renata Sedmakova/Shutterstock.com

Pessoa fazendo renda de bilro (instrumento de madeira ou metal usado para fazer a renda de bilro).

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Albert Karimov/Shutterstock.com

Artesão fazendo tapete manual em tear.

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Vanessa Champion/Shutterstock.com

Artesão fazendo tapete de ráfia (fibra têxtil de palmeira).

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Slavikbig/Shutterstock.com

Pessoa fazendo trabalho em ponto cruz, uma das técnicas do bordado.

Estimular a turma a participar dessa conversa introdutória para que perceba que as técnicas artesanais podem estar muito próximas do nosso cotidiano e, inclusive, fazer parte das atividades culturais da região em que vivemos.

Em seguida, apresentar criações de artistas e estilistas brasileiros e internacionais que trabalham com bordado e renda feitos à mão, a fim de explorar a relação desses objetos com questões de identidade, criação e trabalho manual ou artesanal. Como sugestão, apresentar obras de Agnes Herczeg, Sheila Hicks, Diane Savona, Alexandra Drenth, Arthur Bispo do Rosário, Leonilson, Alexandre Heberte, Marina Godoy, entre outros. É possível encontrar imagens de obras desses nomes e mais informações sobre eles em sites oficiais e/ou de museus, por exemplo.

Após a apresentação dos artistas, promover um momento de debate com os alunos sobre as obras apresentadas e pedir que respondam às seguintes questões:

1. Qual artista você achou mais interessante? Por quê?

Resposta pessoal.

2. Quais você acha que foram as técnicas e os materiais empregados pelos artistas nos trabalhos apresentados? Descreva-os.

Explorar a observação dos alunos em relação às técnicas e materiais presentes nas obras apresentadas, como o uso da tecelagem, bordados, linhas, trabalhos manuais em geral.

3. É possível pensar em semelhanças entre obras produzidas em contextos tão diferentes? Justifique sua resposta.

Resposta pessoal.

Por fim, realizar a correção das questões coletivamente, ampliando as discussões sobre o assunto. Propor aos alunos que pesquisem outros nomes da arte contemporânea que utilizam trabalhos manuais têxteis como o bordado e a renda em suas obras. Orientar os alunos a consultarem internet, livros e revistas, entre outras mídias, para visualização das obras e dos dados sobre os artistas que trabalham nessa temática. Pedir que tragam para a próxima aula os materiais pesquisados (imagens e informações anotadas).

Aula 2

Recolher o material pesquisado pela turma e convidar alguns alunos para apresentarem suas pesquisas, comentando brevemente sobre a vida e as obras dos artistas encontrados.

Apresentar para a turma o trabalho da artesã Clarice Borian, que produz mensagens bordadas em folhas caídas das árvores. Realizar um debate com os alunos sobre a artista e suas produções, bem como sua preocupação com a preservação da natureza e da cultura do bordado. É possível encontrar informações e obras da artista em seu site oficial.

Um dos desafios desta proposta é desconstruir uma visão comum de que bordado e artes manuais são assuntos exclusivamente femininos. Caso algum aluno resista à ideia de fazer um bordado, pode simplesmente pintar o tecido. Por outro lado, é importante evitar que aqueles que aceitarem realizar a atividade integralmente sejam alvo de constrangimento. Tente criar um ambiente propício para que os alunos expressem seus desejos, buscando debater e pôr em questão, de forma cuidadosa, o porquê de suas resistências.

Aula 3

Propor para a turma que experimente a técnica do bordado em pequenos pedaços de tecido para a produção de um painel coletivo de retalhos. Discutir com os alunos qual será a temática a ser representada pelos bordados nos retalhos. Orientar os alunos a, primeiramente, fazerem um desenho ou escrever uma palavra usando giz de costura ou lápis no retalho a ser bordado, marcando um tracejado de pequenos pontos que deverão ser seguidos para a realização do bordado.

Apresente para a turma algumas técnicas básicas do bordado. Caso algum aluno tenha na família, ou conheça na comunidade em que reside, pessoas que realizam trabalhos com bordados, convide para participar desse momento de introdução à técnica.

Aula 4

Organizar as carteiras da classe em grupos de quatro.

Pedir aos alunos que lavem as mãos antes de começar o bordado, para assim preservar a linha e o tecido de alguma sujeira.

Distribuir entre os alunos as linhas e agulhas para o bordado à mão, ressaltando que o trabalho com agulha precisa de atenção e cuidado. Pedir também que experimentem a melhor forma de segurar a agulha e o tecido para que não espetem os dedos. Em seguida, orientar o passo a passo do ponto atrás (também conhecido como ponto reto) para o bordado da peça. O ponto atrás é um ponto simples e básico do bordado, cujas orientações para execução podem ser encontradas facilmente na internet e em revistas e livros sobre bordado.

Ao final, unir os tecidos costurando-os e formando o painel de retalhos bordados pelos alunos.

Para finalizar esta sequência, promover uma roda de conversa com a turma e lançar algumas questões de autoavaliação. Por exemplo:

Quais foram as reflexões mais importantes que você fez no decorrer destas quatro aulas?

Após as pesquisas e as atividades práticas, você formou uma nova opinião a respeito de algum assunto?

O que você aprendeu sobre as oportunidades que as artes manuais possibilitam para expressar mensagens?

Para trabalhar dúvidas

Caso algum aluno apresente dificuldade na execução do trabalho, é possível sugerir a formação de duplas para que os que apresentarem mais afinidade com os trabalhos manuais desse tipo possam ajudar o colega.

Ampliação

Os alunos poderão pesquisar e trabalhar a técnica de patchwork utilizando retalhos de tecidos que podem ser encontrados em malharias, oficinas de costura e lojas de artesanato, além de pesquisar artistas que utilizam o patchwork contemporâneo em suas obras. Poderão também elaborar um patchwork a partir de uma obra de arte contemporânea, por exemplo, os trabalhos da artista brasileira Beatriz Milhazes.


Fonte: PNLD