02 maio 2023

Análise do poema Canção do Exílio de Gonçalves Dias

Análise do poema Canção do Exílio de Gonçalves Dias

Canção do exílio
"Canção do Exílio" é um dos poemas mais conhecidos do poeta brasileiro Gonçalves Dias. Publicado em 1843, o poema se tornou um ícone da literatura romântica brasileira e é frequentemente estudado em escolas e universidades.

O poema retrata a saudade do poeta pela terra natal, o Brasil, enquanto ele se encontra no exterior. O eu lírico descreve a beleza da natureza brasileira, como as matas, os rios e os pássaros, além de mencionar o amor que sente pela sua terra.

A estrutura do poema é simples e direta, composta por estrofes de quatro versos cada uma (quadras) e rimas alternadas. A simplicidade da estrutura e a musicalidade das rimas contribuem para a sensação de harmonia e beleza que o poema transmite.

O poema é um exemplo de uma das características do romantismo, a valorização do sentimento individual e do amor à natureza. Através do poema, o poeta expressa seu amor e sua saudade pela sua terra natal, bem como seu desejo de retornar a ela.

Além disso, o poema também pode ser interpretado como uma crítica ao processo de colonização que ocorreu no Brasil. A imagem do exílio sugere a ideia de que o Brasil é a verdadeira casa do poeta, e a ausência dele é uma consequência da exploração e do domínio dos colonizadores.

Em resumo, "Canção do Exílio" é um poema que transmite uma sensação de amor, saudade e beleza através da descrição da natureza brasileira. Além disso, o poema pode ser visto como uma crítica à colonização do Brasil e a exploração dos povos indígenas e africanos que habitavam o país.

Produzido por: Washington Luiz, formado em Letras e respectivas literaturas e graduado em Pedagogia e pós-graduado em Metodologia de Língua Inglesa.

Canção do Exílio de Gonçalves Dias

Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar – sozinho, à noite – Mais prazer eu encontro lá;

Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute dos primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá.

Gonçalves Dias, 1843.

Palavras-chave: Canção do Exílio, Gonçalves Dias, poema, literatura romântica brasileira, saudade, Brasil, natureza, matas, rios, pássaros, amor, estrutura, quadras, rimas, individualismo, romantismo, colonização, crítica, exploração, povos indígenas, africanos.

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