26 abril 2021

O Maracatu de Baque Virado, também conhecido como Maracatu Nação

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Sequência didática

O Maracatu de Baque Virado, também conhecido como Maracatu Nação

Nesta sequência, os alunos terão a oportunidade de conhecer e experimentar alguns dos elementos constitutivos do maracatu de baque virado (também conhecido como maracatu nação), manifestação da dança popular brasileira, buscando identificar algumas de suas características para a criação de uma notação musical não convencional para a obra musical em questão.

A BNCC na sala de aula

Objetos de conhecimento

Música

Contextos e práticas

Elementos da linguagem

Materialidades

Notação e registro musical

Competências específicas

1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.

3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira –, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em Arte.

8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.

9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.

Habilidades

Música

(EF69AR16) Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e funções da música em seus contextos de produção e circulação, relacionando as práticas musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.

(EF69AR17) Explorar e analisar, criticamente, diferentes meios e equipamentos culturais de circulação da música e do conhecimento musical.

(EF69AR19) Identificar e analisar diferentes estilos musicais, contextualizando-os no tempo e no espaço, de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética musical.

(EF69AR21) Explorar e analisar fontes e materiais sonoros em práticas de composição/criação, execução e apreciação musical, reconhecendo timbres e características de instrumentos musicais diversos.

(EF69AR22) Explorar e identificar diferentes formas de registro musical (notação musical tradicional, partituras criativas e procedimentos da música contemporânea), bem como procedimentos e técnicas de registro em áudio e audiovisual.

Objetivos de aprendizagem

Conhecer a história do maracatu de baque virado e as suas influências na cultura regional de Pernambuco.

Desenvolver a percepção e a coordenação dos movimentos do próprio corpo em relação ao ritmo da música do maracatu.

Criar maneiras de registrar graficamente as ideias musicais.

Elaborar um registro musical não convencional para o maracatu de baque virado.

Promover uma reflexão sobre as distintas matrizes da cultura brasileira.

Conteúdos

Maracatu de baque virado (ou maracatu nação)

Notação musical não convencional

Patrimônio cultural

Texto informativo sobre o maracatu de baque virado, ou maracatu nação.

Materiais e recursos

Instrumentos musicais e objetos diversos (latas, copos, bolas, pratos, entre outros).

Equipamento para reprodução de imagem e para reprodução de som.

Partitura em branco.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 4 aulas.

Aula 1

Apresentar à turma algumas imagens e alguns vídeos sobre o maracatu de baque virado, ou maracatu nação. Como sugestão, seguem alguns vídeos para consulta:

DANÇAS regionais: maracatu de baque virado: Aline Valentim. (Canal Curta, 5 min 30, 27 out. 2014)

MARACATU nação. Iphan. (Maracatu Nação, 19 min, Iphan/CNFCP, 2014).

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Antônio Cruz/ABr

Encontro Estadual de Maracatus durante carnaval de Recife.

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TOMAS GRAHAM/Shutterstock.com

Um dos instrumentos usados no maracatu: agbê, também conhecido como xequerê.

Promover uma breve discussão sobre o maracatu de baque virado (ou maracatu nação), de modo a realizar alguns questionamentos sobre o tema:

1. Alguém conhece essa dança popular brasileira? Imagina qual a origem dessa manifestação cultural e onde ela ocorre atualmente?

Resposta pessoal.

2. A batida sonora presente na música e que marca os movimentos é forte ou fraca?

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que é uma batida forte.

3. O que os figurinos podem representar nessa manifestação?

Resposta pessoal.

Em seguida, distribuir para os alunos o texto informativo com um breve histórico da dança observada.

Breve História do Maracatu Nação

O Maracatu de Baque Virado ou Maracatu Nação é uma manifestação da cultura popular brasileira, afrodescendente. Surgiu durante o período escravocrata, provavelmente entre os séculos XVII e XVIII, onde hoje é o Estado de Pernambuco, principalmente nas cidades de Recife, Olinda e Igarassu (que, antigamente, abrangia também o que hoje são os municípios de Itapissuma, Abreu e Lima e Itamaracá). Como a maioria das manifestações populares do país, é uma mistura de culturas ameríndias, africanas e europeias.

Apesar de existirem muitas visões, histórias e hipóteses diferentes, a explicação mais difundida entre os estudiosos acerca da origem do Maracatu Nação é a de que ele teria surgido a partir das coroações e autos do Rei do Congo, prática implantada no Brasil supostamente pelos colonizadores portugueses e, por consequência, permitida pelos senhores de escravos.

Os eleitos como Rainhas e Reis do Congo eram lideranças políticas entre os cativos: intermediários entre o poder do Estado Colonial e as mulheres e homens de origem africana. Destas organizações teriam surgido muitas manifestações culturais populares que passaram a realizar encontros e rituais em torno dessas representações sociais originando manifestações populares como Maracatu de Baque Virado [...].

Com a abolição da escravatura no Brasil, no fim do século XVIII, o Maracatu passou gradualmente a ser caracterizado como um fenômeno típico dos carnavais recifenses, como ocorreu com o Frevo e outras práticas populares brasileiras.

Após um intenso processo de decadência dos maracatus de Recife durante quase todo o século XX, ocorreu nos anos 1990 o que podemos chamar de Boom do Maracatu.

[...] o Maracatu de Baque Virado saiu de seu palco principal que é a cidade de Recife e chegou a diversos lugares do país e do mundo. Atualmente existem grupos percussivos que trabalham com elementos da Cultura do Maracatu Nação em quase todos os estados brasileiros e em diversos países como Canadá, Inglaterra, França, Estados Unidos da América, Japão, Escócia, Alemanha, Espanha, entre outros.

BREVE história do maracatu nação. Disponível em: <http://maracatu.org.br/o-maracatu/breve-historia/>. Acesso em: 2 out. 2018.

Destacar a presença do maracatu na cultura pernambucana e, de forma geral, na brasileira, ressaltando suas características, sua história e o fato de ser uma manifestação cultural que difunde a música popular brasileira com toda a sua diversidade e todas as suas variações, presente nas áreas urbanas e rurais, com diferentes denominações e estilos.

Aula 2

Questionar os alunos sobre como é possível registrar o som produzido por determinado objeto; por exemplo, o som de uma cadeira sendo arrastada pelo chão. Explicar que eles devem pensar em como registrar o som, não o objeto. Pedir que criem um desenho ou um código que represente o som da cadeira ao ser arrastada.

Apresentar aos alunos alguns instrumentos ou objetos e solicitar que representem, em uma folha de papel A4, por meio de um desenho ou código, cada um dos sons emitidos pelos instrumentos ou objetos apresentados. Ao final, expor as produções na lousa ou no mural da sala e propor aos alunos uma leitura sonora das imagens.

Aula 3

Comentar com os alunos que, durante esta aula, todos participarão de uma ciranda de maracatu. Se achar necessário, podem-se exibir novamente os vídeos sobre o maracatu de baque virado (ou maracatu nação), orientando os alunos a observarem os movimentos realizados pelos participantes.

Organizar uma roda com a turma e promover a audição de uma música típica do maracatu, que pode ser encontrada no site maracatu.org.br, no acervo sonoro (acesso em 2 out. 2018). Com todos de mãos dadas, ensinar aos alunos alguns passos simples do maracatu. Fazer gestos e movimentos com o corpo acompanhando as batidas dos tambores. Começar a dança com os alunos no lugar e, depois de compreendida a mecânica dos passos, propor o deslocamento, girando a roda e dançando no ritmo da música, pedindo que façam os movimentos aprendidos. Sugerir diferentes formas de deslocamento, como giros, círculos, filas etc., sempre no ritmo da música.

Quando os alunos estiverem mais seguros, pedir que, sem perder o tempo da música e a forma da roda, soltem as mãos. Por fim, orientar os alunos a circularem pelo espaço, realizando os movimentos aprendidos.

Ressaltar que não há movimento certo ou errado; o importante é explorar o que cada um sabe e gosta de fazer com o corpo, e ter prazer em dançar acompanhando a música.

Aula 4

Proporcionar aos alunos um momento de escuta ativa do ritmo do maracatu, para que possam explorar juntos suas características sonoras: presença de sons curtos e de sons longos, bem como de sons graves e de sons agudos, ou de sons que caminham ascendente ou descendentemente, isto é, que vão do grave para o agudo, ou do agudo para o grave, respectivamente.

Pedir aos alunos que se sentem e fechem os olhos. Reproduzir, para a audição dos alunos, um maracatu de baque virado e pedir que marquem o tempo forte da música batendo levemente as mãos nas pernas, sem fazer barulho.

Em seguida, realizar um trabalho de escrita musical: cada aluno registrará, utilizando símbolos criados por ele próprio, os sons que ouviu. Para isso, entregar a cada aluno uma partitura em branco. Após uma primeira escuta ativa do ritmo do maracatu, reproduzir novamente o áudio e solicitar a cada aluno que crie os próprios símbolos sonoros, construindo uma partitura gráfica referente à obra musical em questão. Orientar os alunos a observarem as nuances de sonoridade e a registrarem na pauta como desejarem. Lembrar os alunos sobre o silêncio: Como distinguir o som do silêncio? Como registrar o silêncio?

Ao final, pedir a cada aluno que apresente sua produção e comente como realizou o processo de criação da partitura. Expor as produções no mural da classe.

No decorrer das atividades, verificar alguns pontos importantes do processo de aprendizagem dos alunos:

Os alunos demonstram envolvimento e interesse pelo tema trabalhado? Fazem questionamentos e apontam reflexões sobre o conteúdo?

Realizam os movimentos e acompanham o ritmo do maracatu de baque virado?

Os alunos interagem uns com os outros e auxiliam os colegas que apresentam dificuldades?

Conseguiram compreender que a manifestação do maracatu de baque virado se faz presente enquanto um conteúdo social, histórico e cultural brasileiro?

Organizar um debate com os alunos e discutir as experiências vividas durante as atividades. Perguntar como se deu o aprendizado dos movimentos do maracatu de baque virado e como se desenvolveu o processo de criação da partitura não convencional.

Para trabalhar dúvidas

Se houver alunos com dificuldades em acompanhar os passos da dança ou mesmo com dificuldades para realizar a audição ativa do maracatu, possibilitar a eles que trabalhem em duplas. Além de compreender os movimentos, é importante que eles compreendam a importância dos tempos de pausa no desenvolvimento da dança e da música.

Ampliação

Para uma ampliação da proposta, os alunos poderão pesquisar a influência cultural africana na cultura brasileira, investigando outras manifestações culturais  especialmente na dança e na música , enriquecendo seu repertório sobre a temática, além de respeitar, divulgar e valorizar as contribuições dos povos africanos para a cultura brasileira.


Fonte: PNLD

Retalhos bordados

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Sequência didática

Retalhos bordados

Nesta sequência, os alunos vão bordar retalhos de tecido para a confecção de um painel coletivo. Vão reconhecer as diferenças entre algumas técnicas artesanais, como o bordado e a renda; pesquisar o modo de utilização dessas produções no cotidiano; e conhecer artistas contemporâneos que resgatam esses trabalhos em suas obras.

A BNCC na sala de aula

Objetos de conhecimento

Artes Visuais

Contextos e práticas

Elementos da linguagem

Processos de criação

Sistemas da linguagem

Artes Integradas

Patrimônio cultural

Competências específicas

1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.

3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira –, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em Arte.

4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.

8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.

9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.

Habilidades

Artes Visuais

(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético.

(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.

(EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão, espaço, movimento etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas.

(EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.

(EF69AR08) Diferenciar as categorias de artista, artesão, produtor cultural, curador, designer, entre outras, estabelecendo relações entre os profissionais do sistema das artes visuais.

Artes Integradas

(EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens artísticas.

Objetivos de aprendizagem

Apresentar o papel social e expressivo do bordado na história e cultura brasileira.

Proporcionar a experiência com trabalhos manuais.

Desenvolver habilidades manuais de costura e bordado.

Desconstruir preconceitos de gênero relativos às atividades ligadas à produção de bordado.

Conhecer de que maneira as técnicas artesanais foram reabilitadas por artistas na arte contemporânea.

Conteúdos

Bordado

Arte contemporânea

Técnicas artesanais

Giz de costura (ou giz escolar) ou lápis grafite preto.

Materiais e recursos

Retalhos de tecido (lona, algodão, morim, entre outros) cortados em tamanho previamente determinado.

Linhas de algodão para bordado à mão (várias cores).

Agulhas para bordar à mão (24 mm).

Tesoura.

Projetor e computador.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 4 aulas.

Aula 1

Apresentar para os alunos imagens de trabalhos manuais têxteis de tapeçaria, bordado e renda e pedir que indiquem algumas diferenças e semelhanças visuais entre essas produções. Comentar que cada um desses trabalhos artesanais possui técnicas variadas e, por vezes, complexas de produção.

Questionar se na turma há alguém que produz ou conhece pessoas que realizam trabalhos manuais têxteis. Se tiver disponível, levar para a sala um exemplar físico de cada trabalho, ou solicitar aos alunos que tragam exemplares, caso os tenham em casa. Neste último caso, orientar os alunos no cuidado que devem ter com as peças.

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Helissa Grundemann/Shutterstock.com

Toalhas de renda de bilro em exposição.

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Renata Sedmakova/Shutterstock.com

Pessoa fazendo renda de bilro (instrumento de madeira ou metal usado para fazer a renda de bilro).

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Albert Karimov/Shutterstock.com

Artesão fazendo tapete manual em tear.

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Vanessa Champion/Shutterstock.com

Artesão fazendo tapete de ráfia (fibra têxtil de palmeira).

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Slavikbig/Shutterstock.com

Pessoa fazendo trabalho em ponto cruz, uma das técnicas do bordado.

Estimular a turma a participar dessa conversa introdutória para que perceba que as técnicas artesanais podem estar muito próximas do nosso cotidiano e, inclusive, fazer parte das atividades culturais da região em que vivemos.

Em seguida, apresentar criações de artistas e estilistas brasileiros e internacionais que trabalham com bordado e renda feitos à mão, a fim de explorar a relação desses objetos com questões de identidade, criação e trabalho manual ou artesanal. Como sugestão, apresentar obras de Agnes Herczeg, Sheila Hicks, Diane Savona, Alexandra Drenth, Arthur Bispo do Rosário, Leonilson, Alexandre Heberte, Marina Godoy, entre outros. É possível encontrar imagens de obras desses nomes e mais informações sobre eles em sites oficiais e/ou de museus, por exemplo.

Após a apresentação dos artistas, promover um momento de debate com os alunos sobre as obras apresentadas e pedir que respondam às seguintes questões:

1. Qual artista você achou mais interessante? Por quê?

Resposta pessoal.

2. Quais você acha que foram as técnicas e os materiais empregados pelos artistas nos trabalhos apresentados? Descreva-os.

Explorar a observação dos alunos em relação às técnicas e materiais presentes nas obras apresentadas, como o uso da tecelagem, bordados, linhas, trabalhos manuais em geral.

3. É possível pensar em semelhanças entre obras produzidas em contextos tão diferentes? Justifique sua resposta.

Resposta pessoal.

Por fim, realizar a correção das questões coletivamente, ampliando as discussões sobre o assunto. Propor aos alunos que pesquisem outros nomes da arte contemporânea que utilizam trabalhos manuais têxteis como o bordado e a renda em suas obras. Orientar os alunos a consultarem internet, livros e revistas, entre outras mídias, para visualização das obras e dos dados sobre os artistas que trabalham nessa temática. Pedir que tragam para a próxima aula os materiais pesquisados (imagens e informações anotadas).

Aula 2

Recolher o material pesquisado pela turma e convidar alguns alunos para apresentarem suas pesquisas, comentando brevemente sobre a vida e as obras dos artistas encontrados.

Apresentar para a turma o trabalho da artesã Clarice Borian, que produz mensagens bordadas em folhas caídas das árvores. Realizar um debate com os alunos sobre a artista e suas produções, bem como sua preocupação com a preservação da natureza e da cultura do bordado. É possível encontrar informações e obras da artista em seu site oficial.

Um dos desafios desta proposta é desconstruir uma visão comum de que bordado e artes manuais são assuntos exclusivamente femininos. Caso algum aluno resista à ideia de fazer um bordado, pode simplesmente pintar o tecido. Por outro lado, é importante evitar que aqueles que aceitarem realizar a atividade integralmente sejam alvo de constrangimento. Tente criar um ambiente propício para que os alunos expressem seus desejos, buscando debater e pôr em questão, de forma cuidadosa, o porquê de suas resistências.

Aula 3

Propor para a turma que experimente a técnica do bordado em pequenos pedaços de tecido para a produção de um painel coletivo de retalhos. Discutir com os alunos qual será a temática a ser representada pelos bordados nos retalhos. Orientar os alunos a, primeiramente, fazerem um desenho ou escrever uma palavra usando giz de costura ou lápis no retalho a ser bordado, marcando um tracejado de pequenos pontos que deverão ser seguidos para a realização do bordado.

Apresente para a turma algumas técnicas básicas do bordado. Caso algum aluno tenha na família, ou conheça na comunidade em que reside, pessoas que realizam trabalhos com bordados, convide para participar desse momento de introdução à técnica.

Aula 4

Organizar as carteiras da classe em grupos de quatro.

Pedir aos alunos que lavem as mãos antes de começar o bordado, para assim preservar a linha e o tecido de alguma sujeira.

Distribuir entre os alunos as linhas e agulhas para o bordado à mão, ressaltando que o trabalho com agulha precisa de atenção e cuidado. Pedir também que experimentem a melhor forma de segurar a agulha e o tecido para que não espetem os dedos. Em seguida, orientar o passo a passo do ponto atrás (também conhecido como ponto reto) para o bordado da peça. O ponto atrás é um ponto simples e básico do bordado, cujas orientações para execução podem ser encontradas facilmente na internet e em revistas e livros sobre bordado.

Ao final, unir os tecidos costurando-os e formando o painel de retalhos bordados pelos alunos.

Para finalizar esta sequência, promover uma roda de conversa com a turma e lançar algumas questões de autoavaliação. Por exemplo:

Quais foram as reflexões mais importantes que você fez no decorrer destas quatro aulas?

Após as pesquisas e as atividades práticas, você formou uma nova opinião a respeito de algum assunto?

O que você aprendeu sobre as oportunidades que as artes manuais possibilitam para expressar mensagens?

Para trabalhar dúvidas

Caso algum aluno apresente dificuldade na execução do trabalho, é possível sugerir a formação de duplas para que os que apresentarem mais afinidade com os trabalhos manuais desse tipo possam ajudar o colega.

Ampliação

Os alunos poderão pesquisar e trabalhar a técnica de patchwork utilizando retalhos de tecidos que podem ser encontrados em malharias, oficinas de costura e lojas de artesanato, além de pesquisar artistas que utilizam o patchwork contemporâneo em suas obras. Poderão também elaborar um patchwork a partir de uma obra de arte contemporânea, por exemplo, os trabalhos da artista brasileira Beatriz Milhazes.


Fonte: PNLD

O teatro e o princípio de composição por acumulação

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Sequência didática

O teatro e o princípio de composição por acumulação

Nesta sequência, será criada uma encenação com base no princípio de composição por acumulação, a partir das obras conhecidas como Accumulation (1971), da coreógrafa estadunidense Trisha Brown, que trabalhou com esse princípio.

A BNCC na sala de aula

Objetos de conhecimento

Música

Elementos da linguagem

Processos de criação

Teatro

Contextos e práticas

Processos de criação

Competências específicas

1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.

4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte.

8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.

Habilidades

Música

(EF69AR20) Explorar e analisar elementos constitutivos da música (altura, intensidade, timbre, melodia, ritmo etc.), por meio de recursos tecnológicos (games e plataformas digitais), jogos, canções e práticas diversas de composição/criação, execução e apreciação musicais.

(EF69AR23) Explorar e criar improvisações, composições, arranjos, jingles, trilhas sonoras, entre outros, utilizando vozes, sons corporais e/ou instrumentos acústicos ou eletrônicos, convencionais ou não convencionais, expressando ideias musicais de maneira individual, coletiva e colaborativa.

Teatro

(EF69AR25) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no tempo e no espaço de modo a aprimorar a capacidade de apreciação da estética teatral.

(EF69AR27) Pesquisar e criar formas de dramaturgias e espaços cênicos para o acontecimento teatral, em diálogo com o teatro contemporâneo.

(EF69AR29) Experimentar a gestualidade e as construções corporais e vocais de maneira imaginativa na improvisação teatral e no jogo cênico.

(EF69AR30) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música, imagens, objetos etc.), caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a relação com o espectador.

Objetivos de aprendizagem

Estimular a discussão e a reflexão sobre a criação em dança e teatro contemporâneos.

Explorar alguns elementos constitutivos do movimento encenado, tendo por base a dança e o teatro contemporâneos.

Experimentar processos de improvisação e de composição em cenas.

Questionar a relação entre gesto cotidiano e gesto dançado ou encenado.

Promover o trabalho coletivo por meio da dança e do teatro.

Realizar uma encenação no ambiente escolar.

Conteúdos

Teatro

Dança

Composição por acumulação

Aparelho de som.

Materiais e recursos

Projetor e acesso à internet.

Desenvolvimento

Quantidade de aulas: 4 aulas.

Aula 1

Antes de iniciar o trabalho com a proposta, considerar que muitos preconceitos ainda cercam a prática da dança, o que leva muitas pessoas a pensarem que se trata de uma atividade exclusivamente feminina ou restrita a quem tem aptidões físicas específicas. Buscar desconstruir as visões sexistas e lembrar os alunos de que as práticas de dança na escola não têm os mesmos objetivos, por exemplo, que os de um grupo profissional de dança.

Apresentar aos alunos o princípio de composição por acumulação, mostrando o trabalho da artista estadunidense Trisha Brown (1936-2017). Para isso, exibir o vídeo Accumulation, facilmente encontrável na internet.

Antes da exibição, contar aos alunos que Trisha Brown se dedicou especialmente à dança contemporânea, com ênfase na improvisação e na experimentação. Após a exibição, solicitar aos alunos que respondam oralmente às questões a seguir. Deixar que respondam livremente, em especial à última questão. Se houver tempo, exibir novamente o vídeo, para que os alunos observem melhor os movimentos dos bailarinos, para que possam perceber de forma mais clara o princípio da acumulação.

1. Comente o que mais chamou a sua atenção na dança da série Accumulation.

Resposta pessoal.

2. Pelo que você observou ao assistir ao vídeo, qual regra serve de base para a construção das sequências de Accumulation?

Há uma regra de acumulação de movimentos. Primeiramente, a artista realiza um movimento algumas vezes; depois, repete esse primeiro movimento e acrescenta um novo; em seguida, ela repete os dois anteriores e faz mais um; e assim sucessivamente.

3. Os movimentos realizados são suaves ou vigorosos? É possível perceber de qual parte do corpo cada movimento se origina?

Resposta pessoal.

Promover uma discussão sobre as diferentes respostas apresentadas e confrontar os argumentos dos alunos.

Os debates, as pesquisas e a análise crítica de obras são tão importantes quanto as experiências práticas em dança. Diferentes possibilidades de acesso à dança possibilitam a constituição do conhecimento dessa linguagem.

Aula 2

Propiciar um primeiro contato dos alunos com o princípio de composição por acumulação, permitindo que explorem os movimentos como acharem melhor, cuidando para ocupar o espaço como for possível.

Para desenvolver seu trabalho, Trisha Brown parte de gestos cotidianos, como correr, pular, balançar-se, andar, cair, pegar algo, torcer o corpo, sacudi-lo de um jeito relaxado etc. Levar os alunos para o pátio da escola e solicitar que explorem vários gestos cotidianos para posterior construção de suas sequências acumulativas com base em alguns deles. Reproduzir, diferentes estilos musicais para que possam explorar a interligação entre os movimentos e os sons.

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Iev radin/Shutterstock.com

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Iev radin/Shutterstock.com

Em ambas as fotos, bailarino da Companhia de Dança Trisha Brown durante performance em Nova York (EUA), 2010.

Orientar os alunos a perceberem que cada novo gesto pode ter origem em uma parte específica do corpo ou em uma articulação. Embora despojados e sem muita tensão, os movimentos devem ser realizados com precisão. Exigir tal precisão durante a realização das ações, que devem ser simples, adequadas às possibilidades de cada aluno e claras.

Estimular a participação de todos, mostrando que cada um deverá construir o próprio caminho na dança, contribuindo dentro de suas possibilidades e trazendo suas singularidades para o grupo. Alguns alunos vão se sentir mais à vontade em movimento e outros, nos momentos de pesquisa e debate em sala de aula. É muito importante respeitar essas afinidades; porém, não deixar de incentivá-los a se exercitarem nas diversas proposições.

Ao final dessa experiência, perguntar aos alunos se foi fácil escolher os movimentos e realizá-los em sequência, se encontraram alguma dificuldade ou se conseguiram organizar os movimentos em mais de uma sequência.

Aula 3

Partindo da exploração de gestos simples e cotidianos, possibilitar aos alunos a vivência das etapas de pesquisa, da improvisação e da criação. Organizar a turma em grupos de cinco ou seis alunos e propor a encenação de uma situação cotidiana  fila de ônibus, feira livre, sala de espera de dentista etc.  a partir do princípio de composição por acumulação, compondo a sequência da cena em um tempo limite de cinco minutos; a cena será posteriormente apresentada para toda a classe.

O tempo necessário para elaborar essa etapa pode variar de acordo com o grupo. Observar os movimentos dos alunos e encorajá-los com sugestões que os ajudem a explorar novas possibilidades e a obter maior clareza em seus gestos.

É importante que os alunos sejam estimulados a explorar diferentes posicionamentos; por exemplo, se estiverem no chão, lembre-os de que podem experimentar se deitar de costas, de lado, com as pernas dobradas ou alongadas etc.

Para estimular o trabalho de experimentação, indicar as partes do corpo que deverão iniciar as ações, sempre fornecendo o tempo necessário para que cada aluno descubra um modo próprio de realizar o movimento. É possível também convidar um aluno do grupo a conduzir oralmente a atividade, sugerindo aos colegas partes do corpo que podem iniciar os movimentos.

É importante acompanhar cada grupo em seu processo de criação, para garantir que a composição seja rica e diversificada. Estimular os alunos a variar as partes do corpo que são colocadas em ação, alternando entre movimentos dos membros superiores e dos inferiores. Encorajá-los também a diversificar a energia e a velocidade empregadas nos movimentos (movimentos mais suaves, outros mais vigorosos; lentos ou rápidos, por exemplo), de modo que o conjunto de gestos de cada grupo seja bem variado.

Aula 4

Trisha Brown levou a dança para espaços não convencionais, como a rua e os parques, bem como para o topo e a fachada dos prédios das cidades. Aplicar esse princípio na apresentação das sequências criadas pelos grupos e propor que os alunos realizem a dança em ambientes diversos da escola, e, se possível, na calçada em frente ao colégio. Solicitar aos alunos que pesquisem previamente os espaços nos quais desejam realizar a apresentação final e, juntos, definam o(s) local(ais) da apresentação.

Distribuir os grupos pelo espaço e propor a todos que comecem as sequências ao mesmo tempo, repetindo-as no mínimo por cinco vezes, sem pressa. Como cada sequência tem uma duração própria, a turma iniciará em conjunto, mas cada grupo terminará em um momento diferente. Cada grupo, ao terminar, pode se retirar do espaço ou permanecer estático, até que a última sequência termine.

Depois, reunir os alunos em uma roda e realizar um debate sobre as semelhanças e diferenças entre imitação e realidade, de maneira a ser desenvolvido, durante o debate, o senso crítico perante os fatos da vida real.

Após o encerramento das apresentações, durante o debate sobre a experiência dos alunos, propor algumas questões à turma:

Você e seus colegas conseguiram executar a sequência criada seguindo o princípio da acumulação e criando novos gestos?

Qual foi a parte do corpo mais utilizada na sequência criada por seu grupo?

Qual foi a maior dificuldade para a elaboração da sequência? Por quê?

A ordem escolhida facilitou o encadeamento dos movimentos? Foi difícil juntar um gesto ao outro?

A sequência ficaria mais interessante caso a ordem dos movimentos fosse alterada?

A sequência apresentou ao menos um gesto muito lento, um gesto dos membros inferiores do corpo, outro dos superiores e um gesto cotidiano?

Para trabalhar dúvidas

Caso algum aluno apresente dificuldade na execução dos movimentos, orientá-lo a realizar, repetidamente, gestos simples, sempre lembrando que tais gestos fazem parte do cotidiano.

Ampliação

Propor aos alunos uma pesquisa sobre artistas e companhias de dança que trabalham com a dança pós-moderna no Brasil, como o Grupo Corpo, de Belo Horizonte; as companhias de dança de Deborah Colker e a de Márcia Milhazes; e o trabalho desenvolvido por Isabel Marques, no Instituto Caleidos, em São Paulo.


Fonte: PNLD